O decreto de estado de emergência hídrica em Bauru anunciado nesta quinta-feira pela prefeita Suéllen Rosim (logo no primeiro dia de racionamento) é uma decisão de gestão para reduzir os efeitos da longa estiagem que pode durar 5 meses? Sim! A medida ratifica que a prefeita teme que a extensão da crise no abastecimento possa ‘desidratar’ a tolerância do bauruense com seu governo na eleição, exatamente na ponta prevista para o período seco, em outubro? Evidente que sim!
Feitas estas observações, necessárias ao contexto político e de gestão deste momento, é preciso apontar quais ações o governo pretende agilizar com o uso da liberdade em regras para contratar em razão do decreto para minimizar o desabastecimento de àgua para quem é servido pela Lagoa de Captação do Rio Batalha.
1 – o DAE tem de fazer a travessia de tubulação do poço Alphaville (que está muito ocioso – depois da rodovia Bauru-Ipaussu) até os Villagio. Ação essencial para aliviar abastecimento naquela ponta.
A autarquia abriu licitação mas ninguém apareceu. O decreto de emergência – se homologado pelos órgãos de habilitação – abre caminho com uso da nova lei de licitação para contratar empresas de forma mais simples.
2 – fazer travessia de interligação do poço Tamboré, também na zona Sul, pelo outro lado, para injetar outro reforço de produção no sistema é outra prioridade.
3 – contratar serviços com máquina para aproveitar a seca na Lagoa de Captação e retirar sujeira do local – aumentando a profundidade. A medida foi promessa do governo ainda em 2021.
Segundo o DAE, deixar a captação mais funda não resolve a estiagem mas é uma das ações que podem ampliar a “reservação natural” na divisa com Piratininga. Tirar vegetação invasora está no pacote.
Além disso, o afluente mais importante chega na Lagoa com altura (cota) de apenas 2 metros – relevo do local. E, assim, a Lagoa rasa e com sedimentos “empurra” àgua de volta para o córrego muito fácil (cota), ampliando perdas.
O DAE tem R$ 1,7 milhão de Fundo Hidrográfico para usar em ações específicas. E não consegue gastar.
A seca com a Lagoa com apenas 1,70 m de profundidade neste início de maio mostra estabilidade – se a retirada das bombas for de 280 litros por segundo, conta o presidente do DAE, Leandro Joaquim.
O limite (outorga) do DAEE licenciado até 2019 era 317 l/s com ciclo de chuva normal e 3,20 m de profundidade. Ou seja, se houvesse ciclo melhor de chuva ao longo do ano, mesmo com afluentes sob erosão e carreamento de terra para o rio Batalha em vários pontos, o sistema suportaria retirar 300 litros por segundo da Lagoa (mesmo ela sendo pequena). Neste nível a Lagoa se recarrega.
Mas com o local assoreado, raso e sem chover, o DAE foi obrigado a cortar a captação de àgua para 280 l/s, senão não repõe e seca ainda mais rápido. A ETA ia parar se não fosse adotado o racionamento.
E então o efeito nas casas (e no eleitor) seria ainda pior.
INTERLIGAÇÕES
4 – o DAE vai acelerar interligações em outros pontos. A ação prevê tirar mais àgua de alguns poços agora para tentar reduzir ao máximo o uso da àgua do Batalha para o Centro e Bela Vista.
5 – o DAE reabriu o poço Consolação (mas sabia que ele estava condenado – produz pouco: 30m3). O novo poço Alto Paraíso fracassou. Produz como o velho Consolação: quase nada. Dinheiro mau usado. Os poços Padilha e Distrito Três 1 dão sinais de esgotamento (este último puxa areia) e o poço Cardia já tem rebaixamento de bomba com perda de produção.
Assim, dos 9 poços citados pelo atual governo, alguns vieram de construtoras e a gestão tem de lidar com as “perdas de produção” das unidades acima.
Explorar àgua sobrando do Estoril Premium, Alphaville e Val de Palmas, com interligações, é a saída de curto prazo. Existem outras ações, como aumentar a retirada do poço Jd Niceia (+ 50 mil l/h).
6 – ir atrás de reforço de poços particulares com vazão mínima que compense interligar a uma adutora. Exemplos: poço da ABDA na Hípica, ver o do BTC, checar o poço da obra do esqueleto do ‘shopping’ Macksoud, no Centro.
Concentrar as licitações e contratações em àgua…
Neste 2024 a questão é que choveu pouco desde o final do ano passado, a estiagem pode castigar até outubro e, nesta hora e com este cenário, a sede e as torneiras secas agem contra o humor do eleitor tanto quanto falta de médico e de remédio e UPA lotada…
Bom dia, agora e discutir a fome com a barriga vazia, esse assunto era para ter sido resolvido, o que realmente tenho certeza e que o povo paga pela pessimas gestões dos governantes, é uma lastima.
O problema nunca foi a falta de água ou chuvas. O problema sempre foi a reservaçao insuficiente.
A Prefeita não fez o dever de casa, agora decreta o estado de emergência, agora deve surgir muitas compras emergenciais, pergunto se a Prefeita estivesse feito o trabalho de limpeza da represa a população não estaria passando por esta falta d’água.
Deveria ter investimentos em poços artesianos nessas regiões q são abastecidas pelo batalha, em vez de termos compras de vários prédios antigos na cidade
E pode ter certeza de q o eleitor vai levar em consideração essa situação da água na cidade.