Enquanto o Município optou por fechar o atendimento aberto ao público na UPA Geisel para tentar conseguir direcionar a alta demanda de pacientes no sistema de saúde público municipal, o governo do Estado acumula 15 decisões judicais para cumprir com internações urgentes de pacientes Covid nesta segunda-feira. A situação é dramática há semanas, com todos os hospitais públicos da região com mais de 100% da ocupação de leitos UTI Covid e com demanda represada para atendimento de outras doenças.
O CONTRAPONTO apurou que, somente neste início de semana, a Diretoria Regional de Saúde (DRS-6) acumula 15 liminares expedidas pelo Judiciário. O plantão do final de semana continuou com alta demanda de pedidos de leitos hospitalares para Covid, quadro que repete o acúmulo de ações junto à Vara da Fazenda Pública de Bauru há semanas. Na semana passada, mais de 20 liminares judiciais se acumularam a pedidos do sistema de internação, em completo colapso desde janeiro deste ano.
Enquanto regiões como Araraquara voltam a optar pelo lockdwon (fechando tudo por alguns dias) para quebrar a cadeia de transmissão Covid, em Bauru, onde a taxa de transmissão continua acima de 1,3 (Rt) e o número médio de mortos permanece em torno de 7 registros (conforme os boletins oficiais emitidos diariamente), a ocupação de leitos UTI mostra colapso do sistema desde janeiro.
O sistema público está em colapso desde janeiro, com taxa de ocupação nunca inferior a 100%. Os hospitais públicos de Bauru (HE), Botucatu, Jaú, Lins, Promissão e Avaré, comandados pelo Estado, estavam com taxa de ocupação Covid de 113% neste final de semana, conforme boletim oficial. As 251 vagas de UTI disponibilizadas não são suficientes para atender a escalada da demanda desde o início do ano. Um absurdo!
Em Bauru, os 70 leitos do Hospital Estadual estão todos ocupados há meses, já contando com os 10 leitos adicionais instalados para atendimento de casos moderados de Covid em UTI no HC. A ocupação fechou em 105%, com 79 internações graves do coronavírus ontem.
Bauru atingiu 1.000 mortes, sendo 701 somente neste ano. O colapso do sistema hospitalar público e privado chegou ao ponto de 117 bauruenses morreram em atendimento de retaguarda no Pronto Socorro, sem conseguir ter acesso a vaga de UTI junto ao Estado.
Apesar do quadro dramático, a prefeita Suéllen Rosim insiste em não tomar medidas mais duras para conter a escalada de contaminação. No final de semana, informa o governo, foram encerradas seis festas clandestinas, em diferentes pontos da cidade. No Bauru XVI, foi necessário a presença da Polícia Militar e fiscais para dissipar a aglomeração de centenas de jovens, em terreno ermo.
Apesar disso, a quantidade de equipes disponíveis continua muito aquém da gravidade da contaminação na cidade e do alcance dos casos. A administração também não realiza testagem em massa e não monitora contactantes na cidade. Estabelecimentos comerciais e de serviços estão autorizados a funcionar com 30% da capacidade neste momento.
PARTICULAR LOTADO
O sistema particular também está pressionado. Nota enviada pelas assessorias de imprensa do Hospital da Beneficência Portuguesa e Hospital da Unimed trazem aumento de internações por Covid. O sistema não tem vagas disponíveis.
No período de 11 a 17 de junho, a Unimed contabilizou 1.244 pacientes no setores de triagem Covid-19 dos Pronto Atendimentos Adulto e Infantil. Foram informados 51 resultados positivos de coronavírus e registrados 9 óbitos somente neste período.
As alas Covid-19 tiveram 36 altas hospitalares na semana de 11 a 17 de junho. Mas, ainda assim, a sexta-feira fechou o boletim com 67 pacientes internados, sendo 28 em UTI e 39 em enfermaria, lotação integral do sistema particular.
Na Beneficência Portuguesa, no mesmo período, 424 pacientes deram entrada com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 30 confirmações de exames para Covid. As alas do Hospital Beneficência tiveram 27 altas, e ficaram, ainda assim, com 47 pacientes internados, sendo 18 em UTI e 29 em enfermaria, conforme nota oficial emitida pelo hospital, via assessoria .