Bauru possui bem mais de duas centenas de colônias de animais. O mapa acima identifica que os endereços estão espalhados por todas as regiões da cidade. Neste mapeamento estão os endereços com a presença de pelo menos 5 animais. Em uma parte, o acolhimento é improvisado. Em boa parte, a manutenção dos pets depende exclusivamente do esforço de abnegados, ou de grupos de ativistas que não desistem da causa.
Mas o Poder Público não conhece a maioria das colônias. No levantamento voluntário realizado por movimentos engajados, que participam do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Comupda), as colônias passam de 200! O mapa acima identifica os endereços cadastrados por ações coletivas na cidade. O mapa, contudo, ainda não contempla alguns endereços. E, como contam integrantes de movimentos como @castramor @adotagatosbauru @sementinha @naturevitae e tantos outros: cada semana ressurgem novas colônias.
O levantamento ainda não inclui abrigos. Alguns deles contam com dezenas de animais. A pandemia mudou bastante o mapa. Dificuldade financeira e, inclusive, ocorrências como depressão e outras doenças de natureza mental, levaram vários detentores de colônias a “jogar a toalha”.
A causa animal em Bauru é do tamanho da população (numerosa) de pets. E a ansiedade por programas permanentes da educação ao controle da população e doenças de cães e gatos tem a mesma dimensão.
Animal em casa não é (e não deveria ser) presença ligada ao entretenimento de famílias. Causa animal é (ou deveria ser) movimento onde o ativismo está diretamente ligado aos direitos e a proteção dos animais, seu bem-estar. Causa animal é (ou deveria ser) prioridade de política pública, com ações perenes, intersetoriais, com responsabilidades compartilhadas entre os três diferentes níveis de governo.
Neste início de junho de 2023, ativistas ingressaram com pedido de audiência pública para o debate da política pública da Causa Animal e o destino do Orçamento junto ao recém criado Departamento, junto à Secretaria do Meio Ambiente (Semma). No mês passado, reunião pública realizada pela Comissão da Causa Animal do Legislativo, coordenada por Júlio César, ouviu do comando da Semma as ações planejadas com a criação da estrutura.
Ainda faltam profissionais. A Secretaria informou, por exemplo, que ainda vai contratar veterinários para a equipe básica “tocar as ações”. Mas o Orçamento do segmento sai de menos de R$ 1 milhão por ano para mais de R$ 5 milhões, conforme o governo. Os movimentos que reúnem centenas de ativistas, ligados â colônias e abrigos, querem dialogar com o governo sobre o plano.
Para o vereador Júlio César, que presidiu este encontro, o plano apresentado é um alento e “agora precisa sair do papel, ser colocado em prática para que a Causa Animal não fique dependente de ações voluntárias e sem cobertura do Poder Público em Bauru”.
Em Bauru, a castração não avança. A Prefeitura informou, na reunião pública do mês passado, que 3 clínicas cadastradas realizam em torno de 30 procedimentos mensais. O volume é quase nada diante do acumulado de pets nas ruas e a ausência de programa permanente.
A ausência do setor público no segmento é simbolizada pela inoperância do Castramóvel, parado desde a pandemia. A Prefeitura não detém o controle da população de animais e não tem acesso, ou não conhece, as colônias. Doenças, fome dos pets, e descarte irregular (e criminoso) das carcaças em terrenos ou endereços baldios da cidade integram alguns dos principais problemas (e desafios).
ORÇAMENTO MILIONÁRIO
A Causa Animal, entre as várias de suas vertentes, quer discutir o programa apresentado pela Prefeitura. Um dos pontos de maior discussão entre os grupos é a terceirização de serviços. Não da transferência em si de serviços para clínicas ou outros agentes especializados. Mas o critério, alcance e gestão,
Conforme o governo, estão sendo contratados 3 médicos veterinários, 7 ajudantes gerais, 3 agentes de administração, 1 atendente, 1 biólogo, 1 zootenista e 3 agentes de proteção ambiental (fiscais).
A Semma também anunciou a renovação do contrato com clínicas para a esterilização cirúrgica e instalação de microchips na população de cães e gatos. Foram indicados R$ 150 mil. A verba é insuficiente para a demanda.
O governo está em andamento com obras de adaptação do prédio cedido na Avenida Rodrigues Alves, 40-50 para Abrigo Municipal de Cães e Gatos Vulneráveis. R$ 700 mil estão sendo destinados para esta ação.
Em maio, o Município abriu outro processo para esterilização, com o uso de veículo como consultório (o governo está oferecendo o Castramóvel no contrato. Uma tentativa de “dar uso” ao equipamento que, segundo os técnicos, não tem funcionalidade par castrar, mas teria utilidade como local móvel de consulta ao público, nos bairros). Esta ação tem até R$ 1 milhão.
Está também em andamento processo para contratação de empresa especializada na captura e implantação de chip em animais de médio e grande porte que “circulam” pela cidade. Outros R$ 600 mil estão previstos para este programa.
Serviços de exames, consultas e diagnósticos contam com outro R$ 1 milhão destinado. Como as ações anteriores, esta também está em andamento.
A criação de Banco de Ração, para abastecer famílias vulneráveis inseridas em programas oficiais de complementação de renda, foi citada. Mas não há processo instalado.
Deu Luz a uma situação importante. Deus conosco.
Com certeza.., todo projeto público tem palavras e objetivos lindos… mas, precisa sairei papel… Atitudes!!
A bem da verdade, apesar das promessas do governo de gastar 5 milhões com animais o investimento na causa animal é praticamente o mesmo de 4 anos atrás. Patético. Chega de promessas, queremos efetividade, ações! 4 veterinários já estão contratados na semma operando no novo departamento, além de outros 6 no ccz. Inacreditável a ineficiência!