Comunidades no WhatsApp: não infernize a vida do cliente!

Por Gustavo Candido

Na última semana o WhatsApp anunciou a liberação para o Brasil da função Comunidades no aplicativo. O recurso – lançado globalmente em novembro – está sendo disponibilizado aos poucos para os usuários e funciona como um agregador de grupos.

No Comunidades podem ser acomodados até 50 grupos (e um total de 5 mil pessoas) no qual o administrador pode enviar mensagens para todas as pessoas de uma só vez. A ideia é facilitar o envio de conteúdo para grupos com temáticas similares.

Os administradores podem adicionar e remover membros e grupos, criar novos e controlar o teor das mensagens, podendo excluir conteúdos inadequados. Já os membros da comunidade podem sair se desejarem e têm o poder de bloquear contatos e denunciar abusos. Qualquer pessoa vai poder criar uma comunidade, mas para fazer parte de uma é preciso ser convidado pelo administrador.

O ícone do Comunidades (três figuras estilizadas), deve ser exibido no topo do aplicativo, ao lado de “Conversas”. Não se preocupe se ainda não estiver no seu app. Em alguns dias estará.

 

Não use para espantar clientes

Assim que o anúncio do lançamento da nova função do WhatsApp foi feito as “ideias brilhantes” dos vendedores 24/7 começaram a pipocar:

“Agora eu vou poder mandar anúncios para todos os grupos de uma vez”; “vou criar muitas comunidades e colocar 50 grupos em todas para mandar minhas ofertas”…

Pare de infernizar a vida das pessoas pelo WhatsApp!

O WhatsApp é uma excelente ferramenta de venda – e isso ficou mais do que provado durante a pandemia – mas também pode ser um tiro no pé para quem fica incomodando gente desconhecida com ofertas de produtos.

Não incomode quem não tem potencial para ser seu cliente

A ideia de que é possível conquistar clientes apenas fazendo uso de “ofertas irresistíveis” ou de “uma linguagem persuasiva adequada” é balela. Você pode fazer uma ou duas vendas usando esses ou outros recursos, mas isso não faz da pessoa que comprou o seu produto um cliente.

Um cliente é alguém que você sabe o nome, sabe onde encontrar, mantém um relacionamento. Os demais são apenas consumidores que podem ou não voltar a comprar de você.

Quando eu falo do uso consciente do WhatsApp estou dizendo que você deve usar a ferramenta para conversar com o seu cliente e tornar a sua conexão com ele mais forte – não só para que ele volta a comprar, mas também para que se torne um divulgador da sua marca/empresa/solução.

Isso se aplica não só ao uso do WhatsApp, mas todos os canais e é por isso que conteúdo é algo importante. Quando você tem um grupo de clientes engajados em um canal é com conteúdo que você deve mantê-los conectados a você.

Quem não é seu cliente não deve ser incomodado com ofertas de venda insistentes no WhatsApp, no e-mail ou na rede social!

É claro que fazer isso parece ser uma “estratégia” boa, afinal, pulverizar anúncios de ofertas sempre atinge alguém que precisa do produto e resulta em alguma conversão, mas na verdade isso não é estratégia alguma é preguiça de pensar e de trabalhar.

Atirar para todo lado não é estratégia. Essa é a prática “de venda” mais antiga e que requer menos talento de todas. Até os criminosos que aplicam o golpe do sequestro pelo telefone a utilizam.

Segmentar o público é a chave

Antes de pensar em juntar pessoas em um grupo de WhatsApp, uma Comunidade ou até uma lista de e-mail, analise se esses indivíduos:

  1. Querem fazer parte ou estar nesse espaço;
  2. Querem receber suas mensagens (seu conteúdo);
  3. São ou querem ser seus clientes.

Existem diversas formas de segmentar públicos. Por persona é uma delas e eu gosto desse método porque ajuda a entender para quem o seu produto se destina e como essa pessoa, cliente em potencial, deve ser abordada e tratada.

Entre os seus clientes também deve haver uma segmentação. Existem os que compram mais, com mais frequência ou são mais ativos e participativos quando abordados e outros que não são assim. Entender essas diferenças faz com que você possa direcionar ofertas certeiras, por exemplo.

Se as pessoas que estão nos seus grupos (listas de e-mail, etc.) querem estar ali, são seus clientes ou querem ser, perfeito! Esse é o mundo ideal. Elas sabem qual é o seu negócio e concordam com a abordagem.

Note que o problema não são as ofertas ou o seu desejo de vender. O problema é tentar forçar a compra de algo para quem não quer ou não precisa do produto (ou serviço). É ser chato, insistente, inconveniente. Quando você está no papel de consumidor você sabe muito bem como é desagradável ser incomodado(a) por alguém tentando te empurrar um produto.

Segmentar é também uma forma de economizar recursos e direcionar esforços para atingir quem interessa, mesmo através de anúncios. Hoje em dia a internet permite uma segmentação que veículos tradicionais nunca tiveram. Por isso a ideia de que atingir o maior número de pessoas independentemente de quem sejam e do que desejam é obsoleta.

Descubra quem é o seu público e foque sua energia e recursos para falar diretamente com ele. Se pensar dessa maneira, a plataforma vai ser só um detalhe.

 

O autor é consultor de marketing digital, fundador da Conten Comunicação Digital. Também é jornalista e autor de livros sobre Trade Marketing, Atendimento e Multicanalidade e Gestão de Marcas. 

Instagram/Facebook: @gucandido; LinkedIn: gustavo-candido

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