N.46 QUASE VÉSPERA DE ELEIÇÃO: VEJA OS BASTIDORES QUE NÃO CONTAM POR AI..
CONTINHAS
Vamos contar para o leitor curiosidades (e bastidores claro), que não se publica por ai. Informações que costumam ficar restrita a partidos, coordenadores de campanha.
Depois que o CONTRAPONTO decifrou a fórmula de cálculo do preenchimento de vagas para o Legislativo, as reações foram diversas entre candidatos. Com 51% a mais de concorrentes, em relação a 2016, vários jogaram a toalha. E isso prejudica a chapa. Porque reduz o total de votos que esse grupo poderia ter.
Aqui reside antigo erro da estrutura política-partidária no Brasil. A eleição virou corrida por espaço político de PESSOAS. E o princípio nunca foi esse. Raramente um (a) candidato (a) vence com seus próprios votos. Logo, o conceito da chapa é que a SOMA DOS VOTOS leve a atingir o quociente eleitoral (número de votos mínimo para preencher uma cadeira).
Quem é eleito é o grupo. O mais votado na verdade é o que se credencia a representar o partido. Mas logo após o resultado das urnas já começam as movimentações para trocas. E o partido (que inclusive financiou o jogo com dinheiro público) é descartado.
Ah.. como já dito: nesta eleição, partido que “bate na trave” (não consegue os votos do quociente, mas chega perto) vai eleger vereador na SOBRA! Pra quem não leu aqui, vai lá: a regra eleitoral mudou e depois que forem preenchidas as vagas para legendas que atingiram o quociente, começa a distribuição de cadeiras entre todos, inclusive quem chegou “perto”.
Mas candidato que não atingiu 10% do quociente em sua votação, está fora das sobras.
SEGUNDO TURNO
Já dissemos aqui que a tendência é que a formação do Legislativo seja de uma dúzia de legendas, dada a pulverização de votos, o aumento no número de candidatos e chapas, a ausência de coligação, entre outros fatores.
Logo, em tendo o segundo turno, pode esperar que já no domingo a noite vai começar a movimentação de eleitos (e bons de voto que não se elegeram) entre vários partidos. Serão “disputados” entre duas candidaturas.
Se a conversação fosse para a formação de grupo de apoio para um futuro governo, tudo certo. O problema é quando as conversas não são, digamos, republicanas…
Que ninguém seja ingênuo em imaginar que o poder econômico tem alto poder de fogo nesse momento.
Mas, como pontuamos aqui, o CONTRAPONTO é defensor do segundo turno para cidades médias. A eleição encerra o primeiro turno com conteúdo pobre, cheio de firulas e pouco enfrentamento da realidade, dado o enorme desafio que há pela frente a ser enfrentado em Bauru. Programa de TV aceita tudo! O segundo turno vai, embora curto, exigir algum confronto entre conteúdos, perfis. E identificar quem está com quem!
BRIGA DE GIGANTES
Em alguns partidos, por exemplo como o MDB, PP, entre outros, a disputa por duas eventuais vagas no Legislativo será muito mais acirrada do que em outras legendas. Isso vai acontecer porque essas chapas têm mais de 5 candidaturas com potencial a partir de 1.500 votos.
Se o quociente for, digamos, 8.000 votos, para preencher cada vaga, imagina como ficará a disputa interna.
Em seguida, haverá também disputa acirradíssima entre legendas com 3 ou 4 candidaturas com potencial também acima de 1.500 votos, mas com outro tanto número de candidatos chamados de médios, que conseguem entre 500 a 900 votos e ajudam a empurrar a chapa para “cima”! na disputa.
A disputa pelo topo será também dura em legendas como DEM, PSDB, Republicanos.
Portanto, para quem não é acostumado a entender o jogo eleitoral: há uma disputa geral, da legenda e pela busca de votos suficientes para atingir o quociente. E a briga interna nos partidos. Em algumas legendas, ser muito bem votado (mas segundo) pode não ser suficiente. Casos potenciais, como exemplo, estão no PTB, Republicanos, PDT, por exemplo.
A formação das 17 cadeiras da próxima representação popular terá uma “bancada” de suplentes com vários nomes que já sentaram nas cadeiras.
E, como em toda eleição, surgirão alguns nomes emergentes (personalidades, nomes populares, gente que tem trabalho sólido em comunidades ou segmentos). Sem contar candidatos que estão buscando votos já na terceira disputa…
PROJEÇÕES
Não será nenhuma surpresa se a composição das 17 cadeiras do próximo Legislativo tiver uma dúzia de partidos com uma cadeira cada um e umas duas ou três legendas (somente) com duas cadeiras. Será difícil (não impossível) conseguir eleger 3 na bancada.
Alguém pode considerar essas projeções e tendências sem nexo. Tudo bem! Então precisamos contar que todos os partidos experientes, de porte, contam com gente experiente que sabe tabular esses dados, projetar planilhas de potencial de votos e, até, mensurar a aceitação de campanhas por NOME. Ai, formam listas dos mais votados em cada legenda.
E essa planilha, confrontada com a fórmula do cálculo eleitoral, indicam as possibilidades. O CONTRAPONTO faz isso há várias eleições. Mas, obviamente, isso é uma informação para consumo interno. Mas as observações aqui da coluna ajudam o interessado a entender projeções e ter uma noção de como deve se dar a disputa entre as legendas.
Em tempo, apenas para eliminar melindres desnecessários, advertimos que legenda que não foi citada abaixo não significa que esteja fora do páreo. Tem mais de 3 dezenas de partidos. As pontuações trazem, portanto, alguns exemplos.
VOTO ERRADO
Um fator pode ajudar legendas com candidaturas a prefeito bem votadas. Muitos eleitores ERRAM ao votar. Votam o número do (a) prefeito (a) primeiro. E ai já foi. Como se sabe, primeiro se vota a vereador. Depois para prefeito (a). Nessa hipótese, esta chapa pode ter uma ajudinha, de votos por erro, que entram para o voto de legenda e se somam aos obtidos pelos candidatos à eleição proporcional.
CHAPAS INCOMPLETAS
O registro de candidaturas identifica que 10 partidos não contam com chapa completa. Oito deles têm apenas a metade das 26 vagas possíveis. Isso dificulta bastante a atingir o quociente e, com isso, a eleger uma cadeira.
Mas esses partidos podem, como comentamos, ter dois bons puxadores e 8 candidatos médios (em potencial de votos), para melhorar a posição na tabela de votos.
SOBRAS
Na eleição passada, das 17 cadeiras ao Legislativo, 9 foram preenchidas por partidos (e coligações – que não existem mais nesta eleição) que atingiram o quociente. As 8 cadeiras restantes foram preenchidas por sobras.
Desta vez, como explicamos, o partido pode ter 14.000 votos, eleger 1 cadeira, e ir para a disputa de uma vaga na SOBRA com o que sobrou. Se o quociente for 8.000 votos para cada vaga, por exemplo, a “sobra” deste partido vai disputar com legenda que obteve mais que 7.000. E vai perder a vaga para essa turma.
E assim, a fórmula do cálculo vai descendo a tabela, de forma decrescente, até completar as 17 cadeiras.
CANETA
Eleitores! Fiquem de olho na venda ou DISTRIBUIÇÃO “gratuita” de caneta e até de (máscara) nas proximidades dos colégios. Certifique que junto com o “bom serviço” não está embutido pedido de voto!
ATÉ MEIA NOITE DE SÁBADO
Os partidos e candidatos (as) não precisam retirar das redes sociais o que foi publicado, como Facebook, Instagran.
Mas a partir da meia noite do sábado (ou zero hora do domingo) é proibido (e infração eleitoral) inserir conteúdos! NÃO PODE PUBLICAR!
Ah.. outra coisa: não tem lei seca!
Outra coisa: o quociente na última eleição foi de 9,833 votos. A possibilidade de ausências em função da pandemia e percentual elevado de votos brancos e nulos PODE reduzir o número para algo em torno de 8.000 a 8.300…
RECURSO NEGADO
O Tribunal de Contas do Estado negou recurso da Prefeitura de Bauru no processo que analisa a compra de serviço de imagem de raio X e de ultrasson (locação e instalação do equipamento), com emissão de laudos. O valor do contrato foi de R$ 578.899,92.
O contrato por licitação foi considerado irregular. O julgamento está sendo processado em relação ao prefeito Gazzetta e o então secretário Municipal de Saúde, José Eduardo Fogolin.
72% DE VEGETAÇÃO
O estudo (Plano de Manejo) apresentado pela Prefeitura de Bauru, através da Arcadis (contratada), da APA Campo Novo/Água Comprida aponta que a região é a que conta com a maior cobertura de vegetação da cidade. 72% da APA é de vegetação, 15% de pastagens, 11% consta como desmatado, 4% em cultivos, 5% com usos residenciais e 0,7% com instalação industrial (ao lado da rodovia Bauru-Jaú).
NÚCLEO ESPECIALIZADO
Foi publicado no Diário Oficial de Bauru (DOB) decreto instituindo o Núcleo Especializado de Atendimento à Servidora para casos de abuso sexual, incluindo outras infrações.
O CONTRAPONTO publicou, em setembro, matéria completa abordando processos administrativos. O Núcleo leva em conta a existência desses casos, chamados de “desvios de conduta de natureza sexual, que podem caracterizar crimes de natureza sexual, a exemplo de importunação e assédio.
Parabéns aos envolvidos pela rápida ação institucional no tema! Que o serviço tenha efetividade no apoio a vítimas e também na recuperação de autores.
Excelente cobertura das eleições, aliás excelente aula sobre eleição…
Parabéns Nelson Itaberá
Sempre trazendo um conteúdo de extrema qualidade.
Mais uma vez, pauta necessária para a cidade.
Jornalismo sério comprometido com a qualidade da informação, sem receio de apontar as mazelas que a cidade vive. Precisamos de mais profissionais com esse nível de discernimento, sem amarras, frestas, falas abstratas, afinal o grande bobo da história é quem julga seu leitor ou ouvinte bobo também !!!