N. 385 Laudo pericial aponta R$ 6,440 milhões para ex-escola na zona Sul desapropriada pela Educação, valor maior do que o da Prefeitura
EX-ESCOLA DAMÁSIO
O valor de mercado do imóvel na Zona Sul, adquirido pela Educação no final de 2021, está dentro do valor de mercado. É o que está no laudo da perícia judicial, na Vara da Fazenda Pública de Bauru. A ação judicial contra o valor definido pela Prefeitura é da empresa DW Incorporações.
Segundo a perícia, o valor definido pelo Município está pouco mais de R$ 200 mil abaixo de sua verificação. Assim, não procede na avaliação preliminar questionamentos em relação ao aferido pela administração e tampouco a alegação do proprietário de que o local valeria muito mais.
R$ 6,440 MILHÕES
O imóvel adquirido com verba da Educação, no final de 2021, tem área de 3.000 m2 e .1.177 m2 de construção, na Rua Elisiário Franco, 1-95, Vila Aviação. Conforme o laudo, o imóvel é comercial, composto de salas para estudo, com área de estacionamento. A região tem vocação para uso residencial vertical.
A vistoria no imóvel, por determinação judicial, foi acompanhada pelos mesmos engenheiros da Prefeitura que avaliaram os imóveis obtidos pela Educação, sendo Júlio César Rodrigues Gonçalves e José Wilson de Macedo Júnior.
O perito judicial coletou em imobiliárias ofertas de lotes na região, aferindo média do metro quadrado para o local de R$ 11.453,39, entre 7 amostras. Assim, obteve no cálculo a cotação de R$ 4,360 milhões para os 3.000 metros quadrados do lote.
O valor da construção (incluindo cálculo para benfeitorias como calçada e pátio de estacionamento) soma, no mercado, o valor referencial de R$ 1,944 milhão (prédio principal), mais R$ 143 mil dos itens complementares.
O total da avaliação da perícia judicial, assim, é de R$ 6,440 milhões para o prédio. A Educação, no final de 2021, desapropriou pelo valor de R$ 6,279 milhões.
USO PRA EDUCAÇÃO
Em seu relatório, o perito que atuou para a Vara da Fazenda Pública aponta que o imóvel atende aos requisitos definidos no decreto de desapropriação para uso ligado à educação. Como se sabe, a Prefeitura de Bauru indicou, na origem, o imóvel para instalar unidade escolar infantil, mas alterou o decreto para que o local abrigue escola de formação do magistério (Napem).
A ação contrária à desapropriação é da DW Negócios Imobiliários. O laudo realizado pelo perito judicial, engenheiro José Ricardo Nakatani pode ser contestado pelas partes. O processo judicial é o 1031848-37.2021.8.26.0071.
A Prefeitura obteve, há pouco tempo, autorização judicial para tomar posse do imóvel.
Durante Comissão Processante instaurada contra a prefeita Suéllen Rosim, a aquisição da ex-escola Damásio foi contestada pela localização (com acesso difícil tanto para estudantes quanto para professores – última destinação prevista para o local). O governo defendeu a opção e o projeto para o local.
POÇO INFANTE
O DAE tem, mesmo, que benzer inclusive as bombas que está adquirindo. Depois da sequência de panes nos equipamentos novos instalados (como na Praça Portugal e no próprio Infante perto do Bauru Shopping), a bomba trocada no feriado (que parou após superaquecimento e “teve um furo em sua cápsula”) também não funcionou.
A autarquia teve de anunciar a retirada do equipamento (novinho) que não funcionou. Segue a cruzada do DAE pela identificação técnica, em relatório, das reais condições desta bomba e das demais (que apresentaram defeitos com pouco tempo de uso, em menos de 1 ano)…
1 MILHÃO DE DOSES
Bauru atingiu a aplicação de 1 milhão de doses contra Covid desde o início da pandemia. São 348.939 aplicações da primeira dose, 327.772 da segunda e 317.104 a partir da terceira (reforço), conforme o governo.
O registro vem em um momento importante para o controle sanitário, onde infectologistas mostram preocupação com o volume de novas contaminações pelas novas variantes. Apesar disso, o número de internações em UTI está zerado na cidade, neste momento, conforme boletim de hoje emitido pela Secretaria Municipal de Saúde.
Entretanto, especialistas defendem a retomada da obrigatoriedade do uso da máscara em locais fechados. A Covid em Bauru tem 1.451 óbitos registrados, no total, sendo 167 de bauruenses que não resistiram enquanto aguardaram vaga de UTI em uma unidade hospitalar do Estado.
TIJOLOS DESTRUÍDOS
O CONTRAPONTO insiste em sua missão de fazer jornalismo de aprofundamento, de apuração, investigação com base em documentos e de olho na escravização do “abre aspas” das declarações oficiais.
Reiteramos o apontamento, sobretudo, porque em uma fase de multiplicação da desinformação e da má fé, apostamos no jornalismo de reflexão para – também – ousar apontar caminhos, alternativas, sempre que possível. Completamos dois anos com inúmeros trabalhos nesta direção. Pra exemplificar:
A aposta na liberação de R$ 78 milhões de depósitos judiciais no caso do erro do cálculo do Viaduto foi proposta pelo CONTRAPONTO ao novo governo. O apontamento feito ainda no dia da posse no Palácio das Cerejeiras… deu certo…
DOIS ANOS DE JORNALISMO
O CONTRAPONTO – seu outro ponto de vista. Não é o único. Mas ele está aqui…. Gratuito pra você! Uma proposta ousada de comunicação sem amarras. E não pense que é simples.. Muito menos fácil.!!!
Dois anos de redação eletrônica…. por isso pedimos licença para o registro de algumas memórias….
Fizemos a discussão sobre a alternativa de concessão para atrair o setor privado, em leilão na Bolsa, para “amarrar” a vital necessidade de iniciar o tratamento de esgoto da ETE do Distrito com a obrigação por uma construtora em fazer a usina funcionar (ela só recebe se a ETE operar)…. a medida ainda está emperrada na administração, embora já tenha sido tomada…
Realizamos a posição, firme, de que era uma aventura o recálculo milionário da dívida da Cohab, confessada com a Caixa, e a apresentação, com base em informações factíveis, dados, de que a renegociação é (hoje) o único caminho disponível para estancar um rombo de centenas de Milhões de Reais … está quase lá….
Sofremos “retaliação” quando apuramos e publicamos a Série Grandes Devedores. E investimos na Grande Reportagem (ferramenta que sumiu da prateleira do jornalismo em boa parte do Interior): apresentamos os “Esqueletos Urbanos” (ainda com desdobramentos).
Apuramos com coragem “A agenda“, dissecamos os desfalques ano a ano na Cohab (e suportamos reações), ampliamos o “Arquivo Cohab” também pelo aspecto do histórico de contratos, passivo e evolução da insolvência…
Publicamos centenas de páginas na maior compilação de dados da Gestão Pública Municipal da história do jornalismo da aldeia (sem dúvida), com a SÉRIE DIAGNÓSTICO (no ano da última eleição dissecamos emprego, renda, educação, saúde, finanças, orçamento, vulnerabilidade social, raio X urbano, etc…)..
SIM! Fizemos! Fazemos!
CRÍTICA E DIÁLOGO
E gostamos do jornalismo crítico! Mesmo quando parte da sociedade teima em não compreender que ele é essencial ao equilíbrio de forças (e versões), em uma sociedade tão desigual (inclusive no controle da informação, interesses e segmentos).
E também praticamos o diálogo em torno de alternativas – sempre que o governo abre a sala… Enfrentamos, em silêncio, ainda no início do atual mandato de Suéllen Rosim, uma acusação infantil, descabida, de fake news (que não se sustentou, por si). Nossa “reação” foi silenciosa, sem alarde, com mais jornalismo…
Ainda hoje, aqui, vamos publicar mais um capítulo de uma dessas jornadas (que analisamos com profundidade faz tempo)… São milhões em jogo…. Até logo mais. Não deixe de acessar o CONTRAPONTO antes de dormir, ou quando tomar seu próximo café!
FEIRANTES
Feirantes reagiram em relação a fala do vereador Júlio César sobre a suposta existência de obstáculos no relacionamento para a participação em atividades do setor na cidade. Como apontamos aqui, o parlamentar disse que está buscando detalhamento de informações e citou que as apresentará assim que reunir todos os dados. Aguardemos…
Meus parabéns ao CONTRAPONTO pelos seus 2 anos de Jornalismo Investigativo, Crítico, Inteligente,que transmite notícias importantes numa linguagem de fácil entendimento para nós, leigos, bombardeados por tantas mentiras, carinhosamente chamadas de fake.
Muito obrigada Nelson Itaberá.
Sua bravura, persistência, resistência e coragem fazem muita diferença.