Ex-assessora da prefeita entrega conversas e áudios da denúncia de recebimento para atuar na campanha de Lúcia Rosim

Assessora de gabinete de Suéllen, Damaris Pavan afirma que entregou cestas do Fundo Social e atuou na campanha de Lúcia Rosim, em 2022A então assessora de Gabinete da prefeita, Damaris Pavan, entrega mensagens (em watsapp) e áudios de conteúdos que, segundo ela, confirmam sua alegação de que recebeu R$ 2.900,00 para atuar na campanha a deputada de Lúcia Rosim na campanha de 2022. Damaris fez a acusação durante seu depoimento à CEI das doações e, em entrevista à imprensa, afirmou que o pagamento foi realizado através de Ana Beatriz Pereira – que atuou no Fundo como bolsista.

Na ocasião, Damaris coordenava o Fundo Social de Solidariedade, como cargo comissionado da prefeita. Lúcia presidiu o Fundo na origem do atual governo, desde janeiro de 2021. O suposto pagamento para ela pedir votos para a atual secretária de Assistência Social não é objeto de apuração pela CEI. A Comissão tem competência específica para averiguar as denúncias de irregularidades na gestão de doações de cestas básicas e eletrodomésticos no órgão.

A revelação dos prints e áudios vêm na esteira da divulgação do relatório final do inquérito policial sobre as doações. Damaris não gostou da conclusão e também mostrou insatisfação com reações políticas sobre o episódio. O inquérito confirma indicações de irregularidades na gestão das doações (entradas e saídas) no Fundo, entre 2021 e 2022, mas não vê provas ou elementos suficientes para indiciamento de responsáveis. Leia matéria a esse respeito aqui:

Inquérito policial confirma falta de controle de doações ao Fundo Social e insuficiência de provas para denúncias de Damaris

 

CASO PIX

Em depoimento na CEI de doações, Damaris Pavan lançou que recebeu o equivalente a R$ 3 mil para também atuar na campanha de Lúcia Rosim. Ela ainda afirmou que o pagamento foi realizado pelo tesoureiro do PSD na campanha, Walmir Vitorelli Braga, mas com a remessa feita através de PIX, por intermédio da bolsista Ana Beatriz Pereira.

A ex-assessora disse que mantinha as conversas e mensagens com Beatriz e Walmir para comprovar suas alegações. Primeiro entregou o comprovante do PIX, protocolando na CEI nesta semana, conforme a seguir:

Agora, a ex-assessora apresenta o contato feito pelo tesoureiro Walmir Braga (o cunhado da prefeita que confessou ter contratado e pago o hacker Patrick Brito). Conforme Damaris, na mensagem Walmir pede os dados pessoais e bancários de Ana Beatriz para receber o pagamento. O tesoureiro do PSD, partido presidido por Suéllen Rosim, também pede para que Damaris não conte para outras pessoas sobre isso.

Damaris envia outra mensagem onde, segundo ela, Walmir confirma o pagamento. Em entrevista, Damaris Pavan disse que pediu votos para Lúcia Rosim também durante entregas de cestas básicas e eventos, quando atuava no Fundo Social. A mensagem é de 2 de setembro de 2022. Segundo ela, os conteúdos são todos da mesma data. “Eu fazia as entregas e pedia apoio para a bispa (Lúcia). Meu pagamento foi feito pelo Walmir. O pix veio da Bia (Beatriz)”, disse.

Conforme apuramos, na prestação de contas eleitorais, Lúcia Rosim declara pagamento de R$ 3 mil para Ana Beatriz Pereira, a bolsista informada por Damaris como intermediária para o pagamento. Na repercussão do depoimento à CEI, o advogado de Lúcia, Jeferson Machado, atribui a nova declaração a sequência de ações vingativas de Damaris e rejeita o ocorrência de irregularidades. Comenta, ainda, que a prestação de contas da campanha foi aprovada pela Justiça Eleitoral.

Veja nota do advogado: “Todas as contas e contratações de campanha da Sra Lúcia Rosim foram regulares e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral, tendo sido inclusive aprovadas pelo TSE. A Sra Damaris age em completo desespero, movida por maldade, ressentimento e intenção de vingança por ter sido exonerada, fabricando narrativas vazias que não encontram o mínimo amparo na realidade dos fatos”.

PROMOTORIA

O caso do PIX foi objeto de representação ao Ministério Público Estadual (MPE) pelo vereador Eduardo Borgo. O parlamentar fez o protocolo na sexta-feira. Como, a princípio, a denúncia de Damaris levaria a apuração de suposto crime, ou fraude, a discussão jurídica gira em torno da competência.

Ou seja, o Ministério Público pode receber o material para apurar se ocorreu, ou não, o uso de “laranja” para pagamento ou se o caso é atribuição da Polícia Federal, por se tratar de fato eleitoral. Outra questão é se a ocorrência, de 2022, está ou não prescrita.

Os áudios entregues por Damaris Pavan reforçam a mesma linha de raciocínio da denúncia. Em tese, a assessora menciona, com base nessas conversas, que recebeu pelo pagamento e que o fato foi coordenado por Walmir e com conhecimento de Beatriz, a terceira pessoa na triangulação:

Neste segundo áudio, Damaris conta que fez o que combinou com Walmir: entrou em contato e Beatriz anuncia o envio de seu documento:

 

 

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