Cohab: o gato subiu no telhado e Caixa não aceita quitação de dívida de 66 contratos

Gatos no telhado da Cohab (vídeo) – a Companhia de Habitação de Bauru vai fechar o ano de 2024 e mais um mandato de quatro anos sem fazer o acordo da dívida gigantesca com a Caixa. O banco federal recusou acerto solicitado pela própria Cohab para 66 contratos – cujo financiamento de verbas do FGTS para habitação têm de retornar ao fundo nacional do trabalhador. A Cohab fez o pedido em processo administrativo, recente, no segundo semestre deste ano. Mas a Caixa só aceita utilizar créditos da Cohab (o chamado FCVS acumulado de garantias pagas pelos mutuários para frear o aumento das parcelas acima da reposição dos salários no tempo) para 20 contratos.

Segundo o presidente da Cohab, Éverson Demarchi, o uso de créditos do FCVS para quitar 66 contratos da dívida com o FGTS da Caixa é possível conforme a Resolução número 809 do Conselho Nacional do Fundo, comandado pelo governo federal.

Mas a Caixa diz que os 66 contratos que somam dívida de R$ 643 milhões não atendem a Resolução. Mas a Cohab questiona que a Caixa não explica “onde e por que não atende” (não fundamenta a negativa). Apenas diz “não”.

A Caixa, de outro lado, executa a Cohab em várias ações na Justiça Federal (há anos) para receber o retorno das verbas usadas do FGTS no passado desses 66 contratos e de outros Núcleos. São mais de 90 no total.

A soma de tudo chegou a R$ 2,184 bilhões cobrados pela Caixa (valor até setembro, de acordo com o presidente Demarchi).

Ele pondera que para a Cohab seria vantajoso usar os créditos das garantias de prestações (FCVS) para abater os R$ 643 milhões (dos 66 contratos). Com isso, a companhia estancaria bom volume de juros. O valor líquido da dívida também cairia, reduzindo a possível parcela mensal de renegociação (que nunca sai).

Porém, na Justiça, laudo pericial deste ano aponta em um dos processos erro ou divergência na conta deste pacote (o montante, em tese, pode ser menor do que a Caixa cobra). Nesse volume está um contrato de moradias em São Manoel, com hipotecas liberadas pela Caixa. E um banco só libera hipotecas de contratos de habitação quitados, contrapõe a Cohab.

Em tempo: não confunda a execução da Caixa contra a Cohab (para retorno dos financiamentos do FGTS) com a execução da construtora LR que condenou a Cohab em mais de R$ 800 milhões a pagar por atrasos da Caixa na liberação dos recursos durante as obras. Isso lá nos anos 70,80.

Ou seja, segue a dívida sem solução e no Judiciário.

GATO NO TELHADO

E o que tem a ver os gatos? É que uma fêmea procriou no telhado da sede da Cohab, na av. Nações Unidas, com 5 filhotes (veja vídeo acima). A  Secretaria do Meio Ambiente foi chamada na semana passada, mas diz que isso não é com ela.

E a direção da Cohab não consegue pegar os gatinhos para cuidar fora do telhado…
Quem vai tirar os bichos do telhado?
E a dívida? Vai procriar sem fim?

DITO POPULAR

Existem expressões populares em Brasília para descrever situações complexas do cotidiano. O “gato subiu no telhado” quer dizer que você vai dar uma péssima notícia, mas em doses “homeopáticas”, como em uma sequência de fatos: o gato subiu, escorregou, caiu e, infelizmente, morreu…

 

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