11/11/2020 AVALIAÇÃO DA ELEIÇÃO, BASTIDOR E A CRÍTICA NECESSÁRIA
COBERTURA NO DOMINGO
O CONTRAPONTO vai avaliar a eleição ainda na noite de domingo com matéria especial com o resultado das eleições no SITE. Mas também vamos comentar os resultados no FACEBOOK, ao vivo, a partir das 17 horas. E teremos convidados conosco!
Jornalismo sem vínculo, sem amarras! Acompanhe, divulgue!
JOGO ELEITORAL
Vamos tocar no óbvio: eleição é disputa de poder. A questão é que há quem opte pela crítica necessária, de conteúdo político, e quem exponha a caricatura para escancarar defeitos. Cabe ao eleitor acompanhar. E ai é que reside o perigo.
Desatento, afastado das decisões e discussões sobre a cidade, o eleitor não só tende, em boa parte, a rejeitar seu papel fundamental como ator do jogo, como terceiriza, abre mão ou escolhe ser usado!
Bom! Cada um escolhe seu papel nesse palco. Domingo se encerra um capítulo desse enredo. Pode ser o derradeiro. Mas pode ter o segundo ato. Quem decide é o povo!
Mas, é por estas e outras, também, que muita gente decente não entra para o mundo político-partidário. E ai reside outro erro. O porão toma conta…
CRÍTICA E…
Mas deixemos de abstrações sociológicas e vamos a episódios do dia sobre a corrida eleitoral em Bauru. Os leitores gostam de BASTIDOR. (também)…
A campanha de Jorge Moura (PT) aumentou o tom das críticas a adversários. No programa de TV da terça, exibiu um vídeo apontando para o desvio multimilionário na Cohab. Junto com o material, os petistas, porém, citam condenação eleitoral de Suéllen Rossim (Patriota), por irregularidade em despesas em sua campanha a deputada.
Aqui fazemos duas observações: apontar que a adversária tem rejeição de conta eleitoral é algo plausível. A ocorrência é fato! E julgado em definitivo pelo Judiciário Eleitoral. Assim como é crítica política dentro do esperado questionar se a candidata reúne condições para gerir uma Prefeitura de uma cidade de 400 mil habitantes. Crítica, portanto, com elementos do universo de conteúdos eminentemente políticos.
Fica a dúvida se foi uma boa juntar o conteúdo com material sobre os desvios da Cohab. São conteúdos distintos. E uma parte vai confundir…
DIREITO DE RESPOSTA
Por falar nisso, a campanha de Raul obteve direito de resposta em relação a este material. Em liminar, a juíza Regina Caro Aparecida Gonçalves mandou tirar o material em vídeo do ar e concedeu direito de resposta.
A decisão traz que Raul não está citado em conteúdo da questão de desvios da Cohab. Apenas o vice, Manfrinato, está citado em viagens que fez a Brasília, conforme noticiário.
DINHEIRO DE CAMPANHA
Circula pelas redes sociais mensagem apontando que Suéllen Rosim (Patriota) e Rosana Polatto (PSB) contam com repasses substanciais de recursos eleitorais de seus partidos para a legenda. No site divulga contas, Suéllen tem registro de recebimento de R$ 450 mil. Para Rosana o valor é R$ 407.500,00. São os maiores recursos informados até aqui.
Entre os demais, a grana de campanha de cada um é R$ 333.250,00 (Gazzetta), R$ 133 mil (Raul), R$ 160 mil (Valle), R$ 146 mil (Jorge), R$ 115 mil (Avallone), R$ 24,6 mil (Renata Ribeiro), R$ 100 mil (Gerson), R$ 35 mil (Sérgio Alba) e R$ 5.000,00 (Sandro). O candidato do PSD, porém, já gastou R$ 227.837,97 até aqui.
ERRO DE EXPOSIÇÃO
A campanha de Raul Gonçalves (DEM) fez seu papel de distribuir, robotizar, a manutenção da boa performance na liderança da corrida eleitoral até aqui. Mas aqui também vale uma pontuação.
Ao exibir os resultados em massa, Raul maximiza também a exposição de Suéllen como segunda colocada, fato desconhecido do grande público até aqui. Até porque o povão não sabia disso. Fez um favor para a candidata, que não tem tempo de TV e fica “ilhada” nas redes, onde o alcance depende de impulsionamentos e outros artifícios.
Ok! A estratégia pode ter sido exatamente esta. Ouvi de gente do time de Raul que eles preferem “enfrentar Suéllen” em um possível segundo turno. Porque ela tem boa resposta empática no vídeo, mas não mostra conhecimento sobre os problemas da cidade e como resolve-los (crítica esta apontada pelo CONTRAPONTO ao avaliar a sabatina da candidata).
Mas, tudo tem outra face, ainda mais em se tratando de estratégia de marketing político. Será que a avaliação levou em conta que, ao massificar o resultado da pesquisa, o time que está na frente levou em conta a abrangência da ênfase, ao mesmo tempo, a alguém que não é conhecida como candidata em todos os cantos?
Ouvi, em amostragens nas ruas e em redes sociais, este comentário… Bom! Pitaco é pitaco! Mas que isso ecoou, ecoou…
CASTELO DE AREIA
Divulgação de conteúdo eleitoral de campanha é uma arte que ou é feita por quem sabe (aqui no sentido de identificar profissionais que conseguem avaliar os dois lados da moeda e TAMBÉM as bordas…) ou revela, apenas, a personalidade, o modus operandi, da candidatura!
A equipe de Raul Gonçalves espalhou pelas redes um folder com uma foto do vice, Fábio Manfrinato, com ofício da Cohab ao lado. O texto do “cartaz” trouxe: “Fake news caem por terra quando a verdade aparece!”
O material TENTOU dizer que seria mentira a informação de que o vice viajou (detalhe) pra Brasília “com passagem paga pela Cohab”. Bobagem! O CONTRAPONTO já havia publicado, na coluna, que não existe passagem a vereador paga pela COHAB. Isso seria irregularidade grave e infantil, inusitada inclusive!
Além disso, o próprio Manfrinato afirmou em matéria do CONTRAPONTO que foi a Brasília e que foi atendido pelo governo no pagamento da despesa da viagem. O que também é irregular!
Gente! Que estorinha patética!
Conversei com Roberto Pallu (que cuida das publicações do material de campanha de Raul nas redes sociais). Ele disse que “repassou o que recebeu”. E que a produção é do outro núcleo da campanha. Mas pediu desculpa e retirou o material (o que não elimina o erro).
Já Kleber Santos, contratado como manager das estratégias do time de Raul, falou ao CONTRAPONTO que deu ordem para que Pallu retirasse o material do ar. E assim foi feito!
OUTRO ERRO
A campanha de Sandro Bussola (PSD) cometeu erro, digamos, parecido! O escrete de Bussola espalhou (também massificado) ofício em que ele pede a retirada do pedido de Comissão Sindicante. A petição INTEIRA faz referência apenas à matéria do CONTRAPONTO, com críticas à matéria também sobre as viagens a Brasília.
Também já havíamos publicado, antes, que ninguém falou em viagem em 2018. As datas são outras!
Gente! Vocês estão dando publicidade (gerando “suíte”, como se diz no glossário técnico de jornalismo) à toa!
Agora os curiosos querem saber quem é Paulo, quais os documentos protocolizados por assessores em Brasília, quem entregou as passagens (Angela Aiello ou outra corretora?).
Aliás, apuramos que a corretora já prestou depoimento e forneceu informações preciosas ao inquérito. Outra informação: a ex-secretária da presidência da Cohab prestou dois depoimentos. Nós falamos com ela!
Ou alguém acha que, depois de 27 anos de carreira, o CONTRAPONTO iria jogar no lixo o manual de jornalismo e publicar notícia sem apurar?
O TEMPO
Utilizem seus preciosos tempos de propaganda eleitoral (e os recursos PÚBLICOS que as financiam) para apresentar soluções para os problemas da cidade). Se forem realizar CRÍTICA NECESSÁRIA a adversários, o façam da cintura pra cima, mostrando fatos claros, e indagando competências em relação a cada um.
Não percam seu tempo com chip de celular não identificado (desses que se compra aos montes na Santa Efigênia), nem com intimidações.
Controlem a ansiedade! A eleição será no domingo, mas virá, no tempo certo, da apuração, farto material desses e de outros tantos episódios em breve! Não tenham pressa!
Credibilidade, conhecimento da máquina e seus processos, projetos importantes e soluções simples sempre mostrando como e de onde buscar recursos!! Sem dúvida o mais preparado para articular com setores o desenvolvimento de nossa cidade de maneira honesta e prática!! Combatemos um bom combate!!! Creio que a política já não aceita mais pessoas honestas com objetivo de ajudar o povo!!! Quanto mais escandalos mais engajamentos e mais votos!!! Valeu só falta um tiquinho!!!
Nelson, os valores recebidos para campanha é do fundo? dinheiro público?
Em tempos onde a informação está tão disponível, a massa ainda prefere o fuxico,a pesquisa encomendada e a fé (certeza do que não vê, convicção do que se espera) para definir o voto. Pena.
Parabéns. Como sempre esclarecimentos dos fatos sem partidarismo.
Parabéns ao jornalismo/ Correto e imparcial / sómente as verdades .!!