Estratégia x tática: por que suas ações de marketing estão patinando

Por Gustavo Candido
Você já sentiu que está fazendo “de tudo” em marketing, mas os resultados simplesmente não aparecem como deveriam?
Postagens frequentes, anúncios rodando, campanhas de todos os tipos saindo do papel, ferramentas “miraculosas” com inteligência artificial sendo usadas… mas, na prática, a atração de novos clientes não decola, o engajamento segue morno e a conversão não acontece.
<span;>Se você se identifica com essa sensação, este artigo é para você. O problema pode não estar no esforço. Pode estar na falta de direção. E essa direção tem nome: estratégia.
Por mais incrível que pareça, a grande maioria das organizações gasta mais tempo pensando em ações pontuais do que em planejamentos estruturados para atingir objetivos. Isso acontece porque nos últimos anos, o marketing foi colonizado pela lógica da velocidade.
Todo dia surge uma nova técnica, um formato “que viraliza”, um truque “milagroso” para dobrar seguidores ou leads. A consequência? Muitos negócios se tornaram reféns da ação pela ação. Implementam ferramentas, testam canais, contratam especialistas… mas fazem tudo sem um plano mestre por trás.
É uma espécie de taticismo crônico: empresas que vivem de táticas isoladas, tentando resolver problemas estratégicos.
O que é estratégia e o que é tática  

A diferença entre estratégia e tática é um dos fundamentos clássicos do pensamento organizacional e do marketing, mas que comumente é negligenciada no prática.
Segundo Michael Porter, um dos principais teóricos da administração estratégica, em um artigo clássico de 1996 para a Harvard Business Review, estratégia é “criar uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades”. Ou seja, estratégia diz respeito às grandes decisões que norteiam os objetivos de longo prazo de uma empresa, orientando o que deve ser feito e por que se faz.
Já a tática, por sua vez, está relacionada à execução dessas decisões estratégicas: trata-se do como, do conjunto de ações práticas adotadas para colocar a estratégia em movimento. Assim, enquanto a estratégia busca diferenciação e posicionamento sustentável, a tática foca na performance e na eficiência operacional de curto prazo.
Ignorar essa distinção pode levar empresas a investirem esforços em ações desconectadas dos objetivos reais do negócio.
Não é uma competição, uma coisa é consequência da outra   
É importante deixar claro que a tática não é uma vilã! Ela é essencial. Mas tática sozinha não guia ninguém. Ela é uma consequência da estratégia.
A estratégia responde:

Quem é meu público?
Qual problema real resolvo para ele?Como me posiciono no mercado?
Qual é o valor da minha marca?
Onde quero estar em 6, 12, 24 meses?
A tática responde:
Qual canal vou usar?
Que tipo de anúncio vou rodar?
Qual tipo de conteúdo funciona melhor?

Que CTA coloco no meu conteúdo?

Em resumo, a estratégia é o mapa da sua viagem; a tática é o veículo que vai te conduzir no caminho. Você pode ter o melhor carro do mundo, mas se não souber para onde está indo, só vai andar em círculos.

Sintomas de uma empresa sem estratégia  

Dê uma olhada no seu negócio. Se você está vivendo algumas dessas situações, pode ser um sinal de que o seu marketing está patinando por falta de estratégia:
Alta rotatividade de agências, consultores, freelancers ou plataformas — sempre buscando um elemento “salvador”;

Campanhas que geram cliques, mas não geram vendas;
Falta de clareza sobre o que torna sua marca única;
Dificuldade de escalar resultados mesmo com aumento do investimento;

Sensação de estar sempre “começando do zero” nas ações de marketing.
Por que isso acontece tanto?
Há uma ansiedade legítima — especialmente entre pequenos e médios empresários — por resultados rápidos. É até compreensível, o negócio precisa de caixa, de clientes, de visibilidade. Mas quando essa urgência atropela o planejamento, a empresa começa a agir no escuro.
Ela testa anúncios porque “viu concorrentes fazendo”, posta no Instagram porque “é preciso manter frequência”, lança promoções porque “é final de mês”. No fim, está apagando incêndios em vez de construir uma marca.
Fazer marketing de verdade exige pausas inteligentes. Exige tempo para observar o mercado, compreender o comportamento do cliente, definir um posicionamento forte e entender qual é a real vantagem competitiva do seu negócio.
Essa é uma das grandes ironias do marketing atual: todo mundo está correndo, mas poucos sabem para onde.
Por onde começar?   
Nunca é tarde para começar a pensar estrategicamente. Se você percebeu que talvez esteja agindo de forma tática demais, sem uma direção clara, aqui vão alguns passos para sair do ciclo:
1 – Olhe de novo para o seu cliente
Quem é ele hoje? O que ele valoriza? O que realmente o move a comprar? O comportamento do público muda e você não pode deixar de acompanhar essa evolução.
2 – Revisite sua proposta de valor
<span;>Por que seu cliente deveria escolher sua marca entre tantas? O que torna a sua oferta especial? Seus produtos continuam fazendo sentido?
3 – Defina objetivos reais de marketing
Quer aumentar reconhecimento? Gerar leads? Lançar uma nova linha? Cada objetivo exige estratégias e métricas distintas.
4 – Construa um plano antes de comprar mídia
Anunciar sem estratégia é como sair na rua e gritar sem saber para quem. Gurus e algumas agências vão dizer o contrário, por isso fique atento!
5 – Estabeleça momentos de análise e ajuste da estratégia
Marketing não é sobre acertar de primeira — é sobre aprender rápido e melhorar continuamente.
Marketing não é sobre fazer mais, é sobre fazer direito  
Empresas que crescem de forma sustentável não estão fazendo “tudo”. Elas estão fazendo o que importa — de forma alinhada com seu propósito, com clareza de público e com objetivos de negócio bem definidos.
Em um cenário onde os algoritmos mudam, as plataformas evoluem e o comportamento do consumidor é imprevisível, a estratégia é o seu porto seguro. Ela não te impede de errar, mas te dá o contexto para aprender com o erro.
Então antes de pensar na próxima campanha, pare e se pergunte: essa ação faz sentido dentro da minha estratégia ou é só mais um movimento no piloto automático para causar um impacto pontual?
Se precisar de ajuda me chame!

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