Em dossiê entregue à Polícia Civil de Araçatuba (SP) no inquérito que apura espionagem contra o jornalista Nélson Itaberá, o hacker Patrick Cesar da Silva Brito revela que o cunhado da prefeita Suéllen Rosim, Walmir Henrique Vitorelli Braga, utilizou telefone celular registrado em nome do partido PSC, em 2021.
Walmir Vitorelli e boa parte da família Rosim assumiram o PSC algum tempo depois de Suéllen assumir a Prefeitura e depois desembarcaram no PSD. Hoje, o cunhado de Suéllen – acusado pelo hacker de ter o contratado em 2021 para espionar a vida pessoal do jornalista Nélson Itaberá (proprietário deste site CONTRAPONTO) – é assessor do deputado estadual Paulo Correa Júnior. A prefeita, por coincidência política, divulgou ontem em sua rede social que estava em agenda em São Paulo com o deputado Correa e o comandante do PSD, Gilberto Kassab (foto a seguir). Em matéria sobre a revelação do inquérito sobre a espionagem ao jornalista na sessão legislativa de ontem, publicada na edição de hoje do Jornal da Cidade, a prefeita diz que não tomou conhecimento da fala do vereador Eduardo Borgo por estar na agenda com Kassab e Correa na Capital.
GABINETE SABIA
O gabinete da prefeita Suéllen Rosim já tinha conhecimento do caso envolvendo o hacker.
O CONTRAPONTO já havia indagado o chefe de Gabinete, Rafael Lima, a respeito. Ele disse que não tinha informações e, na ocasião, iria falar com Suéllen sobre o assunto. Não houve retorno. Ontem, Lima ligou para comentar a repercussão do caso na sessão legislativa. No início do ano, o chefe de Gabinete enviou matéria ampla da Revista Piauí descrevendo a trama que envolve o hacker Patrick e confronto com o delegado de Araçatuba, Cotait. Este inquérito, porém, não trata da confissão oficial do hacker sobre o serviço sujo de devassa na vida pessoal do jornalista Itaberá.
Este material descreve informações do próprio hacker de que teria atuado para a Polícia Civil em casos de espionagem de personagens da política nacional, como a Operação Raio-X (que apura contratos com Organizações Sociais da saúde) com citações ao agora ministro Márcio França, candidato ao Senado na última eleição. Em contato com França, este disse que o hacker acessou sua assessoria, na ocasião. Mas o hoje ministro também decidiu aguardar a apuração.
Como informado na reportagem da revelação da espionagem, na edição de ontem, Patrick Brito está preso na Sérvia. O mandado de prisão judicial decorre de outro inquérito, onde o criminoso alega perseguição pelo delegado Cotait.
REAÇÃO
Assim como o caso do hacker não é desconhecido do governo Suéllen Rosim há semanas, o CONTRAPONTO também já havia conversado com a vereadora Estela Almagro sobre a informação de que sua rede social teria sido derrubada também no pacote de serviços criminosos que o hacker fez, segundo disse à polícia, a serviço do cunhado da prefeita.
Revelamos aqui, então, que a vereadora Estela guardou o acordo de sigilo para apuração do caso – que somente agora chega à Polícia com confissão do próprio hacker.
Estela, então, reagiu ainda durante a sessão de ontem que o episódio é “caso de banditismo no governo”. A vereadora adiantou que vai apurar se outras pessoas foram alvo de espionagem e outros meios criminosos de perseguição. Ela ainda expôs a contratação do cunhado da prefeita Walmir pelo deputado Paulo Correa Jr. e disse que vai acionar a bancada do PT para questionar o parlamentar na Assembleia Legislativa Paulista. Ainda não conseguimos contato com o deputado Correa. O jornalista Nélson Itaberá está em viagem de férias.
Assim, o relatório divulgado ontem na sessão gerou a antecipação da divulgação do fato. Até aqui, a apuração seguia aguardando o depoimento do hacker. Que ainda não aconteceu. Diante da divulgação na sessão da confissão com dossiê, conseguimos também, ontem, o primeiro contato com o advogado do hacker Patrick, Daniel Madeira. Ele confirmou a confissão dos crimes contra Itaberá no inquérito. Mas não deu detalhes, em função do sigilo na investigação iniciada somente agora em Araçatuba.
O CONTRAPONTO se compromete em dar ampla divulgação das informações que estão sendo checadas, apuradas, no momento certo.
LEIA MATÉRIA completa da divulgação do inquérito de espionagem neste link:
Araponga: sessão traz denúncia de contratação de hacker para espionar jornalista Nélson Itaberá
PT de BAURU COBRA APURAÇÃO
Em nota, a direção municipal do PT de Bauru repudia o caso de espionagem e cobra apuração rápida:
“O PT Bauru, através de sua Executiva, repudia de forma veemente a perseguição e monitoramento da nossa vereadora petista Estela Almagro e do jornalista do site Contraponto Nélson Itaberá, em denúncia do trabalho contratado pelo cunhado da atual prefeita bauruense, Suéllen Rosin, junto a um hacker. Rejeitamos a política de perseguição exercida junto ao mandato da vereadora, com sua atuação de oposição a atual admistração. Ao mesmo tempo, presta incontinenti solidariedade, tanto para vereadora, como ao jornalista, no absurdo já sendo investigado pela Polícia Civil. Que as punições ocorram, com a rápida identificação de seus devidos mentores e executores”, conclui a nota.
Bauru é um caso sério…
É o fim do mundo !
Necessário se faz apurar tudo e punir todos os envolvidos!
Hacker pediu socorro quando partiram para cima dele, política é uma infame sem precedente!!!