Como informado pelo CONTRAPONTO no último domingo, a variante da Covid da cepa de Manaus já circula em Bauru há um bom tempo, provavelmente desde o início do ano, pelo menos. Hoje, o governo do Estado finalmente divulgou os dados, com laudos retratando a presença da mutação em algumas das 50 amostras locais enviadas ao Laboratório de Especialidades do Instituto Adolfo Lutz (Leial).
Das 50 amostras enviadas, 27 foram aproveitáveis para o sequenciamento genético do vírus. Em 3 delas está a Cepa de Manaus. Em 1 do Reino Unido. As demais variantes são mais “comuns”, todas de Covid, conforme a listagem abaixo.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, o resultado da análise genômica das amostras de Sars-Cov-2 de pacientes de Bauru com casos positivos de coronavírus, foram identificados pelo Instituto Adolfo Lutz de Bauru. Já a análise (da mutação) foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz em São Paulo. As amostras foram coletadas entre o começo de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro.
Nenhum paciente tem histórico de viagem recente, o que caracteriza transmissão autóctone – ocorrida no próprio município. Portanto, a circulação de novas variantes já ocorre em Bauru desde o começo do ano, pelo menos. A presença de novas cepas já era esperada pelo secretário de Saúde e vice-prefeito Orlando Costa Dias, e pelo diretor do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), Ezequiel Santos. A Secretaria de Saúde lembra que a prevenção e o tratamento da patologia não mudam.
A população deve continuar evitando aglomerações, eventos e festas clandestinas, fazer o uso de máscara, lavar as mãos com frequência e, na impossibilidade de lavar as mãos, usar álcool gel. Essas medidas devem ser mantidas. A colaboração de cada um é fundamental para reduzir a proliferação da doença, salvando vidas e evitando sobrecarga do sistema de saúde.
Na região também foram confirmadas variantes em amostras identificadas para pacientes de Jaú (10), Araraquara (12), Lençóis (4), Lins (3), Pederneiras (1), Bocaina (1) e Dois Córregos (1). Há outras amostras de outros municípios paulistas informadas.
A mutação do vírus é esperada pelos especialistas. O que preocupa autoridades, neste momento, é que a mutação de Manaus se mostra com maior capacidade de transmissibilidade. E isso “pressiona” ainda mais a capacidade de oferta de leitos hospitalares, acima de 100% em Bauru neste momento no HE.
Os resultados das amostras relativas a pacientes de Bauru estão a seguir:
DE MANAUS
– Variante P.1 – 501Y.V3 ou variante brasileira (identificada inicialmente em Manaus)
Foi detectada em 3 amostras, todas de pacientes do sexo feminino. A primeira paciente tem 61 anos, e a coleta foi em 15/01; a segunda paciente tem 35 anos, e a coleta ocorreu em 05/02; a terceira paciente tem 69 anos, e a coleta ocorreu em 08/02
DO REINO UNIDO
– Variante B.1.1.7 – variante VOC 202012/01 (identificada inicialmente no Reino Unido)
Foi detectada em 1 amostra, em paciente do sexo masculino, de 67 anos, com a coleta em 25/01
OUTRAS VARIANTES
– Variante B.1.1.33 (circula no País desde fevereiro de 2020)
Foi detectada em 1 amostra, em paciente do sexo feminino, de 61 anos, com coleta em 03/02
– Variante B.1.1.28 (circula no País desde fevereiro de 2020)
Foi detectada em 7 amostras, sendo em quatro pacientes do sexo masculino e três do sexo feminino. Do sexo masculino, o primeiro paciente tem 48 anos, com coleta em 08/01; o segundo tem 67 anos, com coleta em 11/01; o terceiro tem 67 anos, com coleta em 22/01; o quarto tem 30 anos, com coleta em 04/02. Do sexo feminino, a primeira paciente tem 58 anos, com coleta em 14/01; a segunda tem 67 anos, com coleta em 28/01; e a terceira tem 43 anos, com coleta em 08/02
– Variante P.2 (identificada inicialmente no Rio de Janeiro, sem data definida)
Foi detectada em 12 amostras, sendo em seis pacientes do sexo masculino e seis do sexo feminino. Do sexo masculino, o primeiro paciente tem 66 anos, com coleta em 05/01; o segundo tem 66 anos, com coleta em 09/01; o terceiro tem 66 anos, com coleta em 11/01; o quarto tem 49 anos, com coleta em 20/01; o quinto tem 27 anos, com coleta em 05/02; e o sexto tem 13 anos, com coleta em 05/02. Do sexo feminino, a primeira paciente tem 64 anos, com coleta em 04/01; a segunda tem 23 anos, com coleta em 05/02; a terceira tem 55 anos, com coleta em 05/02; a quarta tem 39 anos, com coleta em 08/02; a quinta tem 23 anos, com coleta em 08/02; a sexta tem 57 anos, com coleta em 09/02
– Variante B.1.1.143
Foi detectada em 2 amostras, todas em pacientes do sexo feminino. A primeira tem 41 anos, e a coleta foi em 06/02; e a segunda tem 65 anos e a coleta foi em 08/02.