A OpenAI – criadora do ChatGPT – planeja anunciar nesta segunda-feira, dia 13 de maio, um concorrente de busca do Google. A informação foi divulgada pela agência Reuters na quinta-feira e tem, desde então, agitado os bastidores do mundo das big techs.
O Google domina o mercado de buscas no mundo. Segundo o site de análise de dados, Statista, o buscador é usado em, aproximadamente, 82% das pesquisas na web em todo o mundo. O Bing, da Microsoft, é o segundo do ranking, com cerca de 10,5% de participação. De acordo com a Conversion, agência de SEO brasileira, o Google é responsável por 99% das buscas no Brasil.
Um movimento da OpenAI na direção do mercado de buscas não pode ser ignorado. Apesar do amplo domínio do Google, o ChatGPT tem mais de 120 milhões de acessos por mês no Brasil, segundo a pesquisa Traffic Analytics, divulgada pela Semrush em março desse ano, e hoje, lidera o mercado de Inteligência Artificial (IA) generativa.
Segundo a reportagem de Anna Tong para a Reuters, com informações da Bloomberg, a ferramenta de busca da OpenAI deve ser uma extensão do seu principal produto, o ChatGPT, permitindo que ele extraia informações diretas da internet e inclua citações.
“Os observadores da indústria há muito consideram o ChatGPT uma alternativa para coletar informações online, embora ele tenha dificuldade em fornecer informações precisas e em tempo real a partir da web”, escreve Tong. A nova ferramenta deixaria no chat inteligente tão capaz de obter informações quanto o Google.
Mudanças vão além da pesquisa
Para o usuário “normal”, que usa o Google para tirar dúvidas simples sobre qualquer tema, uma nova ferramenta seria apenas mais uma maneira de se informar. Nesse sentido, toda inovação é sempre bem-vinda.
Para o mercado, o surgimento de um player de peso para concorrer com o Google pode mudar o cenário da produção de conteúdo e –obviamente – da destinação de recursos para anúncios.
Ao longo dos muitos anos de domínio do mercado de buscas o Google praticamente moldou a forma como pessoas e empresas devem produzir conteúdo para ser encontrados (por isso o SEO – a “formatação” que é exigida para tudo o que está online poder ser achado no buscador – é tão importante) e criou uma cultura de busca da informação.
O Brasil é um dos países mais empolgados com o uso de ferramentas de Inteligência Artificial, de acordo com o próprio Google. Em abril, durante o evento “Think with Google”, realizado em São Paulo, a empresa afirmou que 46% dos usuários no país utilizaram algum recurso de IA nos últimos 12 meses. A média global foi de 38% no mesmo período.
Pelo já citado levantamento da Semrush, em janeiro desse ano, o Brasil foi responsável por 5,16% do tráfego total do ChatGPT no mundo, ficando em quarto lugar no ranking de nações que mais usam a IA.
Resumindo, uma grande mudança pode estar a caminho e as empresas precisam ficar atentas.
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Gustavo Candido é consultor de marketing digital. Também é jornalista e autor de livros sobre Trade Marketing, Atendimento e Multicanalidade, Cadeia de Suprimentos e Gestão de Marcas que você pode encontrar na Amazon.
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