Obra parada há vários anos do Macksoud no Centro já tem movimento no canteiro para retomadaA obra da enorme estrutura de cimento e ferro no Centro de Bauru, parada há muitos anos, está sendo retomada. Não é mais somente torcida. Um grupo de investidores adquiriu o espólio do Macksoud Plaza. E já atua para ele funcionar.
O capítulo de hoje da Série Esqueletos Urbanos traz a situação, neste momento, de mais 4 imóveis de porte em Bauru, metade pública e a outra parte com o setor privado.
O comum entre os 4 imóveis é que são áreas enormes, paradas ou subutilizadas. Vamos lá ver quais são e a situação de cada uma?
MACKSOUD
O gigante de cimento e ferro está sendo revisado para retomada da obra civil – parada há anos em terreno de 6 mil metros quadrados, com 28 mil m2 instalados embaixo da terra (sim: o projeto do tal Shopping naufragou, mas construiu estacionamento em 4 níveis no subsolo).
O espólio desse investimento do grupo Macksoud foi adquirido pelo Fundo Rescue, apurou o CONTRAPONTO, com exclusividade. Não por acaso, operários atuam no canteiro. O registro de imagem desta segunda-feira (02/12) da matéria é fato consumado. Confirmamos que os compradores contrataram o serviço de limpeza do “esqueleto” e avaliação dos danos, para elencar recuperação.
O fundo de investidores (cujo nome é ‘resgate’ em inglês) prepara análise de engenharia, custos e prospecção de etapas para fazer funcionar o imóvel. Não como shopping, a princípio. A ideia é por o imóvel para “gerar receita”, operar, por partes. Otimizar, aproveitando vários projetos aprovados, é um caminho.
O fato é que um dos mais significativos esqueletos urbanos cravados no Centro de Bauru vai sair dessa lista. E ele não é o único. Busque a lista com dezenas de imóveis na Série Esqueletos Urbanos no site.
PRÉDIOS DA FERROVIA
Patrimônio da União que secciona a cidade, o longo trecho de trilhos ferroviários tem inúmeros ativos já em processo de devolução pela concessionária Rumo. Alguns dos galpões, com prédios altos (‘pé direito’), além de àreas de plataforma e estações, como no Jd. Guadalajara, estão na lista. Consultores do setor imobiliário foram contatados para serviço de avaliação de negócios (oportunidades) para investidor que também já se apresentou para adquirir em leilão a ser liberado pelo setor de patrimônio federal.
Em outra parte do projeto ligado a estruturas da ferrovia, o Município acaba de obter R$ 1,5 milhão para gerar estudo para projeto dos trilhos (uma proposta é transporte leve de passageiros por trilhos) – por VLT. Aqui não falamos da Estação Ferroviária – adquirida da Prefeitura no governo Rodrigo e para onde a atual prefeita disse que levará algumas Secretarias (falta viabilizar recurso). Seria por concessão, como anunciou Suéllen em 2021? Outra parte – sobre ferrovia: o governo do Estado sinaliza que vai fazer trens intercidades para passageiros. O projeto 1 é até Campinas, depois São José dos Campos, depois Sorocaba. Somente depois dessas etapas viria Bauru. Será?
ÀREA FUNCRAF
Nesta quarta-feira tem audiência pública convocada pela vereadora Chiara Ranieri, às 10h, para o Município explicar a destinação de mais de 200 mil metros quadrados da àrea industrial, com prédios e outras estruturas, na antiga Boeringher, ou Funcraf – em sua destinação frustrada mais recente.
A Prefeitura obteve no Judiciário a àrea de volta. Um decreto ainda de Rodrigo Agostinho destina o local para projeto de Parque Tecnológico e ou de Inovação. O senador Marcos Pontes prometeu isso ainda quando estava ministro. Mas até agora nada.
Com a mudança recente da Lei dos Distritos, no governo Suéllen, àreas que abriguem projetos de porte podem ser cedidas de forma direta. E a indústria de medicamentos e derivados da saúde, Santisa, indicou que precisa de local grande para instalar fábrica.
A Santisa já investiu em unidade de fabricação de remédios no Centro, perto do PS Central. Mas quer avançar na produção de embalagens de saúde (como frascos, vidros). O grupo tem projetos aprovados da linha na Agência Nacional de Saúde.
Expandir o potencial de insumos na Cadeia de Saúde é um potencial adormecido em Bauru. Além da rede de vários hospitais referência particulares e públicos, a cidade tem o prédio da Rede OnCare em operação recente, projeto do Hospital Municipal e expansão do HC da USP. De lavanderia a oferta de gases, a cadeia circular do setor pede expansão aqui…
ANHANGUERA
A Faculdade Anhanguera mantém blocos em enorme àrea construída sem uso, na frente da Av. Moussa Tobias. O custo do patrimônio parado passaria de R$ 500 mil mensais.
Confirmamos que o executivo proprietário desceu seu jato particular e falou com a prefeita Suéllen Rosim. Proposta: alugar por $ 150 mil mensais para os blocos reunirem o Paço Municipal. Jurídico, Semel, Sedecon, Finanças e outras estruturas estão em prédios alugados caros – que já gastam mais do que os R$ 150 mil. A Saúde está também em prédio grande na região central e ainda alugou outros. Seplan, Semma, Defesa Civil e Funprev ocupam outros endereços.
O Executivo estudou tudo isso. Mas a prefeita estaria avaliando alternativas e custo de readequações no campus da ex-Anhanguera.
Ah… o histórico Palácio das Cerejeiras tem partes sem uso, com problemas estruturais. Pronto para entrar na lista dos Esqueletos, como o Sambódromo, Alça do Viaduto João Simonetti, ex-INSS, Predião Garagem, Hotel Milaneze muitos, muitos prédios residenciais parados e casas ou lojas fechadas na região central.
SÉRIE
A Série de reportagens dos Esqueletos Urbanos tem inúmeros capítulos porque a lista de imóveis sem uso é enorme.
Até a próxima …
Nelson, parabéns pela excelente matéria. Vc levanta situações q precisam de soluções urgentes sejam públicas ou privadas. Bauru precisa de repaginação é uma visão mais alegre além de avanço na economia com produção e empregos.
Só acredito, vendo FUNCIONANDO !
Todo longo caminho , começa pelo primeiro passo ….. reflexão ….
Nelson parabéns pelo levantamento de dados e divulgacao deles!
A VERDADE VERDADEIRA, ISSO TEM NOME CHAMA SE
QUEBRADEIRA E COM GRANDES DIVIDAS E PONTO !!
Pr
Parabéns!
Essa série tem tudo para ser um sucesso, infelizmente.
Em Bauru temos muito patrimônio parado sem destinação. Uma pena!
Aproveito pra comentar sobre uma imensa gleba com mais de 200mil m2 que uma entidade (IPRESPA) a recebeu como doação da prefeitura há mais de 60 anos atrás em excelente localização, entre a avenida Nações Unidas e a avenida Lúcio Luciano.
Como corretor de imóveis após contato com o então presidente da entidade, Sr Orlando Polido, na ocasião fui informado, que à depender da proposta, a entidade poderia estudar a possibilidade de negociação parcial da área pois utilizava apenas uma pequena fração da gleba.
Avancei com estudos e com tentativa de aproximação das partes junto à construtora MRV, que chegou a propor a possibilidade de permuta da área por apartamentos no local o quê proporcionariam renda mensal vultuosa para entidade, o que seria possível conforme parecer júridico realizado à época.
Estranhamente a entidade encerrou o assunto sem querer se informar e estudar mais sobre a oportunidade e meios seguros para sua eventual viabilização.
Com isso a a entidade abriu mão de uma negociação que poderia gerar receita mensal forte, preferindo manter uma “fazenda” sem uso algum dentro de uma cidade carente de espaço para moradia popular.
Seria interessante se este assunto fosse “ressuscitado” com a ajuda do seu jornalismo.
Abs