Por Gustavo Candido
Você segmenta o seu público, os seus clientes, por gerações? Já pensou nisso? O tema gerações está em alta nos últimos anos. Fala-se muito sobre os millennials e a Geração Z, como eles se comportam e consomem, mas nem sempre quem está ouvindo associa esse assunto ao seu dia a dia.
Pois bem, se você vende um produto ou serviço ou precisa de alguma forma se comunicar com pessoas de idades diferentes, você precisa entender o mínimo sobre as gerações e como elas enxergam o mundo.
Um adolescente de 15 anos, por exemplo, não pensa como um jovem adulto de 25 anos. Este, não vê o mundo com uma pessoa de 50 anos que, por sua vez, também não se comporta como alguém de 70! Nós sabemos isso de forma empírica. Desde a infância aprendemos que existem diferenças na maneira de tratar pessoas com idades diferentes.
Por que a maioria das empresas se esquecem disso?
Existem algumas razões possíveis e não vale a pena falar sobre elas agora. O importante é saber que: nunca antes na história da Humanidade, o mercado foi formado por pessoas de tantas gerações diferentes!
Isso quer dizer que ter apenas um discurso de venda, apenas uma estratégia que se pretenda ampla e global, não é suficiente! Não funciona! Mesmo que o seu produto seja para uma geração específica e eu vou explicar porque.
Quais são as gerações atuais?
O estudo das gerações surgiu nos Estados Unidos na metade do século XX e foi se espalhando pelo mundo. Uma geração é formada por um grupo de pessoas nascidas em uma mesma época que tem seu comportamento influenciado pelos acontecimentos que vivenciou.
Ou seja, são pessoas que agem conforme o seu tempo, de acordo com os costumes e tecnologias da era na qual nasceram e cresceram.
Hoje, a população mundial é formada majoritariamente por pessoas de 6 gerações diferentes:
• Geração Silenciosa – Nascidos entre 1928 e 1945;
• Baby Boomers – Nascidos entre 1946 e 1964;
• Geração X – Nascidos entre 1965 e 1980;
• Geração Y (millennials) – Nascidos entre 1981 e 1996;
• Geração Z – Nascidos entre 1997 e 2012;
• Geração Alpha – Nascidos após 2013.
É claro que existem variações na maneira como os membros dessas gerações se comportam dependendo do lugar onde nasceram. De um modo geral, porém, existem mais similaridades do que diferenças nos países ocidentais como o Brasil.
No país – segundo uma pesquisa do Itaú BBA – os millennials, pessoas hoje na faixa dos 30-40 anos, desde 2019 compõem a maior parte da população. São mais de 70 milhões que correspondem a cerca de 34% da população brasileira e, aproximadamente, 50% da força de trabalho do país.
Somadas, Geração Y e Z compõem mais da metade da população brasileira. Por outro lado, os cargos de comando na maioria das empresas ainda são preenchidos por membros das Gerações X e Baby Boomers.
Percebeu a complexidade do tema? Para criar uma forma eficiente de comunicação e venda, quem atua com marketing precisa analisar o seu público e entender como ele se diferencia. Olhar paras as gerações é o primeiro passo.
Cada geração olha o mundo do seu jeito
Este artigo se tornaria extremamente longo se eu fosse descrever as características de cada geração. Existem diversas publicações sobre o tema que fazem isso.
De um modo geral, você precisa lembrar que as gerações mais velhas – Silenciosa e Baby Boomers – tendem a ser mais tradicionais, preocupadas com o acúmulo de bens e com estabilidade. Gostam de ser reconhecidos por sua experiência e capacidade que os fizeram conquistar coisas no passado. Eles nasceram em um mundo analógico e no qual as distâncias e diferenças entre lugares e pessoas eram muito grandes.
Os membros da Geração X têm os pés em dois universos. Nasceram analógicos e influenciados por visões tradicionais, mas fizeram a passagem para o digital e um mundo de novas experiências e possibilidades. São empreendedores e competitivos, mas também se preocupam com estabilidade e status.
Os millennials (que têm esse nome porque foram a geração que nasceu na passagem do milênio) nasceram em um mundo digital e globalizado de inúmeras possibilidades. Eles tendem a consumir informação com velocidade e a ser multidisciplinares. Por isso não gostam de monotonia e apreciam a inovação e o imediatismo.
Já a Geração Z é totalmente conectada pelo digital e sem fronteiras. Seus membros tendem a ser menos influenciados pelas tradições das gerações anteriores, assim, são menos preocupados com posses e estabilidade e valorizam mais as experiências. São ainda mais multidisciplinares que os millennials e fazem mais de uma coisa ao mesmo tempo.
Sobre as crianças Alpha ainda há pouco estudo, mas eles são os bebês que criados com os dedinhos em uma tela, cercados de estímulos. Com certeza o entendimento que vão ter do mundo como adultos vai ser diferente.
O estudo das gerações é fascinante e perceber essas diferenças no dia a dia é um exercício enriquecedor para profissionais de qualquer área.
Fale com a geração que você atende.
Na hora de criar uma campanha, elaborar a comunicação da sua marca ou vender um produto, pense nas gerações que devem ser impactadas, isso faz toda diferença.
Um “detalhe” importante é lembrar que, muitas vezes, quem precisa tomar a decisão que você deseja nem sempre é a pessoa da geração para qual o seu produto se destina.
O segmento infantil é o melhor exemplo. Encantar as crianças com um ótimo produto e uma publicidade atraente é importante, mas não menos importante é falar para quem vai pagar a conta. Duas gerações distintas exigem duas linguagens distintas. Fazer isso com habilidade – e sem gastar uma fortuna – requer criatividade e talento.
Se tiver alguma dúvida ou precisar de ajuda, é só entrar em contato.
Parabéns pelo comentário 👏
Muito bom! Estava falando sobre isso ontem, seria interessante conhecer as diferenças de estratégias de alcance para cada uma .