Estado faz alerta para risco da doença do carrapato. Em Bauru, segue impasse sobre capivaras no Lago Sul

Moradores do Lago Sul retomam preocupação em relação à população de capivaras no ambiente

A confirmação pelo Instituto Adolfo Lutz de que as primeiras mortes de pessoas em Campinas estão ligadas a contaminação através do carrapato estrela (febre maculosa) reacendeu preocupação entre moradores do Condomínio Lago Sul, em Bauru. O impasse em relação ao controle populacional ou outra medida de manejo adequado em relação aos animais permanece. Há ação judicial em andamento desde 2019.

A divulgação de três mortes ligadas ao carrapato, até esta quarta-feira, potencializou reações em Bauru. O governo do Estado, de outro lado, emitiu alerta em relação a presença humana em locais onde é possível o contato com o carrapato transmissor da doença. Apesar da preocupação, a situação de mais de 250 capivaras que habitam imediações do Condomínio Lago Sul permanece indefinida na Vara da Fazenda Pública local.

A ação civil pública ambiental da Sociedade Amigos do Lago Sul, composta por moradores, requer medidas no caminho do controle populacional ou outra indicação especializada veterinária capaz de eliminar o risco de contaminação. A ação impetrada pelo advogado Luiz Guilherme Soares de Lara teve pedido de liminar indeferido, ainda em outubro de 2019. A retirada do grupo de animais para outra localidade foi considerado medida injustificada e que não resolve a problemática. Mas o fator determinante para a juíza Ana Lúcia Graça Lima Aiello rejeitar a liminar foi a apresentação de sorologia (exames) apontando que aquela população de capivaras, na ocasião, não continha o carrapato ligado à ocorrência de febre maculosa.

Neste momento, a magistrada deferiu pedido dos autores da ação para que sejam acionadas instituições de curso superior da formação veterinária a fim de buscar cooperação técnica para ações de redução e controle da população (castração). As faculdades ainda não se manifestaram no processo.

ALERTA DO ESTADO 

O Governo de SP, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, faz um alerta para que as pessoas que estiveram na Fazenda Santa Margarida, na região de Campinas, no período de 27 de maio à 11 de junho e apresentarem febre e dor pelo corpo, dor cabeça ou manchas avermelhadas pelo corpo, procure atendimento médico imediatamente e informe ao médico que esteve na região.

Dos 12 casos confirmados da doença neste ano, três foram de pessoas que estiveram nos eventos realizados no local. Desta forma, é importante que todos que frequentaram a Fazenda fiquem atentos aos sintomas e comuniquem ao serviço médico. Essas informações são fundamentais para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.

A febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato, é uma infecção febril de gravidade variável, com elevada taxa de letalidade. Causada por uma bactéria do gênero Rickettsia é transmitida pela picada do carrapato. Entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato estrela é alta (o ciclo de vida do carrapato inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto).

Além da fazenda onde os eventos foram realizados, as regiões com maior frequência de casos são as de Campinas, Piracicaba, Assis e Sorocaba. O período de incubação da Febre Maculosa é de 2 a 14 dias. Portanto, é importante considerar exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.

“Ao se aventurar em regiões de mata e cachoeira, é importante estar ciente que estamos no período de reprodução do carrapato estrela, ocorrendo o risco de transmissão da Febre Maculosa através de sua picada. Caso em até 15 dias após este deslocamento, você apresente sintomas deve procurar atendimento médico o mais rápido possível”, afirma Tatiana Lang, Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.

Embora a Febre Maculosa seja grave e com alta letalidade, é possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença. Verificar com frequência se há algum carrapato preso ao seu corpo, usar roupas claras com manga longa, calça comprida e calçado fechado são algumas medidas efetivas para a proteção contra o carrapato transmissor.

1 comentário em “Estado faz alerta para risco da doença do carrapato. Em Bauru, segue impasse sobre capivaras no Lago Sul”

  1. Irão colocar a culpa nas capivaras agora!? Fizeram isso na febre amarela e quase dizimaram espécies de macacos como os bujios entre outras!!! A natureza está muito antes do homem e nós que devemos nos adaptar. Ficar mostrando animais e insinuando culpa a eles só fará com que pessoas alienadas e cruéis façam atrocidades. Porque não questionam os órgãos competentes e sanitários que até hoje não criaram mecanismos de controle e prevenção dessa e outras doenças que por negligência ainda assolam sociedade.

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