Caso Cláudia: confissão de funcionário da APAE é citada por desembargador para rejeitar liminar a Franceschetti

A Polícia Civil de Bauru tem o depoimento de Dilomar Batista como uma das provas essenciais do caso Cláudia Lobo da APAE Bauru. Contudo, no habeas corpus negado a Roberto Franceschetti Filho junto ao Tribunal Justiça (TJ) o desembargador Alex Zilenovisk cita Thiago Orlando Ribeiro por engano ao negar o pedido de liberdade ao então presidente da APAE Bauru.

Na verdade, o funcionário Dilomar Batista é quem confessa que viu o corpo de Cláudia Lobo na Spin levada a um lote da zona rural por Cláudia.

Não trata-se de Thiago Orlando Ribeiro. A informação subiu por engano no processo pela DEIC Bauru, conforme o delegado Cledson Nascimento na manhã desta quinta-feira, por telefone.

A qualificação de Thiago está nos autos porque ele é quem foi designado pela APAE para retirar o veículo Spin na DEIC, após liberação, esclarece o delegado Cledson Nascimento.

A rejeição da liminar traz elementos importantes no convencimento do desembargador Alex Zilenovisk ao negar a soltura de Roberto Franceschetti Filho, em pedido de habeas corpus (HC).

O desembargador concorda com a manutenção da prisão citando argumentos da Polícia Civil de Bauru em seu relatório no HC, onde “o investigado (Franceschetti Filho) teria agido de modo a embaraçar as investigações, apagando
mensagens do aparelho de telefone celular de seu uso pessoal, deliberando
quanto ao local em que o veículo conduzido pela vítima seria abandonado e atuando para que o cadáver da ofendida fosse ocultado”.

E prossegue: “Ademais, não obstante a pendência de exame pericial, há nos autos indicativos de que, após o desaparecimento da vítima (Cláudia), alguns arquivos do seu
computador teriam sido apagados”.

O depoimento de  funcionário da APAE como testemunha está na sequência. “Não se pode perder de vista, ainda, que Thiago Orlando Ribeiro (erro na decisão), ao ser
ouvido pela autoridade policial, afirmou ter sido intimidado por Roberto, que o ameaçara para que não revelasse ter visto um cadáver no interior do veículo GM Spin, então conduzido pelo próprio Roberto (autos do inquérito policial, processo)”.

Assim, a DEIC tem a confissão de Dolimar Batista (contratado em abril deste ano por Franceschetti para atuar no Almoxarifado da APAE) – que diz ter ido ao local na zona rural (atrás de campos de futebol, após a Vila São Paulo) a pedido do então presidente. O CONTRAPONTO revelou a confissão de Dilomar na ocasião.

Ele, de fato, depõe que realizou a queima do cadáver, durante mais de um dia, e teria enterrado o corpo de Cláudia – levado para o local no mesmo carro Spin utilizado por Roberto e Cláudia no dia do homicídio.

A Polícia aguarda exame de sangue coletado no carro e de material biológico recolhido no lote rural – para confirmar se são de Cláudia Lobo.

A defesa de Franceschetti afirma que ele se declara inocente. Roberto alega que no dia do homicídio levou Cláudia a uma praça do Mary Dota para ela entregar dinheiro a alguém. No trajeto, pararam em rua do Jd Pagani, Roberto assumiu volante e Cláudia foi para o banco traseiro.

Outro inquérito do caso apura, na Seccold, se o assassinato leva a outros crimes: se há ou não eventual fraude tributária, desvios de verbas na APAE ou outros elementos (se há ou não emissão de notas frias, por exemplo).

CABIDE APAE

A presidência da APAE continua em silêncio, apesar de reiterados contatos da redação nos últimos dias. Dilomar Batista foi demitido e Franceschetti Filho retirado em definitivo da presidência.

Mas a entidade não respondeu sobre contratações de parentes. O CONTRAPONTO revelou denúncia do fisioterapeuta Leandro Silva Martins ainda de outubro de 2022, protocolada na Câmara Municipal de Bauru, citando cabides de pessoas na APAE ligadas tanto a Cláudia quanto a Franceschetti.

O ofício gerou pedido de informações da vereadora Estela Almagro à Prefeitura, na Comissão de Fiscalização. A vereadora recebeu no processo informações de que trata-se de entidade do Terceiro Setor, com limitação à apuração de dados sobre contratação de pessoal.

Detentora de contratos públicos anuais milionários (onde é reconhecida por bons serviços especializados prestados, a APAE também erra (a direção) ao não dar transparência sobre sua folha de pessoal.

O governo municipal foi notificado no processo denunciado a também prestar informações.

 

 

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