CEI caminha para fim sem obter quem pagou hacker para espionar 10 políticos e 8 vereadores apontados como espionados ainda não acionaram queixa-crime

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) caminha para o fim sem ter obtido quem pagou os serviços de espionagem confessados por Patrick Silva Brito em seu depoimento recente. A apuração tende a ser concluída até o dia 25 de setembro (data final) com a remessa do relatório para Polícia Federal da Capital (competente para casos de crimes cibernéticos praticados por brasileiro fora do País, contra cidadãos daqui). A última tentativa é buscar mandado de segurança judicial (leia abaixo).

A elucidação de quem depositou valores na conta da avó do espião, entre junho de 2021 e fevereiro de 2022, permaneceria dependente da PF na Capital – onde há inquérito em andamento. Ressalte-se que dois pagamentos a Patrick pelo cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, foram confirmados e confessados por ambos, em depoimentos.

Mas o impasse jurídico é de que a CEI não teria atribuição para apurar crimes. Mas infrações político-administrativas sim. A missão criminal seria estrita à Polícia e Promotoria. Parte dos vereadores não concorda.

IMPASSE

O hacker forneceu os extratos bancários apontando depósitos que ele sacou, com remessas em conta bancária da avó Maria de Lourdes Silva, através de compra de CDB. A soma de pagamentos através dessas aplicações para os serviços sujos passaria de R$ 213 mil, conforme o extrato fornecido por ele.

Patrick também liberou o sigilo da conta fornecida da avó. Mas ainda nesta terça-feira, – após enviar email às 12h08 confirmando que a avó iria ao banco em Araçatuba, amanhã e junto com a CEI -, o araponga disse que a avó não vai (email às 13h32 hoje). Com isso a viagem a Araçatuba foi cancelada.

OS NOVE

Nenhum dos 9 vereadores, exceto Estela Almagro, até aqui,  acionou queixa-crime ou outra representação em relação à confissão adicional de Patrick Brito. Os edis têm expectativa de que essa informação seja obtida pela CEI.

Segundo confessa o hacker, também foram espionados Segalla, Marcelo Afonso, Bira, Meira, Beto, Lokadora, Borgo e Estela.

O vice-prefeito, Orlando Costa Dias, disse ao CONTRAPONTO que não acredita no que disse o hacker. O cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga e que confessou pagamentos pela espionagem do jornalista Nélson Itaberá no caso, atuou como responsável da campanha de Orlando a deputado e é tesoureiro do PSD, partido presidido por Suéllen Rosim.

NA JUSTIÇA

Tanto as conversas entre Patrick Brito e os policiais de Araçatuba, Felipe Garcia Pimenta e Edison Rodrigues, quanto a identificação de quem fez os ditos pagamentos à Patrick (através da conta da avó) são essenciais ao caso.

Diante disso, a CEI insistiu que o procurador Legislativo ingresse com mandado de segurança para obter essas informações. Este tende a ser o último passo da apuração interna. Na PF e Corregedoria esta pendência tende a ser levantada.

De outro lado, na Corregedoria da Polícia Civil da Capital, o secretário de Segurança Guilherme Derrite afirmou, em entrevista à rádio Auriverde na semana passada, que reabriu processo direto com ele para apurar qual policial usou de forma ilegal o sistema Detecta para pesquisar o nome do jornalista Nelson Itaberá. O novo processo veio depois de cobrança da rádio Auriverde e ofício do vereador Eduardo Borgo.

A revelação de quem pagou o hacker está no mesmo pacote. O CONTRAPONTO apresentou apelo direto ao delegado Geral, Arthur Dian, nesse sentido. Até para corrigir a falha da Corregedoria de Araçatuba.

Dois policiais de Araçatuba se acusam entre si da autoria de pesquisa ilegal contra o jornalista. A Corregedoria provou que a pesquisa ilegal ocorreu nos dias 13, 14 e 15 de julho de 2021, na sala da DEIC em Araçatuba e no computador usado por Pimenta. Ele acusa Edison da conduta ilegal. Este nega e acusa Pimenta.

 

 

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