CEI que foi aberta…
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) das doações (de cestas básicas e eletrodomésticos) trouxe discussões até interessantes, no microfone, mesas e corredores. Vamos aos fatos da segundona… Porque a lamparina da coluna Candeeiro não pode se apagar…
No conteúdo dos discursos de Estela, Borgo, Markinhos e Maldonado (relator da CEI aprovada hoje) surge viés interessante. Pra não repetir o que cada um falou (tem vídeo na íntegra no youtube da TV Câmara Bauru), nos atemos ao ponto em que “a apuração pela Seccional de Polícia será ‘balizadora’, determinante, para o desfecho da verificação legislativa.
Sim! De fato, se o relatório da delegada Priscila Alferes conseguir avançar nas comprovações do que confessou a ex-assessora Damaris Pavan (ou, claro, pelo apontamento de incongruência, ausência de provas…), a relatoria da CEI terá, de fato, em 90 dias, dificuldade em trilhar outro caminho. A questão é o time (tempo, em inglês). A base do governo pode querer correr com a CEI. E tropeçar. Mas pode optar deixar em “banho maria”, “compasso de espera”…. e se frustrar também…
Confissão
Após 31 anos de “estrada” em jornalismo, muito dessa fatia em área investigativa, é razoável apontar, sem devaneios, que primeiro o que Damaris traz é confissão. E minimizar isso é desfaçatez. Então, seria loucura, por demais, imaginar que ela tenha o condão de criar mensagens em watsapp, combinar com colegas (com quem já conversou) a respeito das rotinas de retiradas ilegais de doações do Fundo Social e, ainda, assim passar como a “fofoqueira” vingativa da prefeita… da vez.
O mínimo de bom senso pede alguns apontamentos. Conversamos com Damaris Pavan. Ela apresenta elementos, indícios, cronograma, agenda, e relatos do que afirma. E, o elementar, aponta que tem consciência de que veio a público (e já confirmou à Polícia) que errou e deseja pagar pelo que fez.
Então, que se espere a apuração da Polícia e o inquérito final.
E a CEI? Vamos aguardar. Por coerência: é acompanhar, apurar e publicar (cada fato).
Não Leu o que revelou Damaris? Calma. Tudo aqui neste link (exclusivo): https://contraponto.digital/ex-assessora-abre-novas-mensagens-de-confissao-sobre-uso-irregular-do-fundo-social-e-suellen-e-lucia-rosim-a-acionam-no-judiciario-por-indenizacao/
Inquérito?
Voltemos à questão discutida em sessão. Olha, com muita franqueza: no caso do hacker, o relatório final da CEI (elaborado sob mais de um olhar) disse que era “inconclusivo”. Olha que lindo (sic!)… Desculpe a ironia, mas é como comprar Compass e não saber que a bomba da ‘direção’ pode ser uma bomba… Um dia estoura… É só falar com quem conhece ou já teve… Só com trocadilho para por leveza nesse trem…
Bom! Veio a Polícia Federal da Capital e trouxe o óbvio: o caso tem as confissões (olha aqui de novo o mesmo elemento do caso Damaris) do hacker Patrick Brito, do cunhado da prefeita e ex-assessor parlamentar, Walmir Vitorelli Braga – de que pagou o araponga em duas parcelas para bisbilhotar a vida do editor do Contraponto, Nélson Itaberá), tem recibos dos boletos da casa de câmbio de Araçatuba, tem RDO e uso ilegal do sistema Detecta (dentro da própria Polícia em Araçatuba) – também para bisbilhotar o jornalista…
Conclusão? Conclusivo! Pedido de indiciamento do hacker e do cunhado da prefeita… !
Nada como um dia após o outro… E não parou. … Gravei vídeo em outubro de 2023 apontando: calma. O tempo tira a nuvem …
Hacker
Por falar em Patrick Brito (o araponga que ainda está na Sérvia), ele enviou email. Fato: ele comunica que o registro de ocorrência anunciado por Suéllen Rosim pelas declarações que fez contra a prefeita (no caso acima) foi arquivado. Encerrou o prazo de representação (denúncia formal contra alguém). Patrick lembrou, no email, que “como havia afirmado, adiantado e declarado em várias entrevistas, a prefeita não ia ter coragem de me processar”, conclui.
Geladeira
Nos corredores da administração municipal, rolaram conversas sobre o paradeiro dos eletrodomésticos doados pela Polícia (do caso Damaris – que ela afirma ter levado para imóvel na igreja da família Rosim lá em 2022). Era geladeira (de duas portas), aspirador de pó, entre outros itens, novinhos. E como tem protocolo, os itens devem ter registro identificador de fabricação, etc…
Nas conversas, uma até animada e outra com ar de preocupação, saíram alusões com boa dose de imaginação… “… nem Damaris apostaria que alguém fosse pensar em devolver algo a esta altura para a sede do Fundo… Era pandemia… Se foi, tem de ter ido para algum lugar… Imagina que alguém teria a ideia de retornar agora algo… a geladeira estaria usada demais, ou sem uso, o aspirador? …. ”
Quem disse que comentário de roda não é criativo… (?)
21 assessores
Foi aprovado na sessão legislativa desta segunda-feira o projeto de lei que cria mais um cargo de assessor por parlamentar (agora cada um terá 3 à disposição), além de mais uma vaga para a Procuradoria Jurídica. O projeto tem impacto de cerca de R$ 2,5 milhões anuais.
A vaga de procurador (por concurso) foi criada no ano passado. Mas com apenas 1 cadeira. O PL permitirá aproveitar o mesmo concurso.
Na Procuradoria
O processo gerado a partir da representação da vereadora Estela Almagro sobre o cumprimento ou não da decisão judicial em torno de cargos ilegais (costurados para ajuste em um projeto relâmpago que foi aprovado em apenas 7 dias…):
O Legislativo e o Executivo foram notificados a prestar informações, em prazo reduzido, sobre o caso.
Aliás, a última dessa pauta: a vereadora Estela foi às suas redes para indagar como a Defesa Civil está na estrutura da Secretaria que não existe (de Governo)? Pois é…
30 dias fatais
A concessão de esgoto começa, hoje, a rodar mais uma de suas ampulhetas. Daqui 30 dias é o prazo para os interessados ingressarem com envelopes (agora sem aquela historinha de notas subjetivas que levantamos aqui) com as propostas.
É neste prazo que o novo edital pode sofrer outra representação ou o próprio Tribunal de Contas se manifestar (caso entenda que as novas regras não cumpram algo do que já foi avaliado como ilegal…). Se tudo correr bem… segue.
Segue Bauru (e as empreiteiras) para a maior e mais longa concessão de sua história… Chamar o setor privado para concluir uma obra inacabada e cheia de defeitos (a ETE), fazer a usina funcionar dentro das regras de saneamento (tratar o esgoto) e resolver a drenagem na avenida Nações Unidas.
Isto orçado a R$ 3,6 bilhões, em 30 anos.
Retrato ao lado
Bom, não é equívoco dizer que mesmo setores organizados da cidade, entre áreas do empresariado, sindicatos e entidades, não leram o edital. Olha: o Codese participou. E, mesmo assim, com muitos “receios”…
Essa história de “cidadão de watsapp” é muito além do enfraquecimento da consciência e participação cidadã… mas isso é fato para outro fato…
E o que tem o retrato ao lado? Ah! Sim! São tantos temas complexos que derivar é um risco.
Ouvimos de quem entende do riscado o seguinte raciocínio: que o edital de Bauru é “único no País”. Já dissemos isso: não há nenhum outro caso de concorrência para terminar uma obra de esgoto e ter de fazer, depois de 7 anos, também piscinões para acabar com enchente na Av. Nações Unidas, além de construir uma Estação de Água (ETA), etc…
Ok. E dai?
Ano 8
Com outros especialistas (em áreas como consultoria, execução de contratos, seguros de grandes obras) ouvimos outra preocupação. E esta se junta ao item “retrato”: o edital de Bauru teria fixação de valor ideal (segundo leitura do mercado) para fazer a ETE (foco principal). A nova ETA e os tubos sobre o Rio Bauru também estariam assimilados (no pacote).
A ETE é até “fichinha” (o investimento). Claro! O contratado já sabe que tem quase R$ 300 milhões em caixa (que só pode usar pra isso). Ou seja: o melhor dos mundos é fazer uma obra já com o contratado com a grana (no banco). O desafio é refazer a ETE Distrito e por ela pra funcionar. Em 3 anos.
Jà as garantias (cláusulas e tempo) em relação a drenagem ficam lá para 2033. (O governo Suéllen vai até 2028 – prazo para concluir a ETE). O sucessor vai até 2032. Quando chegar a hora da obrigação de fato (no oitavo ano) de resolver a enchente da Nações… o mercado vai discutir projeto, contrato, seguro da obra, resolutividade….
É muita chuva para passar embaixo desse viaduto… É muito evento climático para dizer, agora, que o vento do evento vai estar bem… Os atores que estarão aqui serão outros. As testemunhas também.
E se não der? A garantia da obra não vingar? Contrato encharcado! …
Se é que o trocadilho não é ruim demais…
Bom coluna também é pra isso. Fazer registro de “coisa”, bastidor importante.
Até!