
A Prefeitura de Bauru está freando as compras de material de consumo como visível medida de contenção em razão do aumento significativo nas despesas fixas acima do patamar das receitas ao longo deste ano.
Na audiência pública desta terça (23/9), na Câmara, das contas até o segundo quadrimestre – fechamento em agosto -, a Secretaria Municipal de Fazenda divulgou que o gasto comparado por elementos traz queda de 30,34% em material de consumo. As reuniões são comandadas pelo vereador Natalino da Pousada, presidente da Comissão de Orçamento.
Para se ter ideia, o secretário Éverson Demarchi apresentou que em 2025, até agosto, as despesas com materiais em toda a Prefeitura somaram R$ 60 milhões. No mesmo período de 2024, as compras de consumo (de material de limpeza, combustíveis a itens de escritório) somaram R$ 94,8 milhões.
Em outra linha, os secretários que participaram da audiência das contas até agosto reconheceram preocupação com o aumento de 11,35% nas despesas correntes (permanentes) de pessoal (folha de pagamento).
Conforme o secretário de Administração, Cristiano Zamboni, o governo está contratando em “menor velocidade” para equalizar. Além disso, as horas extras estão sendo controladas para não esgarçar a disponibilidade orçamentária.
Também ficou claro nas discussões da audiência pública desta terça-feira que várias Secretarias esgotaram o orçamento 2025. Como adiantamos na reportagem das contas mensais até julho, não há margem para despesas com novos projetos, instalações ou serviços até dezembro.
As Secretarias vão parar? Não. Vão funcionar para cumprir serviços básicos e ou concluir contratos já registrados (empenhados).
Os dois quadros a seguir detalham receitas por item e o acumulado até agosto. E permitem comparar o que aconteceu de janeiro a agosto.
Veja que, no período, a arrecadação soma R$ 1,132 bilhão em 2025 contra R$ 1,043 bilhão nos mesmos 9 meses de 2024. Ou seja, o cofre recebeu R$ 89 milhões a mais. Crescimento acima da inflação.
Mas a despesa liquidada no mesmo comparativo cresceu bem mais (11,66%). Ou R$ 1,027 bilhão neste ano contra R$ 920 milhões no ano passado. Isso representa, no confronto sempre de períodos iguais, R$ 107 milhões a mais de despesas fixas.
A manter essa situação é evidente que faltará caixa para pagar as contas fixas logo mais.
E o Município ainda não estancou nesse pacote suas duas maiores sangrias: dívida da Cohab e da previdência.