Equipe da Companhia de Habitação deve começar revisão do cálculo da dívida, nesta terça em Brasília, pela contestação da cobrança judicial de R$ 643 milhões; Entenda como a Cohab aposta na reversão
A atual direção da Cohab-Bauru aposta na derrubada de ação de cobrança feita pela Caixa Federal que teria desconsiderado a liquidação de até R$ 643 milhões. A equipe da companhia, que estará em Brasília (DF) a partir desta terça-feira para discutir revisão da dívida com o FGTS de R$ 1,7 bilhão nas contas da Caixa, considera que a cobrança relativa a acordo de 2003 para quitação de 19 Núcleos Habitacionais está errada. Só este caso representa mais de R$ 643 milhões.
Se a tese da Cohab prevalecer, ou for considerada em eventual composição com a Caixa, o total da dívida cairia de assustadores R$ 1,7 bilhão para R$ 1,1 bilhão. Com a aplicação de outros redutores, previstos em Resolução Nacional, o montante final seria bem inferior aos R$ 449 milhões apresentados na semana passada. Esta é uma das apostas da Cohab.
E com qual base a companhia está na busca da eventual redução de centenas de milhões de Reais neste processo? Segundo o vereador Coronel Meira, que participou da reunião inicial em Brasília, na semana passada com equipe do governo de Bauru, a Caixa liberou as hipotecas ao firmar este acordo.
Ou seja, a Cohab contesta na ação de cobrança (execução) que tramita na Justiça Federal que não há como ser cobrado resíduos dos contratos que integraram o acordo de 2003, na gestão Constante Mogioni, porque a própria Caixa liberou as hipotecas desses casos.
O chamado acordo de 2003, que apuramos na ocasião em reportagem, “quitou” valores dos contratos de 19 conjuntos, entre eles os dos Núcleos Índia Vanuíre, Mary Dota, Bauru XVI e outros. A administração da empresa de habitação, inclusive, utilizou créditos de outros núcleos para antecipar a quitação dos 19 termos escolhidos. Ou seja, utilizou saldos do chamado FCVS – que vem embutido na prestação do mutuário para garantir a equivalência do aumento das prestações aos salários.
Na ação de execução contra estes casos, relativos aos mesmos 19 contratos do Acordo de 2003, a Cohab reclama, juridicamente, que a liberação da hipoteca significa que a Caixa não tem como cobrar novamente por estes valores. O Jurídico da companhia também pede ao Judiciário que o erro na cobrança pela Caixa, segundo a Cohab, justificaria a aplicação da regra do Código Civil que penaliza em dobro o autor por execução indevida. Esta última tese, de difícil aplicação, seria o “melhor dos cenários” para Bauru.
CONTRAPONTO
Porém, em outra versão, é discutido que a Caixa não recebeu a maior parte desta renegociação. Ou seja, as parcelas a partir de 2003 dos resíduos, negociados com base em regra da época), também teriam não sido pagas depois. E, pelo menos de 2007 para cá, o não pagamento da renegociação teria alimentado o retorno da dívida em proporções de centenas de milhões. Assim, fora da companhia, gente que atuou no ramo, por anos, considera a alternativa uma aventura. Mas, por ora, é o que está sendo discutido.
Controversa ou não, a aposta da Cohab, conforme Coronel Meira, é de que a liberação da hipoteca ‘afunde’ a cobrança da Caixa relativa a esses casos. E R$ 643 milhões reduziriam, em tese, o montante a ser revisado para R$ 1,1 bilhão. Com a aplicação do desconto sobre a impontualidade (previsto na Resolução do FGTS número 809), as parcelas da dívida a serem discutidas agora totalizariam R$ 110 milhões.
Em um cenário otimista, por esta trilha, a companhia, ao final poderia “nem estar devendo para a Cohab”, como já sinalizou, no ano passado, integrantes da companhia em audiência pública. É que, depois de depurado o valor da dívida em acordo – se este vier – a Cohab tem represado créditos de outros contratos (FCVS). E, ao habilitar estes créditos referentes a outros núcleos, teria, ao final, situação favorável em relação ao FGTS.
Para Meira, a Cohab deve brigar pela revisão. “Pela proposta apresentada pela Caixa para acordo em 240 meses, sobre este valor a parcela seria de R$ 440 mil com a retirada desta execução de R$ 643 milhões. Este sim um valor que cabe por alguns anos na capacidade de pagamento. Esperamos que a revisão da dívida em Brasília, nesta semana, comece sobre este Acordo de 2003 e a ação de cobrança em discussão porque é o maior contrato em discussão”, comentou Meira.
A direção da Cohab não se manifestou sobre a discussão.
Surreal… pensar que atos burocráticos, descontrolados, possam dar margem a diferença gigantescas desses valores a pagar. Claro que esta constestação, a tempo ou não, deve ser feita.
Não escapa a odéia de que as finanças públicas de Bauru, em todas as pontas dessa pizza, tem oportuinistas querendo roubar seus recheios e têmperos,,,, e para o povo fica uma massa furada,,, ou falida… abç.