N. 122 FAMESP FAZ CONSERTOS NO HC E MAIS 3 MORREM NO PRONTO SOCORRO A ESPERA DE UTI
22 SEM UTI
Bauru passa das 500 vítimas com registros oficiais da Covid. No boletim desta segunda-feira (quando acumulam os dias do final de semana), a administração municipal informou que mais 3 pacientes faleceram a espera de UTI hospitalar, enquanto recebiam cuidados de retaguarda no Pronto Socorro. São 22 mortes nesta situação (sem alcançar UTI), conforme a administração.
Ainda na sessão legislativa de segunda foi noticiado que um senhor (João Sidnei) também conseguiu decisão judicial para ser internado em hospital particular, mas não resistiu. Ele estava entre os 3 óbitos informados pela Secretaria de Saúde, aguardando no PS.
BENEFICÊNCIA
O Hospital Beneficência Portuguesa distribuiu nota à imprensa, à tarde, esclarecendo que os familiares de pacientes com Covid que aguardam UTI não devem ir à unidade para buscar internação. Esta medida só foi tomada para um caso, com ordem judicial.
A “correria”, por desinformação, à Beneficência Portuguesa veio depois que munícipes espalharam pelas redes sociais vídeo com fala gravada pelo promotor de Saúde, Enilson Komono. Na gravação, em frente ao Hospital Beneficência, o promotor cita que foi obtido bloqueio de mais de R$ 17 milhões em medida judicial e que a medida era paliativa, para obrigar o Estado a ofertar UTI. Como o conteúdo também menciona o caso de ordem judicial, obtido pela Defensoria Pública, muitos entenderam (errado) que a UTI estava garantida no hospital.
A obtenção tem de ser buscada no Judiciário e somente após o Estado não ter vaga de UTI, 48 horas após o pedido. Este tempo de espera pela vaga via CROSS e, depois, para a necessária medida judicial reduz muito as chances de um paciente em estado grave conseguir escapar da Covid. Nesta fase (cepa), a transmissão é mais rápida e o efeito do vírus no organismo, regra geral mais agressivo…
CONCESSÃO
A partir da divulgação da decisão da prefeita Suéllen de concluir o contrato entre Prefeitura e COM Engenharia até o final do ano para a obra da ETE, com anúncio de abertura de nova licitação para 2022, reações já movimentaram os meios político e empresarial local.
Para alguns, a decisão técnica já era esperada (a impossibilidade jurídica da COM concluir a ETE por limite de gastos legal). Mas surgiram, também, falas em defesa de concessão para finalizar a obra e a operação da Estação de Tratamento. Estes lançam que o DAE não demonstra condições de governança para tocar serviços com qualidade. E, ao fim, o bauruense terá de pagar pelo serviço mensal de tratamento de esgoto. A receita atual não cobre esta estrutura para toda a cidade.
MERCADO
A discussão sobre concessão envolve o novo marco regulatório do saneamento, aprovado o ano passado pelo Congresso.No caso de Bauru, há quem observe, inclusive no governo, que a cidade pode exigir outorga (para levantar caixa com o que já foi utilizado na ETE) e por na concessão que o setor privado invista no término, sendo remunerado pela diferença (custo restante) e a prestação do tratamento, com manutenção do sistema…
No caso do lixo (tratamento e destino final), o governo está discutindo o mesmo. O governo sabe que a concessão (do lixo) envolve instituir cobrança do usuário. A avaliação não está no modelo em si, neste momento, mas em buscar reduzir o valor apresentado durante o governo Gazzetta. Sem cobrar pela concessão do cidadão, a concessão não para em pé, discutiram os próprios técnicos do governo em visita ao aterro sanitário…
ABASTECIMENTO
Como a presidência do DAE apresentou dados muito superficiais (apenas de construção de poços e reservatórios já previstos na LDO…) na primeira audiência pública que buscou saber o plano de ação para a falta d´água em Bauru, o Legislativo aprovou nova convocação, mas agora segmentando.
Nesta terça, às 14 horas, o DAE tem a incumbência de apresentar o plano de ação para abastecimento espeficamente da região Noroeste…
GASTOS NO HC
A direção da Famesp já fez reparos em infiltrações, ajustes em instalações elétricas, colocou entradas de oxigênio, comprou exaustor (que já foi entregue) no Hospital das Clínicas. A fundação listou estes gastos no pedido judicial de desbloqueio dos recursos (mais de R$ 8,8 milhões) em andamento na Vara da Fazenda Pública de Bauru.
Portanto, a “enrolação”, “demora” trágica e injustificada para por 10 leitos UTI no HC depende apenas do Estado. Ai vem o Estado com divulgação para assinar o papel e distribuir release com fotos para anunciar os “novos leitos”….! Os 10 leitos UTI no HC estão muito atrasados. Há vários dias, o Pronto Socorro tem 10 pacientes em estado grave aguardando leito Covid…
LOCKDOWN
Depois da confirmação de óbitos e do aumento de casos (como em todas as cidades, infelizmente), a Prefeitura de Agudos anunciou fechamento de quase tudo (só hospital, farmácia, alimentos – com controle de pessoas – etc) a partir de sexta-feira até a manhã de segunda-feira… com antecipação do feriado de Tiradentes para esta sexta.
Objetivo: quebrar a “cadeia” de transmissão exponencial da doença…. Como fez Araraquara (embora com mais dias de duração)…
ORGANIZADO
Alguns dos mesmos usuários que tentaram, em vão, a vacinação na UBS do Jardim Europa, na sexta-feira, retornaram para o CONTRAPONTO para comentar que o serviço estava organizado, com mais atendentes, com estrutura adequada, na ação de imunização no sábado, em Bauru!
USO DO FTE
Vários parlamentares defenderam, na sessão de segunda, a utilização de parte dos recursos (saldo) do Fundo de Tratamento de Esgoto (FTE) para uso excepcional destinado à compra de vacinas e cestas básicas, por período limitado… ainda na pandemia….
A situação de urgência, sem precedentes, seria o caminho jurídico para buscar o apoio da Promotoria para a aprovação de lei nesta direção. A questão será discutida com a Prefeitura, de quem teria de partir proposta em forma de projeto de lei… se for o caso.
O FTE tem cerca de R$ 170 milhões no caixa. Os recursos foram criados por lei, em 2005, para financiar as obras do cronograma do saneamento (interceptores e ETE).
Com todo o respeito, a montagem dos leitos de UTI no HC deveria ser por conta da parte do Estado que está bloqueada, devendo a FAMESP só fazer a gestão.
O que está bloqueado dela precisa ser usado para a manutenção desses leitos e d outros do Estadual.
O Estado continua “dormindo em berço esplêndido” e nada acontece!
A pirâmide está invertida e não muda de posição!
Acho que não deve haver a concessão da ETE. O DAE todo deve ser privatizado. Está cada vez mais claro a incapacidade de tapar até buracos de seus reparos imagina de gerenciamento de uma obra como ETE. Na atual gestão continua tudo na mesma toada, não se percebe nenhuma nova dinâmica na resolução de problemas.