N. 157 EX-PRESIDENTES APONTAM DIFERENTES PONTOS SOBRE O PLANO DIRETOR DE ÁGUAS (PDA) EM BAURU
EX-PRESIDENTES NA CEI
Os depoimentos de ex-presidentes do DAE à CEI do PDA (Plano Diretor de Água) trouxe inúmeras abordagens diferentes, com pontos de vista diferentes, sobre o estágio de necessidades para as instalações, planejamento e solução para o abastecimento no Município.
Evidente que, nesse campo, cada gestão abordou pontos específicos, em momentos distintos.
Mas, cada um, deu elementos, informações, interessantes sobre os percalços que a cidade enfrentou para não resolver, ou minimizar a níveis adequados, as deficiências em produção, distribuição, reservação e abastecimento de água. Vale apontar alguns conteúdos trazidos nos depoimentos …
REFORMA DA ETA
Eric Fabris foi presidente em duas ocasiões. A segunda, de 2017 a março de 2019 (quando deixou o DAE depois que Gazzetta anunciou a contratação de fundação de São Carlos – que mudaria o conteúdo da concorrência da ETE….).
Ele disse que é contra reformar a ETA atual (antiga). Eric defende nova ETA e na captação, perto da Lagoa, para modernizar a a custo menor de operação.
Neste item, Eliseu Areco (que sucedeu a Eric e ficou no DAE até 31/12/2020) apontou que a ETA nova custa, a valores atuais, R$ 100 milhões.
TARIFA DO DAE
A gestão política em relação à tarifa do DAE foi apontada por ex-gestores. Areco e Fabris, por exemplo, apresentaram reiteradas ações pela necessidade de atualização (anual). Não enfrentar a questão é desidratar a capacidade de investimento.
Outro erro mencionado é comparar a tarifa de Bauru com o de outras cidades, com estruturas e definições diferentes daqui. Comparar “coisas” desiguais, embora em relação ao mesmo produto.
REDISTRIBUIÇÃO
O DAE tem hoje, no caixa livre (fora do fundo do esgoto), R$ 70 milhões no caixa. Uma boa parte está disponível para investimentos. E parte do público não sabe, ou não lembra, que esse crescimento perene de recursos foi obtido com o aumento do percentual da arrecadação global para “água”, retirando do FTE.
E isso foi amarrado ao Plano de Contingência, em razão da estiagem. Mas ele não foi concluido.
SETORIZAÇÃO
Inserir instalações que permitam a operação da tubulação, poços e reservatórios em setores separados é essencial. Na Bela Vista, em dois dois setores isso foi feito. Mas o PDA tem uma lista com inúmeros outros pontos…. que ainda não foram feitos.
HIDRÔMETROS
Precisam ser trocados os medidores. Mas, nos últimos anos, pouco foi feito neste quesito. No Gasparini foi instalado, como ação piloto. Mas, de 2014 até aqui, é muito pouco. E esta medida é “ponto de equilíbrio” para a equação (investimentos do PDA x suporte de caixa).
Areco considera que serviços como a substituição, em escala, de hidrômetros têm de ser contratados. O DAE tem 15 encanadores…
CAIXAS D´ÁGUA
A gestão Gazzetta criou lei para DAE comprar e dar caixas d´água para incentivar (e ampliar) reservação residencial. Montou-se licitação pra adquirir 60 mil caixas e começar por moradores do Alto do Batalha (região do Ouro Verde e etc.). Mas não foi executado. Foi apontado, na sequência, dificuldades na instalação efetiva pelos moradores.
A lei está sem aplicação. O atual governo indicou que quer fazer. Limeira apostou nesta medida, associada a redução de perdas, incentivo a menor consumo, e etc. E deu resultado.
RIO BAURU
Eric Fabris apontou que identificou capacidade de vazão em trecho do rio Bauru, perto do Jd. Paulista, para instalar adutora e levar para a ETA, ampliando a oferta de volume no sistema Batalha. Seriam 300 l/s. Se isso se concretizasse, a dados de hoje, resolveria a deficiência e exploração irregular hoje do que se “tira” do rio Batalha.
Já Flávia Souza, comentou em depoimento que a água disponível na APA Água Parada é significativa e que nada foi feito para retirar despejo de esgoto neste manancial.
NÃO A CONCESSÃO
Em síntese, Eric Fabris, Eliseu Areco, Célio Bucceroni e Flávia Souza se posicionaram em defesa do DAE público, com modernização e gestão. Continuidade do PDA atualizado e governança, com rompimento dos vícios atuais (antigos) internos, são é essenciais!
Mas, para quem passou por lá, o DAE é joia da coroa… e todo mundo quer (setor privado) uma empresa com superávit (mesmo com deficiências existentes em perdas físicas e de faturamento), com 100% de abastecimento e 98% de rede de esgoto.
ESPELHO
Bucceroni ampliou que Bauru produz 140 mil m³/dia de água e reserva muito acima da norma, além de ter a ETE em andamento. “Privatizar pra que?”… Ele exemplificou que concessão não é sinônimo de serviço eficiente e com preço justo, vide a Vale do Rio Doce, a CPFL e as ferrovias…
BRIGA NO FÓRUM
A ex-presidente do DAE, Flávia Souza, disse que os recursos disponíveis via fundos estão parados e não podem ser utilizados em razão de disputa judicial em torno de quem comanda o Fórum Pró-Batalha. “Há uma briga de quem comanda e isso virou disputa judicial e com isso tudo está parado”…
“Encontrei o DAE bastante sucateado…. Tem dificuldade enorme do pessoal fazer as coisas no DAE. Tem de ficar o dia todo em cima, senão não sai….”, apontou Flávia, que ficou só 3 meses no cargo, neste ano.
‘BOICOTE NO DAE”
Flávia Souza confirmou o que foi revelado pela prefeita Suéllen ao CONTRAPONTO (de que ela enviou um email com seu currículo e foi contratada). Sobre sua demissão, a ex-presidente disse; “Não sei dizer porque fui demitida”… “E isso machuca!”.
Flávia disse que “bateu de frente” com setores e afirmou que “no DAE tem boicote”…
BOLETIM COVID
No último boletim oficial da semana, a Prefeitura informa 831 óbitos (3 a mais registrados, dois sem comorbidade). 74 destes faleceram enquanto aguardavam no Pronto Socorro por UTI do Estado. A lotação de leitos UTI no HE (mais HC) atingiu 104% (com 73 internados para 70 leitos).
VÍDEO DO MINISTRO
O ministro Ricardo Salles fala em um vídeo (editado ainda durante sua visita a Bauru) que as obras de Estação do Tratamento de Esgoto (ETE) agora vão sair. E vinculou isso ao “novo marco de saneamento”. Nada disso!
A obra da ETE capengou, deve atingir 70% no final deste ano graças ao trabalho que recolocou a Arcadis no canteiro de obras (como projetista) e até pode ser entregue se o atual governo conseguir fazer nova licitação e a atual empreiteira (COM Engenharia) não arrumar “encrenca” após dezembro deste ano (quando termina o contrato). Mas o término da obra nada tem a ver com o que foi apontado pelo ministro.
BASTIDOR DA NOTÍCIA
Elemento 1. …
O leitor tem direito de saber como funcionam algumas estratégias de políticos na ação de elaboração, controle e emissão de “narrativas”. Algumas estruturas governamentais são acessíveis. No Município é muito mais fácil contatar e falar, porque as pessoas são daqui, estão próximas.
Mas em Brasília e no Estado o “represamento”, patrulha institucional e controle é severo em vários setores. Em visita de autoridade, como ministro, a assessoria sonda o terreno, levanta pontos de convergência para a fala “tranquila” do agente público e mapeia.
A estratégia também envolve dificultar o contato direto. Na agenda oficial, põe um palanque (palco) e o sujeito discursa. Entrevista coletiva, de fato, é rara. Dá um depoimento, rápido, de minutos, e cai fora. Ou seja, o contraditório é dificultado.
Outro lado: e, mesmo com todo esses “estratagema”…. é comum agentes políticos criticarem, depois, que “tal informação” foi dada sem o contato com o personagem do fato…. Pois é! Apostem: regra geral, nestes casos, eles nunca (e fizeram de tudo) quiseram falar!…
Têm muitos outros “temperos” neste bastidor, claro… Se interessar, anotem nos comentários que trazemos….
Cuidem-se!
A EX PRESIDENTA FALOU QUAL FOI O SETOR QUE ELA BATEU DE FRENTE !!!!
Ola Gustavo. Não falou. Ela só mencionou que enfrentou resistências de grupos internos.. Mas no depoimento à CEI não explicou. Abc