Vendida há cerca de um ano por empresário de Bauru para grupo Dallon do Paraná, a Plajax demite em torno de 130 trabalhadores. A unidade já vinha reduzindo o quadro de funcionários. Com as demissões, a informação é de que o grupo detentor da fábrica transfere os ativos para o Paraná, onde há vantagem tributária.
A Plajax é tradicional fabricante de componentes plásticos para baterias automotivas e chegou a empregar 250 pessoas em Bauru.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicos (Sindiquimbru), Edson Bicalho, relata a situação. “Desde a negociação da venda, havia muita dúvida se o Grupo Dallon iria ou não manter a planta de Bauru. Tentamos, várias vezes, reunirmos com a nova direção para discutir o futuro da empresa e dos trabalhadores mas, infelizmente, nunca fomos atendidos. Sabemos, extra-oficialmente, que a decisão de fechar a unidade em Bauru e levar todos os maquinários para o Paraná foi tomada porque o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no Paraná é bem menor que aqui em São Paulo”, conta Bicalho.
O sindicato diz que, apesar de não conseguir conversar com o Grupo Dallon, vinha acompanhando a movimentação da empresa, que foi, aos poucos, demitindo funcionários e retirando todos os maquinários da planta de Bauru até chegar a informação, nos últimos dias, de que os cerca de 130 trabalhadores restantes foram demitidos.
Somente dois ou três funcionários teriam sido mantidos e transferidos para as unidades do Paraná. “Pelo que sabemos, o prédio da Plajax está totalmente vazio e os últimos demitidos estão fazendo a homologação. Como a empresa não permitiu a presença do sindicato na homologação da rescisão do contrato de trabalho – agora não é mais obrigatória a participação da entidade sindical -, acompanhamos a distância e colocamos nosso Departamento Jurídico à disposição”, informa Bicalho.
O sindicalista também é secretário-geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar). Alguns demitidos já procuraram o Sindquimbru, que identificou que nem todos os direitos trabalhistas teriam sido pagos até aqui. “Os ex-funcionários que nos procuraram não receberam o trintídeo, indenização adicional por ter sido demitido no período de 30 dias que antecedem à data-base da categoria. Também já observamos o não pagamento de indenização para quem tinha estabilidade de emprego, como membros da Cipa e do Sindicato, entre outros”, detalha o presidente do Sindquimbru.
VAGAS NO MERCADO
Apesar de lamentar o fechamento da fábrica em Bauru sem negociação com o sindicato e a demissão dos trabalhadores sem o pagamento de todos os direitos trabalhistas, Edson Bicalho conta que as indústrias plásticas de Bauru já estão absorvendo parte dos demitidos.
“Felizmente, a indústria plástica está aquecida. A pandemia aumentou a demanda por embalagens e produtos plásticos. Na Plajax, tínhamos funcionários com mais de 20 anos de experiência. É uma mão de obra qualificada, especializada. Pelo que sabemos, cerca de 50 dos 130 demitidos já estão empregados novamente em outras indústrias plásticas de Bauru. Mas é lamentável o fechamento da empresa porque postos de trabalho foram fechados e Bauru deixa de arrecadar impostos. Mas também sabemos que alguns demitidos, os mais experientes e capitalizados, têm a intenção de montar seu próprio negócio. Se a indústria plástica continuar aquecida, temos a possibilidade de surgirem novas pequenas indústrias plásticas em Bauru e de geração de emprego”, completa.
E o que será feito com a estrutura física? Na minha opinião deveria ser devolvido a prefeitura, para ser doada a uma nova empresa que queira investir na cidade, já existe a estrutura da mondelez que está sem utilização e a cidade precisando de empresas, para gerar riquezas, brincadeira😡😡