Município vai doar até 1.000 caixas d’àgua e decreta emergência

Município amplia distribuição de água e decreta emergência por queimadas e estiagem

O racionamento será ampliado se não chover. Hoje, a Lagoa do Batalha está seca e teria de parar 2 dias por vez para recuperar produção

O Município de Bauru vai doar até 1.000 caixas d’água para moradores de bairros que sofrem com racionamento. A prefeita Suéllen Rosim decretou estado de emergência hídrica e contra queimadas.

O governo anunciou nesta quarta-feira (01/10) medidas para minimizar os efeitos do racionamento sobre os moradores abastecidos pelo Sistema do Rio Batalha. È a primeira vez, em anos de crise hídrica, que o governo adota a compra de reservatórios residenciais para minimizar os efeitos da estiagem. A ação já chegou a ser divulgada em governos anteriores, como no de Gazzetta, mas não foi efetivada. Na ocasião, o DAE alegou que a maior parte dos moradores não tinha condições de instalar ou readequar o suporte (elevado) para as caixas.

O Plano Diretor de Águas (PDA) – que virou lei em 2019 com diversas ações obrigatórias para ampliar a oferta de abastecimento de água em Bauru – traz a doação de caixas d´água como uma das ações. Em Limeira, onde o mesmo estudo foi realizado e executado pela empresa Hidrosan (contratada em Bauru), a crise no abastecimento teve muito menor impacto a partir do incentivo ao aumento da reservação nas casas.

O DAE deve começar a entrega das caixas pelas partes altas que deveriam receber água do Batalha – regiões mais afetadas com a seca. Em Limeira, por sinal, como anotamos aqui há alguns anos, o programa não se resumiu a fornecer caixas d´água. Uma lei municipal de incentivo “premiou” os consumidores que reduziram consumo e ampliaram, ao mesmo tempo, a capacidade de armazenamento de litros de água nas residências. O PDA identifica exatamente esta falha em Bauru.

O governo ainda anunciou contratação emergencial de dois reservatórios. Apuramos que a proposta é instalar um de 1,5 milhão de litros e outro de 3,5 milhões de litros nesta fase. O governo também quer acelerar a instalação da adutora da região do Val de Palmas (onde foram prometidos os chamados poços pulmão) até o Reservatório Alto Paraíso.

O DAE está adquirindo mais 5 mil galões de água de 10 litros para ampliar a oferta em pontos de racionamento, nos bairros, como no Jd Ouro Verde.

ABRE A VÁLVULA?

Uma ação técnica aparentemente eficiente (imediata) surpreendeu o presidente do DAE, João Carlos Viegas. Em visita a pontos novos de oferta de água – na região do Batalha, conforme divulgado pelo vereador Marcelo Afonso em sua rede social e na sessão legislativa – Viegas foi questionado sobre abertura de registro em uma tubulação (adutora) atrás do Residencial Shangrilá que liberaria água adicional direto para a ETA (principal foco da crise hídrica).

Conforme o vereador, essa ação operacional permitiria aproveitar excedente de água produzida, em sequência, pelos poços Tamboré, Imperial e Chácaras Cardoso – que são interligados. A questão inusitada, segundo Afonso, é que Viegas teria se surpreendido com o fato de encontrar a válvula (registro) fechada exatamente no “ponto final”. Ao lado desse ponto, em situação no mínimo antieconômica, caminhões pipa se abastecem em hidrante (na av. Mário Ranieri). Ou seja, retiram a pouca água do sistema ligado a Captação do Batalha ao custo de R$ 240,00 a hora o caminhão.

O uso desse excedente, porém, aguarda estudo do DAE. Até o poço Imperial a adutora é 10 polegadas. Dalu até a ETA o tubo é de 6 polegadas. Qual é o estudo? O DAE dizer se trocar os 2 km finais de adutora resolvem para uso do excendentea de produção dos 3 poços citados.

Sobre gasto com caminhões, em 2024 o DAE consumiu mais de R$ 14 milhões em pipas. O serviço não é por quantidade entregue de água, mas por hora – cuja fiscalização é mais difícil.

QUEIMADAS

Apesar do anúncio do decreto incluir queimadas, o governo não informou que ações estão sendo implementadas na crise que amplifica os problemas dos bauruenses neste período de seca e matas sendo queimadas em abundância.

No mês passado, o governo anunciou a contratação de serviços de fiscalização da Polícia Ambiental. Mas a medida ainda não avançou.

 

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