N. 159 GAZZETTA CONFIRMA EM DEPOIMENTO QUE TAMBÉM NÃO CUMPRIU PDA!
DEPOIMENTO
Ao contrário do que andou falando, em entrevistas, nos últimos dias, o ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta confirmou em sua participação na Comissão de Inquérito (CEI) que apura o descumprimento do Plano Diretor de Águas (PDA) que ele, como os demais, também não fez sua parte.
E a constatação veio de forma objetiva. As respostas do ex-prefeito não resistiram a algumas poucas questões a ele formuladas. Gazzetta iniciou dizendo que entregou 4 poços (Geisel 3, América, Sta. Cândida e Estoril Premium). Mas lançou: “Fizemos a setorização da cidade em 18 bairros”.
Ah! E das citações tem de ficar claro que demanda adicional (de novos empreendimentos) não é da lista do PDA. É obrigação de demanda!
CONTRAPONTO
Estela Almagro (presidente da CEI) iniciou pedindo para o depoente esclarecer quais os 18 bairros que a gestão do tucano “setorizou”. Isso porque o ex-presidente do DAE na gestão anterior até abril de 2019, Eric Fabris, prestou depoimento há poucos dias e afirmou que foi feita a setorização de 2 (de 5) trechos da Bela Vista.
Mas o ex-prefeito disse que setorizou a Bela Vista, a Vila São Paulo, a Pousada da Esperança e o Parque das Nações. Fizemos o “Contraponto”, nossa missão: consultamos Fabris a respeito (ele foi o presidente do DAE e sabe decor o realizado). “Nós fizemos a setorização em dois trechos da Bela Vista. Neste outros bairros não foram realizadas estas obras”, enfatizou o engenheiro.
O DAE referendou que não há setorização nos bairros citados, com exceção dos dois lotes na Bela Vista. Uma observação: interligar (com tubo) uma adutora com outra é outra coisa!
VAMOS À LISTA
E, ao contrário do que vinha afirmando Gazzetta (de que cumpriu as obras do PDA), as perguntas e respostas da sequência à CEI falam por si. Coronel Meira fez meia dúzia de questionamentos objetivos.
. Quais dos poços listados no PDA para serem REFORMADOS seu governo fez? “Não sei precisar”, respondeu o ex-prefeito. (Na verdade: Nenhum! Afirma o CONTRAPONTO!). Vários da lista do PDA já foram deixados de lado na gestão Rodrigo. E assim continuou.
. Quantos hidrômetros foram instalados em sua gestão e em quais bairros? “Foram feitas trocas pontuais. Um pouco mais de 1.000 ao longo do tempo”, segundo Gazzetta espalhados em diferentes bairros.
Na verdade, foram 1.800, concentrados na região do Gasparini, como projeto piloto, conforme depoimento de Eric Fabris. Nada além disso.
ESSENCIAL
A troca de hidrômetros é essencial para reduzir perdas, para que o DAE pudesse obter pelo menos índice abaixo de 37% e, com isso, poder pleitear financiamento para sustentar o Plano Diretor de Águas. O conselheiro do DAE, João Carlos Herreira, com 31 anos de gestão na Sabesp e que implantou setorização na cidade de Lins, reforçou que isso “é fundamental” para gerar recursos ou acesso a financiamento.
Mas nem Gazzetta e nem a gestão Rodrigo cumpriram também este item. Pra piorar, o ex-prefeito voltou com a citação de que a crise hídrica de 2020 (e depois a pandemia) atrapalhou a troca de hidrômetros.
Oras! O governo teve início em 01/01/2017! Não fez em 3 anos de gestão! Ponto!
CARTILHA TÉCNICA
As questões objetivas seguiram: .
Quais reservatórios foram construídos e em que locais em sua gestão? “Tenho isso mas não sei dizer”. (Não fez!) De novo: estamos falando da lista de obras a ser cumprida do PDA, que o então prefeito assumiu que tornaria lei em 6 meses iniciais do governo (em 2017). Citamos que o reservatório da Falcão foi contratado em 2020, entregue agora. E tem um Reservatório pequeno na Vila São Paulo, mas também contrapartida.
. O senhor contratou o projeto complementar para uma ETA, listado no PDA? “Não foi contratado o projeto”. Ufa! Pelo menos esta resposta condiz com a realidade! Mas tem um adendo: o PDA (uma cartilha técnica robusta que tem de ser seguida por todas as gestões, reforçam os engenheiros e especialistas na área, João Carlos Herrera, e o doutor em engenharia elétrica, André Luiz Andreoli) exige contratação de projetos executivos para que se tenha condições de realizar o que está escrito, gerando o cronograma físico-financeiro).
Se o DAE não contrata os projetos executivos para setorização, ETA complementar, e etc., etc., o Plano não “sai do lugar”… Todos os itens está lá, com descritivo, calendário. Nem adianta por estudo na lista. Chega dessa lorota.
Por fim, entre os itens em que ficou cristalino que o ex-prefeito também não cumpriu o PDA, Gazzetta se embrulhou dizendo que “trocou” alguns trechos da adutora que vai da Captação até a ETA. Senhores! Foram feitos pequenos remendos! Só isso!
Pior! O DAE comprou os tubos, ainda na época. Mas eles estão expostos no almoxarifado, há anos. Quando informado disso, o ex-prefeito acrescentou que não sabe porque não foram trocados…
Epílogo: é preciso estancar essa cultura, em alguns agentes políticos, de sair dizendo que fez isto e aquilo! Se expõem e o dito não resiste! …
E sobre a crise hídrica, ela atrapalhou sim a gestão Gazzetta, como a pandemia. Mas no último ano, no final dos 4 anos do mandato!
O Contraponto acionou o ex-prefeito para falar, mas ele não atendeu à ligação.
LIXO RURAL
A Prefeitura de Bauru continua tendo muita dificuldade com o lixão mantido por moradores da região da Barra Grande, um bairro rural movimentado. Como na cidade, moradores jogam de tudo no local e vão amontoando. É a cultura inútil, insana, de sujar a própria “porta de casa”, acumulando lixo (e vetores de doenças) próximo das moradias.
E depois, os próprios moradores cobram pela limpeza pelo poder público. Vamos registrar, de novo, a situação do antes e depois da limpeza. Daqui 1 mês, é só atualizar a imagem pra ver como está…:
GASTOS COVID
A Prefeitura e os órgãos da gestão direta e indireta apresentam as contas do primeiro quadrimestre hoje, em audiência pública obrigatória por lei. Será a primeira apresentação dos técnicos e secretários do atual governo. As contas estão bem, de janeiro a abril, em razão da boa arrecadação (comparando com o mesmo período de 2020), como publicamos.
São R$ 56 milhões a mais até abril. Com a grana engordando o caixa, neste início de gestão, o percentual de gasto com pessoal cai lá pra perto de 45% (das receitas líquidas). Isso com salário congelado, na pandemia.
Na Saúde, por outro lado, o secretário Orlando Costa Dias definiu estimativa de R$ 15 milhões a mais se a pandemia acelerar (em terceira onda… mutações novas), até o final do ano. A Prefeitura utiliza R$ 4 milhões a cada 3 meses para manter o serviço no Pronto Socorro (PAC) pra Covid e mais R$ 2,4 milhões também a cada 90 dias para os 10 leitos UTI no HC.
Os R$ 4 milhões dos primeiros meses deste ano foram utilizados de sobras de 2020. Agora, esses despesas recaem sobre o Orçamento deste ano. Se os casos estourarem, o planejamento exige novo ajuste. É torcer para que a vacinação volte a acelerar, já!
Sobre as restrições de funcionamento, o Estado adiou a ampliação de autorização de aberturas, mantendo os mesmos percentuais de hoje até 14 de junho. A indicação é de que as internações voltam a pressionar a capacidade de leitos UTI no Estado. Em Bauru, a lotação nunca saiu de 100%, desde o início do ano! Continua lotado, sem vagas, no setor público.
BOLETIM
Boletim oficial divulgado pela Prefeitura aponta 858 mortes até quarta a noite por Covid. Chega a 80 o número de pacientes que morreram enquanto aguardavam no PS por leitos UTI junto ao Estado. O dia 20 de maio foi muito mais duro, com 4 mortes de bauruenses no PS por Covid apenas nesta data, segundo dados da Saúde Municipal.
Substituir hidrômetros de 10, 20, 30 anos de uso precisa de PDA, de projeto-piloto ?
No DAE-Bauru precisa.
Idem setorização, despressurização da rede.
Pretextos para não trabalhar.