Damaris depõe na Seccional de Polícia e confirma confissão sobre desvios de cestas e eletrodomésticos do Fundo Social

A ex-assessora de Gabinete da Prefeitura de Bauru, Damaris Nunes de Faria Pavan (foto), confirmou em depoimento à Seccional da Polícia Civil de Bauru, na quarta-feira, a confissão de desvios em doações de cestas básicas e eletrodomésticos no Fundo Social, a partir de janeiro de 2021.

O depoimento foi em inquérito aberto pela Polícia após o registro de ocorrência e entrevistas da ex-assessora da prefeita Suéllen Rosim na semana passada. O depoimento foi à delegada Priscila Alferes.

Damaris elencou todas as afirmações que tornou público e entregou registros (ata notarial) e a íntegra de mensagens pelo seu telefone celular mantidas com a então presidente do Fundo, Lúcia Rosim, mãe da prefeita, a secretária da prefeita, pastora Elusangela, arquivos com Suéllen Rosim e outros elementos.

A Polícia levantou o nome de ao menos 6 pessoas indicadas com participação nas ações para serem chamadas. Damaris também entregou cópias de relatórios das doações, entre 2021 e 2022, confirmando dados prestados pela também ex-comissionada, Andrea Storolli. Ela era responsável pelo serviço administrativo do Fundo na ocasião e confirmou relatórios ao CONTRAPONTO.

Conforme reportagem exclusiva na semana passada, Damaris abriu novas mensagens de sua confissão sobre irregularidades que afirma ter praticado durante a gestão do Fundo Social de Solidariedade. Em uma conversa de mais de 1 hora, Damaris descreveu rotinas e a forma como diz ter atuado na gestão ilegal de doações de cestas básicas e eletrodomésticos, sob o comando da mãe da prefeita, Lúcia Rosim. Também no final de semana, Suéllen Rosim e sua mãe, Lúcia Rosim, ingressaram com ação judicial com pedido de indenização contra a ex-aliada (leia no link abaixo).

Na entrevista ao CONTRAPONTO, Damaris afirma que as doações de cestas básicas e outros produtos, como os eletrodomésticos enviados pela Polícia Civil, tinham registro regular de entrada. Ela diz que coordenava tanto as entradas quanto as saídas, realizando os registros com outra servidora (que cuidava da ação administrativa do Fundo}. Segundo ela, as doações de empresas e órgãos oficiais contam com documentação (recibo, nota fiscal). Ela também realizava a montagem de cestas a partir de entregas avulsas de alimentos, inserindo esse estoque adicional em relatórios.

Damaris franqueou a verificação dos arquivos em seu telefone celular. Tanto das mensagens em que registrou ata notarial (documento firmado em cartório para confirmar a veracidade de conteúdo original) quanto de outras conversas. Segundo a ex-assessora, as mensagens trocadas com Lúcia Rosim e pastora Elisangela Cardoso do Prado Pereira (assessora de gabinete da prefeitura) apontam que as irregularidades que agora confessa eram conhecidas do governo.

Ela mantém arquivos de todas as conversas por watsapp em dois aparelhos. Um equivalente ao primeiro ano (que não mais utiliza no dia-a-dia). E outro a partir de 2022 até aqui. A ex-assessora ficou os primeiros 15 dias do início do governo, em janeiro de 2021, no gabinete, como secretária da prefeita. E a partir de então foi atuar no Fundo Social, comandado por Lucia Rosim.

Durante o início do governo o Fundo funcionou no terceiro andar do Palácio das Cerejeiras, na sala onde hoje está instalada a assessoria de imprensa. Depois, foi alugado o imóvel em frente a Prefeitura.

LEIA MAIS AQUI:

Ex-assessora abre novas mensagens sobre confissão de uso irregular do Fundo Social e Suéllen e Lúcia Rosim a acionam no Judiciário por indenização

 

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