O Departamento de Água e Esgoto (DAE) vai apresentar à prefeita Suéllen Rosim autorização, por lei, para financiamento das obras da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) e da captação complementar para o sistema do rio Batalha. O projeto tem estimativa de custo de R$ 100 milhões. Com este valor, o presidente do DAE Marcos Saraiva acredita que há capacidade da autarquia arcar com o financiamento.
As propostas foram apresentadas por Marcos Saraiva em reunião da Comissão de Obras, realizada ontem (08/02), presidida pelo vereador Coronel Meira. Ao CONTRAPONTO, Saraiva deu outros detalhes da proposta. “Levantamos um projeto modular em inox, pré-fabricado, que tem menor custo de manutenção e ocupa menor espaço para uma nova ETA. O projeto tem capacidade para tratar até 700 litros por segundo. E pode ser instalado de forma modular com 150 litros por segundo de produção de água a cada etapa”, explica.
Conforme Saraiva, o sistema de construção modular permite a conclusão no prazo entre 1,5 anos e 2 anos. “Este prazo entre a assinatura de um contrato deste porte e sua entrega tem relação com o prazo de carência que o DAE pode alcançar para começar a pagar o financiamento, que é de 24 meses. Estamos concluindo a cotação do projeto da nova ETA e o investimento projetado hoje é de R$ 58 milhões. Apresentamos na Comissão da Câmara a proposta de financiar esta obra e para o abastecimento de 38% da população que depende do Batalha”, complementa.
O presidente do DAE comenta que a nova ETA será construída ao lado da atual, próximo da Lagoa. Há área disponível. “O projeto prevê capacidade para tratar água de classificação 4, que é a do rio Tietê hoje, que tem mais coliformes fecais e muito metal pesado. A ETA atual não trata este tipo de água com os filtros que ela tem. Ela consegue tratar classificação 2, sem metais pesados e com menos coliformes, da água do Batalha. A tecnologia nova usa membrana por osmose reversa para conseguir tratar neste nível mais difícil”, argumenta.
NOVA CAPTAÇÃO DO BATALHA
A outra parte do valor do financiamento estudado pelo DAE é para antecipar a instalação do novo sistema de captação. No Plano Diretor de Águas (PDA) a indicação técnica (de especialistas da Hidrosan, contratada para o estudo em 2013) é para o sistema ocupar local situado a 22 km abaixo do atual ponto (na divisa com Piratininga).
“Nós vamos estudar a alternativa dessa captação nova considerar buscar água no rio Tietê. É preciso ver os custos desse percurso e sistema. Mas vamos fazer o estudo. A proposta agora é contratar a nova ETA, ao lado da atual Captação, e o projeto executivo junto com a instalação da Captação Complementar. Nossa projeção de receitas e investimentos comporta as parcelas. Há dinheiro em linha federal, da Caixa, com menor juros do mercado hoje, aproveitando os incentivos da nova lei (marco saneamento de 2020)”, complementa.
Por fim, Saraiva posiciona que a opção por financiar também tem relação com o fato do DAE não poder abrir mão do cronograma físico-financeiro de obras assumido com a Promotoria para realizar ano a ano o Plano Diretor de Águas, conforme levantado pelo CONTRAPONTO no ano passado (veja informações abaixo).
“Vamos continuar as obras em reservatórios e setorização da cidade. Estamos hoje setorizando a Vila Dutra e continuamos na Falcão e Alto Paraíso. Nas regiões baixas desses bairros a pressão da rede de água é muito forte. Estoura muito tubulação sem setorizar, sem ter o controle operacional técnico adequado, como está hoje. Vamos fazer estas obras e por isso tem de financiar para antecipar e fazer as outras”, conclui.
Para o presidente da Comissão de Obras, Coronel Meira, “foi positiva a surpresa de ver um projeto bem amarrado para superar as deficiências antigas com a atual ETA e a necessidade da nova captação. O sistema atual está superado. Vamos acompanhar cada passo deste estudo e verificar se não vai ficar só no papel”.
A aprovação de financiamento junto a Caixa Federal, com anuência da Prefeitura para o contrato, conforme a linha disponibilizada, exige lei autorizativa. O cronograma da nova captação do Batalha prevê projeto executivo até 2025 para, depois, instalar o sistema complementar. A proposta é antecipar estas etapas.
Veja a seguir infográfico com as etapas das obras com os prazos originais firmados com a Promotoria em abastecimento, até 2025, a valores do ano passado:
Não há motivos para dar esse cheque nas mãos de pessoas tão incompetentes qto Saraiva e Suellen. Bauru necessita de uma gestão feita por políticos e não por aventureiros forasteiros.