A Secretaria Municipal de Saúde vai abrir quatro frentes de atendimento específico de pediatria em unidades municipais até o final deste mês. A medida foi anunciada pela secretária Municipal de Saúde, Alana Trabulsi Burgo, durante discussão das demandas no setor na audiência pública de apresentação da Lei de Diretrizes (LDO) para 2023, realizada na última quarta-feira. Apesar da reunião tratar do planejamento orçamentário e de ações para o próximo ano, a secretária apontou que esta medida não pode esperar, em razão da lotação nas UPAs Bela Vista e Geisel, sobretudo em pediatria.
E nem precisa que Bauru receba queda abrupta de temperatura, como nesta fase do ano, para que mais pacientes lotem as salas de espera das Unidades de Pronto Atendimento. Às segundas e terças-feiras a situação, inclusive, piora, conforme os registros de mães que comparecem nestas ocasiões. Assim, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou que está sendo aberto plantão de 12 horas às segundas-feiras, em 4 Unidades Básicas somente para atender pediatria. E outra frente, com plantões de 6 horas, também atenderá nestas unidades às terças-feiras.
“Nós já programamos que até o final do mês as Unidades Básicas de Saúde do Centro, Jardim Chapadão, Bela Vista e Falcão vão atender casos de pediatria das 7h às 19 horas às segundas-feiras, quando a procura aumenta muito nas UPAs. E também vamos implantar serviço de pediatria nestas mesmas unidades às terças-feiras, com 6 horas de plantão médico, das 7h às 13 horas. Esta descentralização vai ajudar a desafogar a alta procura nas UPAs, principalmente no início da semana”, conta a secretária.
A procurada acentuada por atendimento de crianças nas UPAs também tem componente cultural. Pais correm direto para a Unidade de Pronto Atendimento mesmo que os casos não sejam graves. Em boa parte, a reação emocional imediata dos pais é procurar orientação médica onde sabe que, apesar da fila, terá atendimento. A acentuação desta postura, entretanto, leva para as UPAs casos, em sua maioria, que não são de urgência.
A secretária espera que a descentralização ajude na distribuição da demanda e na conscientização em torno da procura. Alana Trabulsi conta que a reestruturação será possível em razão da nova contratação de prestador de serviços para as UPAs. É que o atual contrato com a Fundação de Saúde (FERSB), completa 5 anos neste mês. Com isso, a administração municipal abriu procedimento (edital) para contratação da nova Organização Social (OS) para Termo de Compromisso com duração de 12 meses, prorrogáveis até 60 meses.
“Com a contratação atualizada para as UPAs, a equipe que atende pediatria vai poder ser utilizada nas 4 Unidades Básicas. Essas equipes são de servidores. Com o contrato incluindo pediatria, pudemos reprogramar as equipes para ampliar a oferta de serviço em pediatria, que está muito acumulada nas UPAs. Além disso, vamos conseguir oferecer o atendimento em diferentes regiões, incluindo Centro e bairros”, aposta a secretária.
ORÇAMENTO DA SAÚDE
Conforme apresentado na audiência da LDO 2023, a Saúde espera contar com R$ 224,8 milhões para a gestão de serviços municipais no próximo ano. Deste valor, R$ 199,9 milhões são com salários e benefícios dos servidores do segmento.
A reserva para despesas de custeio, manutenção e reformas está situada em R$ 22,5 milhões para o próximo ano, sendo R$ 15 milhões do orçamento próprio (municipal) e R$ 7,7 milhões do Governo Federal. Outros R$ 2,2 milhões estão previstos para conclusão da informatização da Saúde, conforme a apresentação na LDO.
A Saúde também projeta consumir R$ 22,5 milhões com insumos – o que inclui compra de medicamentos. Neste item, R$ 6,3 milhões saem do Orçamento local, R$ 3,2 milhões virão do Estado e outros R$ 12,9 milhões da União.
Os contratos de serviços complementares, o que inclui plantões médicos realizados por Organização Social, custam R$ 52,6 milhões por ano, sendo R$ 18,9 milhões bancados pelo Município e R$ 33,7 milhões pela União.