Recantos da droga têm “sentinela” e obstáculos no Progresso, Daniel Pacífico e Fortunato

Imóveis vazios da ferrovia, barracos abandonados de ocupação irregular e rota dos trilhos dificultam ação da polícia, como na região da Avenida Daniel Pacífico – tema de audiência pública realizada nesta terça (09/03)

 

Imóveis abandonados e mato em trechos de longa extensão ao longo do pátio ferroviário sempre foram dificultadores da ação das Polícias, Militar e Civil, no combate ao tráfico e uso de drogas em Bauru. Porém, desta vez a Polícia Militar está chamando a Prefeitura de Bauru para reunião conjunta, entre secretarias, para mapear de forma dirigida a vulnerabilidade, ocupação desordenada e necessidade de intervenções em acessos, para intensificar ações na região do entorno da Avenida Daniel Pacífico e inclui, ainda, pontos específicos.

A Base da Polícia Militar da região “acima” da Falcão, em direção ao Parque Jaraguá e Santa Edwirges, apresenta a “Praça da Maconha” no Jardim Progresso, o Fortunato Rocha Lima e pontos da região da Daniel Pacífico como três dos locais que exigem ação dirigida específica.

A avaliação foi apresentada pelo Tenente Xavier, que coordena as operações na Base da Polícia Militar naquela região. Ele participou da audiência pública que discutiu os problemas envolvendo infraestrutura e segurança pública na região da Avenida Daniel Pacífico, nesta terça-feira (09/03). A reunião foi presidida pelo vereador Manoel Losilla.

“Nós estamos solicitando reunião com a Semma, Seplan, Obras e Sebes para atuar em mais de uma frente. Temos na região da Av. Daniel Pacífico acessos difíceis e locais que foram bloqueados, entradas para a favela que antes eram acessíveis para a Ronda na região. E com esses obstáculos ficou bem mais difícil agir de forma preventiva e também em ações em relação ao tráfico de drogas na região”, contou, em audiência pública.

Conforme tenente Xavier, a “Polícia Militar precisa de uma ação conjunta para estabelecer outro projeto para esta região. Precisamos da Sebes para atualizar o cadastro de moradores, os remanescentes de ocupações irregulares, os que moram de aluguel ou em locais precários. Vamos pedir à Seplan que nos ajude na identificação de quais imóveis são da concessionária (Rumo), quais são de cidadãos, o que está sob a responsabilidade da operadora da ferrovia e o que não. Vamos precisar da Secretaria de Obras, ou da Sear, para desobstruir acessos em vários pontos, que hoje não conseguimos mais entrar. Esta reunião conjunta envolve ter Base Comunitária Móvel para essa região”, comentou, na reunião pública.

Segundo a PM, ao longo da Av. Daniel Pacífico estão remanescentes de ocupações irregulares. “Os barracos que ficaram são usados por usuários de crack e precisam ser removidos. Também temos problema com antigos imóveis da ferrovia, que são ocupados para ‘esconderijo’ na ferrovia, ao longo da beira da linha, e imóveis residenciais que se misturam, nessa região, a casas alugadas. Na Daniel Pacífico tem inúmeros imóveis com aluguel barato de um mesmo proprietário. Tudo isso precisa ser mapeado, atualizado. E temos condições de agir nas várias frentes, cobrar da Rumo, voltar a fazer rondas por caminhos alternativos”, explicou no encontro.

Os secretários de Obras, Marcos Saraiva, e do Planejamento, Nilson Ghirardello, se colocaram à disposição para a reunião intersetorial junto com a Polícia Militar.

“PRAÇA DA MACONHA”

Já a “Praça da Maconha”, mencionada pelos policiais militares na reunião, é local de uso costumeiro para encontro e consumo de drogas, conhecido de quem mora na região do Jardim Progresso.

Situação parecida, mas com outra característica, envolve o Fortunato Rocha Lima. Além disso, naquela mesma região da cidade, o CONTRAPONTO divulgou, no mês passado, o acesso fácil ao interior do Cemitério Cristo Rei (ponto de “convivência” de usuários de drogas e bastante procurado também para sexo e, até, estupro. Muros baixos e escuridão facilitam a frequência ao local.

Além dos “esconderijos naturais” a rotas de fuga “aprimoradas” com obstáculos, por dentro de vielas e ao longo de trechos com mato, na ferrovia, o tráfico ganha espaço na região com a aproximação dos próprios usuários. Os locais contam com “sentinelas” e, a qualquer possibilidade de intervenção, os “avisos” chegam de forma rápida a quem precisa “se esconder” ou dispersar….

AUDIÊNCIA 

Durante a audiência pública, a administração municipal posicionou que intervenções definitivas em infraestrutura (drenagem, guias, pavimento, iluminação) na avenida Daniel Pacífico estão atreladas a orçamento.

Não há dotações orçamentárias para resolver problemas elencados na avenida. Mesmo a interligação da Daniel Pacífico com a rua Albuquerque Lins, em trecho curto (de um lote de extensão) exige, antes, a instalação de drenagem robusta na parte baixa da avenida. “Tem de fazer primeiro a drenagem na parte baixa da Daniel Pacífico. E esta intervenção é o mais caro. Interligar sem isso é perder dinheiro. E não temos orçamento. Nossa questão é fazer por prioridade de acordo com o caixa, que é muito pouco”, apontou o secretário Marcos Saraiva.

Nilson Ghirardello pontuou que há estudo preliminar para transformar a avenida em uma via de maior fluxo, com condições estruturais. Mas o avanço do desenho técnico só tem sentido se houver orçamento.

 

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