Fundo do Batalha tem R$ 2 milhões. De 9 poços listados por Suéllen: 1 não existe e outro produz quase nada

Suéllen na Lagoa do Rio Batalha quase seca. quais são os 9 poços que a prefeita diz que entregou? Não são! Leia aqui

Choveu garoa! Esfriou. Mas é quase nada para uma cidade de quase 400 mil pessoas que enfrenta novamente rodízio  o abastecimento de água. O racionamento tende a prosseguir por vários meses em Bauru. Pode ir até outubro. E este é o grande fantasma para a prefeita Suéllen Rosim. Ver o eleitor com sede na hora de votar neste ano! Infelizmente.

Mas afinal: onde estão e quanto produzem os “9 poços” que a prefeita repete que fez, em suas redes sociais, para justificar as ações em abastecimento, com o rodízio por falta d’àgua? Suéllen perfurou alguns poços novos desde janeiro de 2021? Sim!

Mas não são 9! Na verdade são 8. Destes, 3 unidades velhas foram reabertas e 1 novo quase nada produz. O atual governo perfurou, portanto, 5 poços novos. E 1 destes não funciona!

Vamos ao fato: o atual governo inclui na lista 1 poço velho ineficiente – Consolação (condenado pelo estudo especializado contratado pelo próprio Município em 2015 e que virou lei em 2019).

Nossa obrigação de reflexão é CONTRAPONTO. De curto e longo prazo.

Do imediato: dos 8 poços acionados no atual governo, o novinho do Alto Paraíso não tem água! Isso mesmo. Produz apenas 17 m3/h. O projeto de 120 m3/h com despesa de cerca de R$ 1,3 milhão na perfuração é furado! Com trocadilho: dinheiro jogado fora.

O vereador Coronel Meira vistoriou o local. “Gastaram com perfuração de poço que não tem água. Tem tão pouca água que nem inauguraram o poço.”. Quem responde pelo estudo geológico que levou o governo Suéllen a perfurar onde não tem água?

Coronel Meira vistoria o enorme Reservatório quase vazio no Alto Paraíso, onde tem poço novo que pouco produz
LISTA DOS POÇOS

Pedimos ao DAE para informar, afinal, quais são os 9 poços ditos pela prefeita como realizados pelo governo atual desde 2021 e quanto produzem.

Dado concreto: são 8 poços. E ainda assim o poço Consolação foi tamponado há anos. Este, na verdade, já estava descartado na lei do Plano Diretor de Àguas (PDA). Decisão técnica porque produz quase nada. O governo atual reabriu mesmo assim, através do então presidente Marcos Saraiva. E está produzindo só 14 m3/h.

Este é o apontamento do estudo pago à empresa Hidrosan, em 2015. Contratação por R$ 1,8 milhão que gerou o PDA. Que virou lei em 2019.

Veja a lista informada pelo DAE:

1 – Praça Portugal – perfurado em 2021 e finalizado em 08/21 – R$ 1.490.000,00
Produção atual: 85 m3/h   (metade do projetado)
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=39006

2 – Infante Don Henrique (Shopping) – finalizado em 03/22 – R$ 2.200.000,00
Produção atual: 175 m3/h
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=40311

3 – Consolação – reaberto em 03/22
Produção atual: 14 m3/h  (condenado pelo PDA)
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=40357

4 – Nova Esperança III – reaberto em 05/22
Produção atual: 52 m3/h
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=40620

5 – Alto Paraíso – perfurado em 03/22 – custo só da obra R$ 1.300.000,00
Produção atual: 17 m3/h
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=39545

6 – Distrito III-2 – inaugurado em 06/23 – R$ 4.800.000,00
Produção atual: 190 m3/h
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=44234

7 – Chácaras Cardoso – inaugurado em setembro/23 – R$ 3.600.000,00
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=43731
Produção atual: 85 m3/h

8 – Parque Real – reativado 04/21 após conclusão de nova rede de água

https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=38197
Produção atual: 60 m3/h

OUTRAS MEDIDAS 

O governo atual realizou interligações (essenciais, conforme o PDA), iniciou investimento robusto em Telemetria e, assim, deu andamento ao fundamental plano de controle de pressão de água no sistema.

O governo, com o rodízio, contratou (agora) abertura de um canal emergencial para melhorar a obstrução de água de um afluente na Lagoa do Batalha. E também acrescentou produções em poços auxiliares, como no Jardim Niceia e Mary Dota. Já as retiradas de vegetação da Lagoa (com Hidrotrator) e de sedimentos estão programadas para este mês. O compromisso foi assumido ainda no início de 2021. Mas até agora não foi realizado.

O governo também contratou caminhões-pipa, com motorista, para socorro emergencial de reabastecimento de Reservatórios. Para minimizar a crise hídrica. Mas, a médio e longo prazo, a escassez do Batalha depende de uma série de outras ações. Um plano que, de fato, não sai de “um dia para o outro”. Mas que precisa ser realizado, por todos os governos, sem “invenções” por agentes que não são especialistas, ao longo do percurso.

Depois do decreto de racionamento, o governo também cita que o poço do Recinto Mello Moraes (com capacidade de apenas 15 m3/h) está sendo acionado para ajudar a minimizar a crise. Ações necessárias, sim, de urgência (naturais no momento de maior gravidade).

LAGOA

A Lagoa do Rio Batalha continua bastante assoreada. E há obstrução também de afluentes.
Com o decreto de estado de emergência hídrica, o Município esta semana abriu um canal para desobstruir a chegada de água na Lagoa (veja vídeo de 30 segundos acima cedido por Miguel Filho). Ajuda. Mas é ação pontual.
De outro lado, o Fundo que recolhe valor todo ano para aplicação em preservação e recuperação do Rio Batalha tem R$ 1,974 milhão em caixa. Em quais ações esta verba foi aplicada desde a criação do Fundo?

O MITO

A Lagoa do rio Batalha tem limitações de armazenamento e produção.

Segundo o DAE, a estiagem deixou o local ainda mais raso. E a operação reduziu a retirada de água para 250 litros por segundo. O “normal” era puxar 400 l/s, há alguns meses. Isso reduz a produção em 12 milhões de litros por dia, segundo o DAE.
Assim, este é o volume de água que, a princípio, falta para chegar às torneiras dos bairros abastecidos pelo Batalha.
Mas atenção, a licença ambiental autoriza retirar 317 l/s da Lagoa. Esta é a vazão máxima permitida. A licença venceu em 2019. E, por vários governos, o DAE retirou entre 500 e até 550 l/s do local. Ou seja: muito acima do permitido. O que é irregular! Por isso (também) o estudo da Hidrosan aponta criar outra Captação (22 km acima). Para responder pelo volume indevido retirado da unidade atual, regularizando a super exploração que há anos foi “afogando” o Batalha.

Esta semana, conta o vereador Coronel Meira, foi iniciada discussão técnica para a seguinte questão (esta sim de médio e longo prazo):

“A cidade de Bauru não pode correr o risco de ficar dependente somente de poços, mas também não pode permanecer com as incertezas na garantia de abastecimento do Rio Batalha. E ainda temos milhões de pés de eucalipto em plantações exatamente no trecho dos afluentes e até a nascente, em Agudos. Vamos discutir com a Bracell (que arrendou milhares de hectares e plantou eucalipto para sua fábrica gigante em Lençóis Paulista, mas garante água com ligação com o Rio Tietê), ou vamos assistir ao agravamento da escassez de abastecimento?”, indaga o vereador.

Meira propõe que a cidade contrate estudo técnico sobre as áreas (lindeiras) no trecho do Batalha e afluentes da Captação até Agudos e confronte este estudo com a revisão do Plano Diretor de Águas (PDA), incluindo na ação a discussão sobre buscar ou não água no Rio Tietê.

O DAE está realizando processo para contratar a revisão (atualização do PDA de 2015).

4 comentários em “Fundo do Batalha tem R$ 2 milhões. De 9 poços listados por Suéllen: 1 não existe e outro produz quase nada”

  1. Em 3 anos empurrou com a barriga. 6 meses pro fim do governo quer que acreditemos que tudo foi feito pra termos água. Mas não temos. Ainda quer mais 4 anos pra nada.

  2. Porque a prefeitura e o dae nao aproveitam a seca do batalha, e utilizem rmaquinas para limpar o leito do rio e aprofundar para que quando voltar a chover, aumente a quantidade de agua no reservatorio.

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