
A Prefeitura de Bauru e o Departamento de Água e Esgoto (DAE) realizaram nesta sexta-feira (13/6) a assinatura do financiamento de R$ 40 milhões junto a Caixa. O total do programa chamado de Água de Todos é de R$ 64,5 milhões em poços, reservatórios, adutoras e interligações. Durante a cerimônia, Renato Purini anunciou que vai deixar a autarquia. Ele ainda não definiu com a prefeita se retorna para a Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), assume outra pasta ou aceita convite da iniciativa privada.
O governo municipal quer implementar os investimentos em abastecimento em, no máximo, dois anos (entre licitações e obras). O pedido de financiamento segue para aprovação junto ao Tesouro Nacional (que analisa capacidade de endividamento e outros indicadores legais). Mas o governo não vai esperar. Duas licitações estão sendo abertas no Diário Oficial neste sábado, anunciou o governo.
Conforme o material distribuído pela assessoria municipal, serão R$ 56,5 milhões com recursos da autarquia, sendo R$ 40 milhões do financiamento assinado com a Caixa, aprovado pela Câmara Municipal, e R$ 16,5 milhões com recursos próprios. “Os outros R$ 8 milhões são de contrapartida de empreendimentos da Pacaembu Construtora. Com os investimentos, a dependência do Rio Batalha vai diminuir pela metade. Atualmente, 27% da população de Bauru depende do manancial para o abastecimento de água e, após a conclusão dos investimentos, será reduzido para 12,5%. Serão cinco poços (4 no Val de Palmas), dois reservatórios e 14 quilômetros de adutoras”, anuncia a administração.

POÇOS E RESERVATÓRIOS
Cada um dos poços estão projetados para produção de pelo menos 200 metros cúbicos por hora. Um dos poços vai ser perfurado na região do Vargem Limpa, área que já é abastecida por poços, mas está em crescimento e precisa de novos investimentos em abastecimento. A Construtora Pacaembu, por exemplo, deu entrada em projeto para 400 moradias na região, prevista para 2027. A gleba estaria na Zona de Indústria e Comércio (ZIC) – uma faixa de 500 m a partir do eixo da rodovia, com regulamentação para uso também para habitação.
“O Complexo de Poços e Reservatórios do Val de Palmas tem 4 poços e dois reservatórios, na região Oeste, e que fornecerão água para a Vila Falcão, Vila Pacífico, Alto Paraíso e Vila Industrial, áreas que atualmente dependem do Rio Batalha e passarão a ser abastecidas exclusivamente pelos novos poços”, descreve.
No Diário Oficial deste sábado (14) serão publicadas as aberturas das licitações do poço da região do Vargem Limpa e do primeiro poço do Complexo do Val de Palmas, ambos com recursos próprios do DAE. O segundo poço do Val de Palmas será perfurado como contrapartida da Pacaembu Construtora. Os outros dois poços, assim como os dois reservatórios – um com capacidade de 1 milhão de litros e outro com 3 milhões de litros -, terão as licitações abertas nas próximas semanas, já com os recursos do financiamento, conforme o governo.
A água produzida nos quatro poços do Complexo do Val de Palmas será armazenada, inicialmente, nos dois reservatórios do próprio Complexo, e depois vai para o reservatório do Alto Paraíso, que tem capacidade de reservação de 6 milhões de litros.
LAGOA DO BATALHA

O DAE também confirmou que vai ampliar a capacidade da represa de captação do Rio Batalha. O investimento será no aumento da altura da barragem, permitindo que a capacidade da represa, que atualmente é de 130 mil m3, chegue a 530 mil m3. Além disso, uma área menor será abastecida pelo Rio Batalha, na região da Vila Independência, Vila Ipiranga e Ouro Verde. “Vamos ampliar a área alagada, portanto de reservação natural, em 4 vezes do tamanho da atual, na Lagoa”, conta Purini.
Para a prefeita Suéllen Rosim, o investimento integra o plano para reduzir as chances da cidade enfrentar novos rodízios. “O abastecimento de água é um desafio, e agradecemos a Câmara, que entendeu a necessidade de um investimento rápido para resolver um problema que afeta muitas pessoas e aprovou o financiamento”, afirmou.
O presidente do DAE, Renato Purini, ressaltou que os projetos vem sendo trabalhados pela autarquia há quase um ano. “O planejamento vem sendo realizado pelo DAE há quase um ano pelos nossos técnicos. Vamos fazer o investimento nesta primeira etapa com os recursos próprios, já estamos abrindo as licitações de dois poços, e na sequência, com o financiamento, os outros poços, reservatórios e adutoras, que serão construídas por método não destrutivo. A região da Vila Falcão e Alto Paraíso, que dependem totalmente do Rio Batalha, serão abastecidas apenas pelos poços. Além disso, vamos ampliar a capacidade da represa do Rio Batalha, e para atender uma região menor, com a Vila Independência e Ouro Verde, então teremos um risco muito menor de rodízios e racionamentos quando tudo estiver em pleno funcionamento. Esperamos ter em um ano parte importante das obras já prontas”, frisou.
SAÍDA DO CARGO
Durante a cerimônia, o próprio Purini anunciou que entrega o projeto, com o financiamento assinado, para logo mais deixar a função.
No ano passado, apuramos que o agora presidente do DAE foi convidado por uma multinacional da área de saneamento, infraestruturas e energia renovável para trabalhar (Acciona). Mas ele comenta que ainda não decidiu seu próximo passo, após o casamento com a prefeita, no mês passado. Ele não descartou optar por retornar ao primeiro escalão do Município.
Participaram do anúncio e da assinatura a prefeita Suéllen Rosim, o presidente do DAE, Renato Purini, os secretários da Fazenda, Everson Demarchi, e de Planejamento, Rafaela Foganholi, o chefe de Gabinete da prefeitura, Leonardo Marcari, os vereadores Markinho Souza, presidente da Câmara Municipal, Manoel Losila, Júnior Rodrigues, Edson Miguel, Dário Dudário e Marcelo Afonso, o superintendente executivo de Governo da Caixa em Bauru, José Orlando Garla, e o gerente de Governo da Caixa em Bauru, Sérgio Amadeu.
Depois de tantas PROMESSAS e OBRAS para a SOLUÇÃO, e, que não resolveram o problema de abastecimento de água, só nos resta dizer o que diria o Jornalista Célio Gonçalves, nessa situação: “OREMOS !”