O Departamento de Água e Esgoto (DAE) não divulgou, mas o poço Consolação foi fechado, novamente, já em setembro do ano passado e deixou, em definitivo, de produzir água em Bauru. A unidade foi reativada no início do governo Suéllen por decisão do então presidente do DAE, Marcos Saraiva, mesmo com baixíssima produção.
Hoje, a assessoria de imprensa da autarquia respondeu a indagação do CONTRAPONTO. “O Poço Consolação foi desativado em setembro de 2024 devido à baixa produtividade frente aos custos operacionais, tornando-se economicamente inviável pela contribuição relativamente insignificante ao sistema de abastecimento do Bela Vista, que à época havia sido reforçado pela interligação com o sistema Nova de Julho”. Era véspera de eleição municipal e milhares sofriam com torneira seca.
Conforme o DAE, “com o nível estático do Aquífero Guarani a 106 metros, o poço Consolação produzia menos de 20 m³/h (estimados 12 m3 na verdade) com bomba submersa a 134 metros de profundidade, sem possibilidade de rebaixamento por limitações estruturais do poço. Em agosto de 2024, antes da desativação, o sistema Bela Vista foi interligado ao Nove de Julho, recebendo aproximadamente 200 m³/h de água potável e o tornando independente do sistema ETA/Batalha, regularizando o abastecimento na região em meio à crise hídrica”.
A região, por sinal, continua sendo abastecida pelos poços Bíblia (produção média de 53 m³/h em 2024) e Padilha (52 m³/h). Ou seja, estas duas unidades também não produzem bem. Mas ainda seriam necessárias e viáveis, na visão operacional do DAE.
A reabertura do Consolação foi criticada na ocasião. O poço já havia sido tamponado, atendendo a relatório especializado contratado pelo DAE junto a HIdrosan, por volta ainda de 2015. No mesmo período em que reabriu o Consolação sem justificativa técnica, o DAE investiu na perfuração do poço Alto Paraíso, em região onde é conhecido estudo hidrogeológico apontando baixa capacidade de vazão em Bauru.
O Alto Paraíso produz somente 20 m3/hora. O DAE, contudo, o mantém operando argumentando que existe Reservatório ao lado – o que reduz custos extras com adução e bombeamento.
RODRIGO ROMERO
Em outra demanda, a autarquia tenta resolver o caso da rua Rodrigo Romero, que engoliu dois veículos com cratera aberta na rua e apresentou, ontem, novos problemas.
A princípio, o DAE alegou que não haveria problema extra na rua, citando que o retorno de equipes para o local, ontem, se deu para nivelar a boca de poço de visita, com a rua.
Mas, na verdade, as equipes identificaram que um ramal apresentou problema. O curioso é que a derivação estaria inativa. O dispositivo foi trocado.
O caso Rodrigo Romero adverte, como apontamos aqui, a discussão sobre a segurança, amplitude e garantia de obras necessárias em micro e macrodrenagem apontadas pelo estudo contratado pela Prefeitura junto a Fipe no pacote da concessão de esgoto, que incluiu drenagem na avenida Nações Unidas.
Se a concessão vingar (o governo prepara novo edital para atender uma segunda impugnação do TCE), a obra de drenagem da bacia da Nações Unidas, com piscinões e troca de todas as tubulações complementares, conforme o governo, somente será discutida no oitavo ano do contrato. Até lá, se tudo avançar, teremos outro governo (e novas descobertas).
ATÉ QUANDO VÃO CONTINUAR COMETENDO ERROS, NEGLIGÊNCIAS, E, “BATENDO PALMAS PARA MALUCOS DANÇAREM” ?