No Dia do Trabalhador, os bauruenses (e brasileiros) recebem a informação de que o salário mínimo sai de R$ 1.302,00 para R$ 1.320,00. Continua baixo. Em Bauru, os dados do Governo Federal sobre empregos com carteira assinada aponta que a média do salário pago continua em queda. R$ 1.872,07, na média, em março. Mas o número de vagas continua em crescimento. No mês e no acumulado do trimestre.
Conforme o divulgado pelo Novo Caged, que reúne dados do emprego formal com carteira assinada (dos celetistas), a cidade fecha o primeiro trimestre de 2023 com saldo positivo de 3.095 vagas. Ou seja, foram admitidos 21.132 pessoas no Município de janeiro a março deste ano, contra 18.037 demitidos. Em 2022, para comparar, o trimestre teve saldo de 1969 vagas, sendo 19.065 contratações contra 17.096 desligamentos.
Os números somente do mês de maio também são bons. Em Bauru. Saldo favorável de 898 vagas neste ano. Em março de 2022 o saldo ficou em somente 254 vagas. Na cidade, o setor de serviços continua concentrando o maior volume de oferta de empregos. O setor respondeu por 805 vagas do total (saldo) em março. Para se ter ideia, o comércio contribuiu com apenas 3 contratações a mais e a indústria – 73 (demitiu mais do que contatou no mês).
EMPRESAS PEQUENAS
Paralelo aos dados do pessoal com carteira assinada, a performance de abertura e fechamento de pequenas empresas (segmento com participação significativa na atividade econômica em Bauru) não vai bem. O fechamento de 2022 registrou crescimento de 21% no número de pequenas empresas que fecharam as portas em todo o ano passado. 5117 não resistiram, contra 4.230 microempreendedores individuais (MEI) que não resistiram em 2021.
O número de MEIs abertas ficou próximo, na comparação dos dados. Foram abertas 10.720 MEIs no ano anterior, contra 10.493 em 2021.
O total de pequenas empresas tem peso proporcional relevante para a economia de Bauru, cujas atividades se concentram bem mais da metade em serviços e comércio. O número de MEIs cadastradas na Prefeitura chegou a 42.815 unidades no fechamento de 2022.
CONCURSADOS
A Prefeitura continua sendo o maior empregador no setor público, com 7.386 ativos para 4.225 aposentados. No mês de março, a categoria fechou acordo com o governo Suéllen Rosim com reposição salarial de 6%, retroativa a janeiro.
O índice, entretanto, não mantém o anúncio feito pelo governo de aumento real de salário (durante o processo discutido com o sindicato foi revelado que os 6% correspondiam a período de 14 meses. Para este período, a reposição teria de ser de 7,24% para cobrir a defasagem.
DADOS DO PAÍS|
O Brasil fechou o mês de março de 2022 com a criação de 136.189 empregos formais, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) apresentado nesta quinta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O número é menor do que os 153.431 empregos novos gerados em março do ano passado.
O saldo de março último foi resultado de 1.953.071 contratações menos 1.816.882 de demissões. O estoque de empregos formais, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos no país, encerrou março 41,2 milhões de empregados, variação de positiva de 0,33% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano de 2022, foi registrado saldo de 615.173 empregos, decorrente de 5.820.897 admissões e de 5.205.724 desligamentos.
“Este é o terceiro mês consecutivo que verificamos um crescimento na criação de novos empregos”, destacou o ministro José Carlos Oliveira, durante apresentação do resultado. “Nos permite sonhar em um número acumulado no final de 2022 superior àquele que havíamos programado, que era cerca de um milhão de novos empregos”, acrescentou.
Os dados mostram que saldo positivo do nível de emprego em março foi registrado em quatro dos cinco grupos de atividades econômicas. A maior parte, no total de 111.513 novos empregos, foi gerada no setor de serviços, distribuído principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
O setor de construção civil foi o segundo que gerou mais empregos em março, com saldo positivo de 25.059 postos de trabalho, seguido pela indústria (15.260 novos empregos) e comércio, com saldo de 352. O setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve saldo negativo de geração de empregos, com 15.995 desligamentos a mais do que contratações.
Regiões
Em termos regionais, o mês de março teve saldo positivo de empregos em quatro das cinco regiões geográficas do país. No Sudeste, foram 75.804 novos postos de trabalho, seguido pelo Sul, com 33.601 vagas; Centro-Oeste, que gerou 33.601 empregos e Norte, com saldo positivo de 9.357 vagas. No Nordeste, o saldo da geração de empregos ficou negativo, com desligamento de 4.963 postos em relação às contratações. A explicação do ministério para o saldo negativo no Nordeste é o período de desmobilização do setor de cana-de-açúcar, especialmente nos estados de Sergipe, Pernambuco e Alagoas, com demissão de trabalhadores temporários.
Em março, 23 das 27 registraram saldos positivos na geração de empregos. Os estados com melhor resultado foram São Paulo (34.010 postos), Minas Gerais (27.452 postos) e Rio Grande do Sul (13.744 postos). Já os estados com piores saldos, em que houve mais demissões do que contratações, foram justamente do Nordeste: Sergipe (-2.502 postos), Pernambuco (-6.091 postos) e Alagoas (-10.029 postos).
Salário
De acordo com os dados do Novo Caged, o salário médio de admissão em março de 2022 foi R$ 1.872,07. O valor é menor que o registrado em fevereiro, com um decréscimo de R$ 38,72, o que equivale a uma variação de -2,03%. É o terceiro mês seguido que o salário médio de admissão vem caindo no país.
Trabalho intermitente
Em março deste ano, o Novo Caged registrou 25.600 admissões e 18.658 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 6.942 empregos.
Um total de 5.382 estabelecimentos contratantes e 228 empregados celebraram mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente.
Em termos de atividades econômicas, o saldo de emprego na modalidade de trabalho intermitente distribuiu-se por serviços (+4.842 postos), construção (+1.596 postos), indústria geral (+733 postos), agropecuária (-9 postos) e comércio (-220 postos).
Em relação ao trabalho em regime de tempo parcial, foram registradas 21.574 admissões e 16.581 desligamentos, um saldo de 4.993 empregos. Foram registrados 9.043 estabelecimentos contratantes e 107 empregados que celebraram mais de um contrato em regime de tempo parcial.
Do ponto de vista das atividades econômicas, o saldo de emprego em regime de tempo parcial distribuiu-se por serviços (+3.850 postos), comércio (+1.044 postos), indústria geral (+67 postos), construção (+38 postos) e agropecuária (-6 postos).
O saldo de emprego em regime de tempo parcial ficou assim distribuído por setor: serviços (5.615 postos), indústria geral (2.286 postos), comércio (1.167 postos), construção (241 postos) e agropecuária (209 postos).
Em março de 2022, houve ainda 22.440 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, conforme regras na Reforma Trabalhista. Essas demissões envolveram 14.963 estabelecimentos, em um universo de 13.881 empresas. Houve 44 empregados que realizaram mais de um desligamento mediante acordo com o empregador, informou o Ministério do Trabalho e Previdência.