A secretária de Educação, Maria do Carmo Kobayashi, defendeu as escolhas dos 16 imóveis adquiridos pela pasta no final de 2021, por quase R$ 35 milhões e afirmou que a decisão pela compra (desapropriação) é da prefeita Suéllen Rosim.
O posicionamento antagoniza em duas frentes com os fatos em apuração pela CEI da Educação. A primeira é a de que Suéllen disse, em seu depoimento, que as aquisições foram ancoradas em orientações do Juridico e com base nas decisões apresentadas pela secretária de Educação.
A segunda questão é que em alguns processos as decisões foram assinadas em conjunto. Ou seja, está escrito nos processos que a responsabilidade pela compra é de ambas.
“Quem assinou foi a prefeita. Eu apresentei as possibilidades”, disse Kobayashi à CEI.
A secretária também disse que seus assessores, Clovis Cavenaghi e Klaudio Kadihara, é quem fizeram os levantamentos dos imóveis. Iniciaram pela Internet e depois partiram para sugerir à secretária outros prédios.
O relator da CEI, Eduardo Borgo, enfatizou que o procurador Jurídico, Maurício Porto, apontou em depoimento que não havia justificativa (individualização de que os imóveis eram únicos para o que a prefeitura queria) nem para compra e nem para desapropriar.
Kobayashi defendeu as mudanças na escolha – como o prédio da STAFF – PVA sair de escola e Napem (escola de formação) para ser a sede da pasta.
Sobre a compra do prédio da ex Escola Damásio, na zona sul, – imóvel de evidente opção de mercado para ocupação predial residencial – a secretária argumentou que lá poderia ser escola, mas, só final, a gestão optou por montar centro de formação de professores grande.
Ela foi contestada de que este tipo de ocupação poderia ser em outra região, com valor bem menor para o metro quadrado para esta finalidade.
Segundo a secretária o volume de compras se deu por necessidade de espaços aliado ao volume de verbas disponível – que têm de ser utilizadas no ano e que “para comprar e reformar demora muito os processos para concluir dentro do ano”.
Ela disse que só agora veio a ideia de desapropriar o posto de combustíveis, ao lado da STAFF. Chiara Ranieri abordou isso. Borgo citou que seria preciso ver a descontaminação do local.
Kobayashi disse que o governo vai enviar para a Câmara pedido de aprovação para comprar a quadra esportiva ao lado da escola Guedes de Azevedo, perto do Bosque Comunidade.
A secretária também disse que não vistoriou a garagem da Rua Minas Gerais, adquirida para garagem para 34 veículos da frota por R$ 4,9 milhões. Chiara considera ruim esta opção.
O depoimento prosseguiu após 17h.