Após mais de uma década de redução a taxa global de extravio de bagagem aumentou para 7,6 malas por mil passageiros em 2022, ou 74,7% a mais em relação a 2021. O dado está no relatório anual da SITA. A proporção de malas atrasadas na transferência aumentou para 42% , devido ao ressurgimento das viagens internacionais e de longa distância.
Ou seja, segundo o relatório de Insights em TI para Bagagens 2023 (2023 Baggage IT Insights) da SITA divulgado nesta semana o número de malas extraviadas quase dobrou de 2021 para 2022.
Escassez de funcionários, retomada das viagens internacionais e superlotação nos aaeroportos estão entre os principais desafios no gerenciamento das bagagens e sua garantia de manuseio sem irregularidades nos terminais – sobretudo nos períodos de pico de viagens. Conforme o relatório, o aumento no extravio das malas pressiona a necessidade de ampliar a digitalização. Como prioridade, a indústria de transporte aeroviário aposta também na automação para reverter os números ruins.
Em 2022, as bagagens que sofreram atrasos representaram 80% de todas as malas extraviadas. Já as perdidas e roubadas aumentaram para 7% e as danificadas e furtadas reduziram para 13%.
Esse disparo na taxa de extravios ocorre após mais de uma década de redução. O setor aponta que melhorias significativas no processo ajudaram a taxa de extravio por mil passageiros a cair 59,7% entre 2007 e 2021. Contudo, dada a pressão de escassez de funcionários e da retomada das operações pós-pandemia, a taxa de extravio do ano passado ‘explodiu’ em 75%.
CONEXÃO
As malas dos voos com conexão são responsáveis pela maioria das bagagens extraviadas. Esse fato não foi diferente em 2022, que registrou um aumento de um ponto percentual em relação a 2021, o que eleva para 42% a proporção de bagagens com atraso durante a transferência.
O retorno das viagens internacionais e de longa distância, apontam os gestores, resultaram em erros durante o deslocamento das malas e de maiores taxas de extravio durante as conexões.
A falha no carregamento de bagagens respondeu por 18% de todas as que foram extraviadas em 2022. Estes erros mais do que dobraram em comparação a 2021, representando 9% de todas as malas atrasadas no ano passado.