Quem vai dar ordens para a Inteligência Artificial da sua empresa? Na corrida frenética pela implementação de tecnologias que utilizam Inteligência Artificial (IA), muitas empresas cometem um erro crítico: acreditam que basta adquirir programas sofisticados e sistemas de última geração para revolucionar seus negócios.
Preciso lembrar, contudo, que a verdadeira transformação não reside na tecnologia em si, mas nas pessoas que a operam e direcionam. Quem vai dizer para IA da sua empresa o que ela deve fazer? Sem uma liderança humana capacitada, a IA é apenas uma promessa vazia.
É fácil se deixar seduzir pelo glamour da IA. Promessas de eficiência, precisão e automação completa enchem os olhos de muitos executivos que – por costume – acreditam em “soluções mágicas” para a resolução de problemas.
No entanto, acreditar que a IA sozinha resolverá tudo é uma ilusão perigosa. A tecnologia, por mais avançada que seja, precisa de direção, propósito e interpretação – e é aí que entra o fator humano. A verdadeira revolução que envolve a Inteligência Artificial está acontecendo pelas mãos daqueles que sabem o que fazer com a tecnologia.
A história da humanidade prova essa lógica e exemplos não faltam nas mais diversas áreas. Durante os seus anos na Fórmula 1, por exemplo, Ayrton Senna ganhou protagonismo e vitórias porque sabia usar melhor do que os outros pilotos (incluindo companheiros de equipe, entre eles, Alain Prost) a tecnologia que tinha nas mãos. O carro sozinho não vencia corridas, por mais que fosse o melhor do grid.
A importância da liderança capacitada
Líderes empresariais não podem se dar ao luxo de serem meros espectadores na era da IA. Eles precisam ser os “maestros” dessa orquestra tecnológica, guiando e afinando cada nota. Isso requer um conhecimento profundo não só da tecnologia, mas também dos processos de negócio que ela pretende otimizar. Já parou para pensar que um maestro só pode assumir a função quando tem conhecimento suficiente para entender como funciona cada instrumento e como eles atuam juntos?
A falta de liderança capacitada transforma a IA em uma ferramenta subutilizada, incapaz de atingir seu potencial máximo.
Daí a importância da capacitação. A era não qual era possível passar seis meses, um ano, sem se reciclar acabou! A capacitação não é uma atividade pontual, mas um processo contínuo. Líderes devem se manter atualizados com as últimas tendências e desenvolvimentos em IA para poder guiar suas equipes seguindo padrões éticos e de segurança e também para poder estar no mesmo patamar de colaboradores externos que atuam na área, como consultores por exemplo.
Quem não se mantém atualizado não consegue tomar decisões estratégicas, deixa responsabilidades nas mãos de outras pessoas e sempre depende do olhar de terceiros, o que é um grande risco para o negócio.
Criar uma cultura de inovação é imperativo quando se fala em IA
Enquanto você lê esse artigo inúmeros avanços proporcionado pelo uso da Inteligência Artificial estão acontecendo por iniciativa que profissionais e empresas que já entenderam que inovar deve ser uma constante para o crescimento do negócio.
Fomentar uma cultura de inovação é essencial para aproveitar ao máximo o potencial da IA. Isso significa incentivar de verdade (e não apenas nas palestras e no papel) a experimentação, valorizar novas ideias e estar disposto a correr riscos calculados. Sobretudo, é preciso democratizar a tecnologia na organização e não mantê-la restrita a um “grupinho fechado”.
É importante pensar que a diversidade de pensamentos e habilidades é um catalisador para a inovação. Equipes multidisciplinares trazem perspectivas variadas, essenciais para a criação de soluções robustas e criativas. Sem essa diversidade, a IA corre o risco de se tornar limitada e enviesada, incapaz de oferecer soluções verdadeiramente inovadoras.
Além do mais, quando a tecnologia fica restrita a um grupinho quem está de fora – e não entende o que está acontecendo – começa a criar resistência, isso gera desagregação no ambiente de trabalho e atrasa qualquer tipo de evolução.
A verdadeira revolução sempre é humana
Quem vai dar ordens para a Inteligência Artificial da sua empresa? A resposta não está nos algoritmos, mas nas pessoas. Sem liderança capacitada, equipes multidisciplinares e uma abordagem ética, a IA pode ser apenas uma promessa não cumprida.
A verdadeira revolução está na combinação do poder da tecnologia com a inteligência humana. É hora de capacitar seus líderes, integrar suas equipes e preparar sua empresa para o futuro da IA. Repito: a revolução não será conduzida pela tecnologia, mas pelas pessoas que sabem como usá-la.
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Gustavo Candido é consultor de marketing digital. Também é jornalista e autor de livros sobre Marketing, Inovação e Gestão de Marcas que você pode encontrar na Amazon.
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