06/10/2020 RAUL NA FRENTE NA PESQUISA RECORD E SOB ATAQUE JURÍDICO DE ADVERSÁRIOS … DAE DEFENDE ESTADO DE EMERGÊNCIA POR FALTA D´ÁGUA E PREFEITO RESISTE , MAS MARCA ‘LIVE’ COMO CANDIDATO
IMPUGNAÇÃO E DEFESA DE RAUL
O segundo pedido de impugnação da corrida eleitoral em Bauru, ambas antecipadas pelo CONTRAPONTO (Rosana Polatto PSB e Raul Gonçalves DEM), se confirma com a aliança que reúne PT e Rede indo à Justiça Eleitoral pedindo a declaração de inelegibilidade de Raul Gonçalves por este ter trabalhado até pouco tempo no Hospital de Base, como médico. A ação de impugnação vai ao crivo da Promotoria e, se recebida pelo Judiciário, gera dor de cabeça ao oftalmologista.
Prazo: se o entendimento for de que Raul não podia atuar como médico prestando serviços no Base (via Famesp), o documento que ele entregou à Justiça atesta descumprimento do prazo. Mas, diga-se, o candidato defende que não seria necessário que ele se descompatibilizasse, porque alega que atuou para a Famesp sob o chamado contrato de cláusula uniforme. A Famesp, de outro lado, é empresa de direito privado, pontua a defesa do candidato. Nesta condição jurídica, a defesa de Raul entende que não cabe o apontamento do adversário ao pé da lei.
CONFRONTO DE POSIÇÕES
Mas na visão de quem pediu a exclusão do candidato do Democratas da disputa local, a Famesp sobrevive, majoritariamente, de verba pública e que, sendo assim, Raul não poderia participar como prestador de serviços até 4 meses da eleição, como profissional (médico) atendendo a pacientes da cidade (benefício da exposição direta junto a eleitores fora do prazo).
Já a ação de impugnação, em si, tem um problema: ela foi formulada como sendo da coligação, mas não consta documentação dos advogados saneando esta representação. Ou seja, ao pé da letra, a ação está como sendo dos advogados (e a legitimidade para ingressar com ação desse tipo é restrita a partidos e coligações).
LIDERANÇA ESPERADA NA PESQUISA
Quem é do meio político ou costuma acompanhar o segmento já sabia que Raul Gonçalves apareceria na frente nas intenções de voto, conforme levantamento veiculado pela TV Record. A amostragem realizada pelo Instituto Real Time Big Data, para a emissora, entrevistou 650 eleitores entre 30/9 e 2/10, com 4% de margem de erro. Conforme o Instituto, Raul teria 28% das indicações de voto, seguido de Gazzetta (8%), Edu Avallone e Luiz Carlos Valle (ambos com 5%), Suéllen Rossim 4%, Jorge Moura e Rosana Polatto 2% e Gerson Pinheiro, Renata Ribeiro e Sérgio Alba com 1%. Joaquim Oliveira, Nelson Fio e Sandro Bussola não atingiram índice mínimo, conforme a amostragem. 26% votariam branco ou nulo se a eleição fosse neste período pesquisado e 17% não sabem em quem votariam (ou não quiseram responder).
PITACOS SOBRE A PESQUISA
Sem considerar os demais itens pesquisados pela Real Time (não divulgados), o relatório, modelo e sistema de dados utilizados, não é possível aferir além do que se sabe. Rejeição, por exemplo, é um indicador relevante. Se o percentual do prefeito Gazzetta for elevado, ele iniciaria a campanha com necessidade de reduzir índice. Aliás, o que ouvimos no bastidor, de gente próxima do prefeito, é que esperavam em torno de 12% de performance. Cabe pitaco pra todo gosto e lado, mas o essencial seria que é apenas a primeira amostragem; ela dá o tom inicial, breve, do retrato da disputa até a última sexta-feira (condição ainda muito fria da eleição, embora ela seja de duração curta) e, como esperado, com alto índice de bauruenses sem candidatura (43% do total, sendo que 26% indicam vontade em votar nulo ou branco). É controverso se Avalone tem o indicador que a amostra aponta, assim como chamou atenção Sandro não aparecer com nem um dígito. Mas como é amostra preliminar, cuja estratificação não foi divulgada, aguardemos. Raul: terá de superar seu “teto” (entre 25% e 30%). Demais candidatos vão ter ganho natural de percentuais e a disputa pelo “segundo lugar” pode ser acirrada…
Votar nulo ou branco, matematicamente falando, é, no fundo, confirmar a ordem de posições na disputa. Embora seja, claro, direito do cidadão posicionar que nenhum dos nomes escolhidos pelos partidos preenche os critérios que ele, eleitor, defende. Mas se o percentual de votos brancos e nulos for elevado, o coeficiente eleitoral cai (número de votos necessários para eleger um vereador) e, com isso, reduz também o total mínimo de votos para que um candidato tenha condições de assumir uma vaga, mesmo na sobra (ele tem de ter pelo menos 10% dos votos válidos, senão está fora).
Curiosidades: dos 13 nomes pesquisados, dois têm pedido de impugnação (Raul e Polatto, um entrou na troca por desistência (Gerson), duas candidaturas foram chamadas “em cima da hora” (Polatto e Joaquim). Os 7 primeiros na lista de intenções de voto já foram candidatos recentemente e os 5 primeiros disputaram eleições a deputado.
SABATINA COM CANDIDATOS E GOVERNADOR
E por falar em candidaturas, nesta quarta tem sabatina com a candidata Rosana Polatto (PSB) – que também tem sua candidatura sob o crivo eleitoral (pedido de impugnação). Ela estará às 7h30, ao vivo, pela 96 FM e página do youtube, em produção conjunta da rádio com o Jornal da Cidade de Bauru. O CONTRAPONTO vai acompanhar e fazer avaliação da participação de Polatto, como o fez com Gazzetta.
Se não leu, ou assistiu ao VÍDEO resumo, está tudo em REPORTAGENS:
Outro assunto: o governador João Doria (PSDB) tem agenda informada para Bauru nesta quinta-feira, para inauguração do DEIC, na avenida Rodrigues Alves.
DECRETO DE EMERGÊNCIA POR FALTA D´ÁGUA
O presidente do DAE, Eliseu Areco Neto, disse em audiência pública (terça 06/10) que foi encaminhado requerimento formal ao prefeito Gazzetta para a decretação de estado de emergência (ou calamidade) em razão da insuficiência de abastecimento de água para 38% da população de Bauru. A solicitação está com o prefeito há alguns dias, segundo o DAE. Mas quem decide é Gazzetta. O DAE quer, com a medida, ter instrumentos para contratar serviço de caminhões pipa para ampliar a oferta de água por solicitação da população. A autarquia, conforme Areco, tem 7 caminhões pipa, mas hoje já seriam necessários 17 veículos. A autarquia não está dando conta da demanda. Já o nível da lagoa de captação do Rio Batalha, a olho nu, caminha para a necessidade de interrupção se não chover nos próximos dias. O lodo é visível em razão da baixa profundidade.
O DAE vai partir para a contratação emergencial de serviços de transporte por caminhões pipa, possivelmente por lotes, para facilitar que empresas menores participem e em menor tempo, conforme o presidente Eliseu Areco.
COMO FUNCIONA A PRODUÇÃO DE ÁGUA NO RASO?
Para as duas bombas operarem “puxando” água a todo vapor da pequena lagoa do Batalha o ideal é ter 3,60 metros de profundidade. Com o calor intenso e longa estiagem, o DAE passou a revezar o funcionamento dos equipamentos . Com 1,45 m de profundidade, a manobra é deixar 1 bomba funcionando por 15 horas. A “esponja” da captação é um mecanismos “vivo”. Essa redução à metade, gera “fôlego” para a Lagoa, que volta a subir para algo em torno de 1,80 m de profundidade (após 15h com 1 só bomba sugando água do Batalha). Neste momento, o DAE volta a produzir com duas bombas e tem alternado esse mecanismo, com intervalos de 15h.
Em um sistema ideal, além de não retirar 550 l/s 24h do rio – como acontece quando não há estiagem -, o DAE teria que dar “folga” nos equipamentos. O mesmo acontece com os poços profundos que, a rigor, trabalham “direto”. Com isso, a vida útil das bombas e o que se retira do poço também são, o tempo todo, extremos. A licença da Cetesb (autorização) para o Batalha é de 317 l/s. E os poços “deveriam” trabalhar com paralisação pelo menos no horário de pico. A partir do início da noite a energia elétrica tem custo acima do dobro.
A LAGOA ESTÁ SEM LIMPEZA
Agora há uma questão antiga não resolvida, independentemente de estiagem, forte calor, desperdício e aumento do consumo de água em Bauru. O DAE não realiza a limpeza geral da Lagoa de Captação de forma permanente. Não foi realizada a dragagem recente na Lagoa! A limpeza geral – periódica – é essencial para reduzir a presença de sedimentos, permitir maior controle da deposição de areia no fundo, reduzir a presença constante de algas, garantindo, apesar dos problemas, melhores condições para a profundidade no espelho d´água represado através de um desvio do rio Batalha.
TEM ÁGUA NO POÇO DO RECINTO
A administração municipal negocia com a Arco (que detém permissão do Recinto Mello Moraes) medida para instalar torneiras do lado do muro, pela avenida Comendador Martha. Porque tem poço artesiano no local (municipal) que produz até 10 mil litros de água por hora, com reservatório de 100 mil litros de água.
GAZZETTA FALA NA CRISE COMO CANDIDATO E NÃO COMO PREFEITO
No meio da crise, o prefeito e candidato à reeleição Gazzetta agendou live para a terça a noite (06/10) para falar aos bauruenses “tudo o que fez e está fazendo” para produzir água. Oras, o prefeito tinha a obrigação de se explicar como chefe do Poder! Só pra lembrar, que os casos de Covid estão em índices ELEVADOS e o secretário de Saúde, Sérgio Antonio, está sumido das lives… Seria ordem do prefeito em razão da eleição, secretário?
CONSELHO FISCAL DA FUNPREV
O Conselho Fiscal da Funprev anotou que a conselheira Natalina de Oliveira Puliesi deve devolver os valores que recebeu como gratificação por atuar na fundação, equivalente aos últimos três meses. Motivo: a legislação impede que conselheiro seja nomeado para cargo em comissão. A servidora já ocupava cargo, mas foi nomeada, há pouco tempo, para outro (superior). Mas não informou nada à Funprev. A devolução está sendo determinada com os equivalentes a titulo de benefício (13º salário e férias).
Por falar em Funprev, a empresa que disputa a licitação para contratação de VOTAÇÃO ELETRÔNICA na eleição do conselho ingressou com pedido de impugnação. Os R$ 7 mil do “menor preço”, na visão da participante, são inexequíveis. A empresa “tasca” críticas ao pregoeiro e a não fixação de regras que garantam a confiança e eficácia dos serviços, os parâmetros de segurança operacional e efetividade do gasto pretendido. Partiram para um caminho arriscado e a encruzilhada é logo ali, no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público!
E tem gente lavando calçada e rua com a mangueira.
Dá vontade de fotografar e colocar no face.