Quem faz serviço sujo com um pode ser contratado para fazer com mais 10! De olho nesta desconfiança, a CEI do hacker iniciou na reunião desta sexta-feira apuração para saber se os 10 políticos com dados apresentados pelo hacker Patrick César da Silva Brito foram ou não também bisbilhotados.
A lista de 10 políticos não surgiu ao acaso. Em janeiro deste ano, o hacker Patrick Brito enviou email com dados pessoais dos 10. Segundo Patrick, as informações foram lhe enviadas, em 2021, através do cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga. Este confessou à Polícia Civil de Araçatuba, apenas recentemente, que pagou duas parcelas ao hacker para bisbilhotar a vida pessoal deste jornalista Nelson Itaberá.
Apesar da tentativa de Suéllen Rosim de tentar descredibilizar as confissões do hacker, boa parte do que Patrick afirmou já foi confirmado.
10 POLÍTICOS
O pedido de informações sobre 10 políticos que também teriam sido vítimas dos serviços contratados junto ao hacker partiu do vereador Eduardo Borgo.
A lista tem 9 vereadores: José Roberto Segalla, Coronel Meira, Estela Almagro, Júnior Lokadora, Eduardo Borgo, Pastor Bira – esses de oposição – assim como de apoiadores do governo: Marcelo Afonso, Manoel Losilla e Beto Móveis.
O décimo nome é do vice-prefeito Orlando Costa Dias. Orlando já havia sido citado como possível alvo do hacker.
A lista dos 10 será submetida a uma checagem antes. Foi aprovado na reunião desta sexta-feira requerimento à Justiça Eleitoral. Conforme o email enviado por Patrick da Sérvia, os dados dos 10 políticos vieram da base do Divulga Candi (de candidatos na eleição 2020). O vereador Borgo salientou que a base só pode ser acessada por link registrado no sistema eleitoral. “Precisamos saber qual advogado (senha) acessou o sistema”, disse Borgo. O hacker diz que foi contratado por Walmir – a serviço do grupo da prefeita, cita. Suéllen vem repetindo que nada tem a ver com os fatos. O tesoureiro do PSD, partido presidido por Suéllen, é Walmir. Na ocasião dos serviços sujos, o cunhado da prefeita era tesoureiro do PSC – também comandado pelo grupo Rosim.
PAGAMENTOS
O hacker confirma a lista e os serviços. E mais, aponta o óbvio sobre como identificar o que apresenta em email já de posse da CEI: ir atrás da conta bancária de origem do dinheiro enviado a Patrick.
O período é de julho de 2021 a fevereiro de 2022. Já é sabido que neste período o hacker estava foragido em Belgrado, Sérvia, onde permanece.
Aliás, exatamente esta informação foi cobrada do delegado Corregedor da Polícia em Araçatuba, Gustavo Siqueira, – no processo hoje arquivado pelo Judiciário de lá relacionado a quebra do sigilo funcional (com conclusão de que não há elementos que justifiquem medida contra o policial Felipe Garcia Pimenta). Pimenta, meio-irmão de Walmir, acusa que a pesquisa ilegal sobre Nelson Itaberá no sistema da própria Polícia (o Detecta) – que saiu do computador do investigador – foi feita por Edison Rodrigues (também policial do DEIC). Este nega.
QUEBRAR SIGILO
Por esta e outras razões, o vereador Borgo adiantou na reunião desta sexta pedidos de quebra do sigilo bancário do hacker, de Walmir e Pimenta, além de varredura nos telefones celulares desses.
A questão é de novo objetiva: se o hacker aponta ampliação das vítimas do serviço sujo (com confissão) o volume de dinheiro para pagar também será maior!
A elucidação depende do Judiciário. E não em Araçatuba!
Por fim: a apuração lenta e defeituosa saiu da Polícia de Aracatuba: o emblemático inquérito número 42 (que trata de toda lambança de araponga próximo de policiais civis) foi remetido para Delegacia Especializada em Organização Criminosa na Capital do Estado.
Lembre-se que a Polícia Federal apura um “braço” do caso – crime cibernético internacional (já comprovado pelo hacker e documentos).
Enfim: CEI você sabe como abre e não como termina… diz a velha máxima…
A despeito de TODO esforço dos envolvidos e de seus “padrinhos”, a CEI anda…