Dengue em Bauru tem quatro vezes mais casos do que Franca

A circulação do vírus da dengue em Bauru já é mais de quatro vezes maior do que os registros em cidades do mesmo porte, como Franca, no norte Paulista. Conforme o Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde (NIES) do Estado, os casos confirmados da doença também estão muito acima dos números de Piracicaba, por exemplo. Bauru também acumula registros acima dessas regiões em mortes de pacientes em razão da doença.

Conforme o último boletim do NIES divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, a dengue em Bauru já acumula 8.719 casos confirmados, com 6 óbitos. Em Piracicaba, a doença pelo vírus transmitido pelo mosquito tem 3.041 casos confirmados, com 2 óbitos. Em Franca, são 1.723 casos e 1 óbito. O comparativo identifica mais de quatro vezes o número de pessoas acometidas da doença em Bauru em relação a Franca, por exemplo.

A saúde estadual alerta que os indicadores são muito elevados para cidades com populações similares, a partir de 400 mil pessoas. Isso sem contar subnotificações. Na realidade, o número de casos é bem maior. Muitos não informam a doença às autoridades.

O boletim estadual também destaca que a cidade de Bauru tem, pela primeira vez, a circulação da dengue tipo 4 (DENV-4), conforme o Instituto Adolfo Lutz. O secretário Municipal de Saúde, Márcio Gomes, disse em entrevista após audiência pública na Câmara, na semana passada, que o órgão está atento a situação. Contudo, Gomes não vê preocupação com a presença do novo tipo de dengue na cidade. O total de casos reflete mais gente na fila das UPAs.

A pasta anunciou a contratação de mais 60 agentes de controle de saúde (ACS) para ampliar as ações preventivas e fiscalização em imóveis. Contudo, permanecem as dificuldades dos agentes acessarem milhares de imóveis fechados para aluguel e, ainda, centenas de construções inacabadas, com formação de poças de água parada e limpa. Apesar do clima mais ameno, com frente fria e vento, o calor após as chuvas dos últimos dias tendem a ajudar na expansão dos criadouros no ambiente urbano.

VÍRUS EM CRIANÇAS 

Além da dengue, preocupam as autoridades de saúde o aumento de casos de crise respiratória grave, sobretudo em bebês, em vários estados do País, incluindo São Paulo.

Conforme texto oficial produzido pela Agência Fiocruz, divulgado na quarta-feira (30/4), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz alerta, mais uma vez, para o cenário de aumento da circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), que segue provocando o crescimento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e hospitalizações entre crianças pequenas. O aumento de casos tem ocorrido em estados das regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste do país, alcançando níveis de incidência que variam de moderado a muito alto. A análise também destaca o aumento da mortalidade de idosos por influenza A. O estudo é referente a Semana Epidemiológica (SE) 17, período de 20 a 26 de abril.

A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa do Processamento Científico da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, informa que, nesta semana, os cientistas seguem observando, em diversos estados, a tendência de aumento das hospitalizações por SRAG associado ao vírus influenza. No entanto, segundo a atualização, apenas no Mato Grosso do Sul, no Amazonas e no Pará essas internações atingem níveis de incidência de moderado a muito alto. Nas demais unidades da federação, o número de novas internações por influenza, principalmente entre os idosos, ainda permanecem baixo.

Por conta da circulação desses vírus respiratórios sazonais, a pesquisadora reforça a importância de cuidados, como a manutenção da etiqueta respiratória ao apresentar sintomas de gripe ou resfriado, com o uso de máscara em locais com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde. Portela ainda chama atenção que é fundamental que todas as pessoas elegíveis se vacinem contra o vírus da influenza o quanto antes.

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