Com 30 anos de jornalismo, recorro ao texto em primeira pessoa para, infelizmente, narrar fatos criminosos onde, novamente, figuro como vítima, em razão do exercício da profissão. No “caso hacker”, entre as singularidades está um criminoso que, inclusive ao Judiciário e Polícia Civil, confessa ter sido contratado para levantar algo sujo, de minha vida pessoal, a serviço do cunhado da prefeita de Bauru, Walmir Vitorelli Braga, atual tesoureiro do PSD, partido hoje sob comando de Suéllen Rosim. (reportagem PARTE 1).
Com segurança, a pressão (e ansiedade) de estar convivendo com a exploração política do episódio, em silêncio, há bem mais de 1 ano, venho, aqui, sugerir a mesma paciência que guardo para então revelar apurações que realizei até aqui: 09 de março de 2024, apontando materialidade, confissões e provas de mais um capítulo nojento da política bauruense.
Tem cronologia. Não tem jeito! E é longa…
Mas se você prefere ler só o título: o cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, confessa que contratou o hacker e criminoso Patrick Brito para levantar informações, em 2021, sobre minha vida pessoal. E fez o pagamento pelo serviço sujo!
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– Em 30 de agosto de 2022 recebi ligação do número abaixo, da Sérvia, onde um sujeito, sem se identificar, disse ter sido contratado para espionar minha vida pessoal e encontrar “algo de podre” sobre mim. Na ocasião, a voz masculina tinha como registro Mario. Ele me disse que entregaria provas se eu publicasse (em troca) matéria com acusações em relação a prefeita Suéllen Rosim e seu cunhado, Walmir Vitorelli Braga. Segundo ele, isso aconteceu no segundo semestre de 2021, quando a prefeita e seu cunhado estariam bravos com reportagens aqui do CONTRAPONTO.digital.
Rejeitei, como hoje se sabe, a solicitação. Mantive segredo sobre a ligação e aguardei os fatos.
– Em outra ligação, o tal Mario que usava o número +381 63 7583887, repetiu que sua família estaria sofrendo ameaças em Araçatuba (SP), contou outros fatos (crimes), disse que também teria sido o autor da derrubada da página no Facebook da vereadora Estela Almagro, que fez levantamentos contra o ex-prefeito de Santos, ex-governador Márcio França (candidato ao Senado contra o bauruense Marcos Pontes, na ocasião, 2022)…
Encerrei a conversa exigindo provas a meu respeito e sua identificação. Informei a vereadora Estela Almagro da tal ligação e esta me disse que sua página no Facebook ficou de fato “fora do ar” por meses. Ela guardou segredo sobre o que lhe contei. Mas o interlocutor sumiu. Não mais fez contato.
– No mesmo período, entretanto, um assíduo frequentador do grupo político do atual governo me alertou que teria ouvido conversa no núcleo dando conta de que “estavam atuando para me hackear”. Como se diz em Itaberá (SP), minha terra Natal, “joguei duas iscas” ao redor para sondar se pulava algo do fundo do açude. Funcionou.
– Persegui monitorando, em silêncio. Contatei um experiente policial (Civil), estabeleci estratégia de apuração jornalística e segui minha vida (a profissão de jornalista). Observação: prossegui realizando matérias de questionamento sobre políticas públicas e a gestão municipal, sem alterar o tom.
– Apenas no segundo semestre de 2023, voltei a ser procurado. Desta vez, em Bauru. O interlocutor falava em entregar cópia de um suposto dossiê onde, entre outros fatos, estaria a descrição de serviço sujo de levantamento sobre minha vida pessoal praticada por gente do governo local. Não o fez. Nem mostrou conteúdo. Sai de férias, em outubro. No primeiro dia de descanso, a segunda-feira de 23/10/2023, o vereador Eduardo Borgo divulga, em discurso em sessão plenária, a denúncia e partes do comentado tal dossiê:
– A partir de então, como publicado, vieram as primeiras revelações. Entre elas, a de que Patrick Brito era o hacker indiciado e procurado pela Polícia Internacional (Interpol), foragido em Belgrado, na Sérvia, acusado de inúmeros casos de arapongagem. Em ação de coação no curso do processo, no Fórum de Araçatuba, somente em meados de 2023, através de seu advogado Daniel Madeira, foi oficializado relatório onde este confessa que praticou diversos crimes, entre os quais a tal “devassa” em minha vida pessoal. Finalmente, em outubro de 2023, tive algo “no papel”.
– No relatório, que confirmei veracidade junto a defesa do hacker, tinha descrição dos serviços que, segundo o criminoso, teriam sido contratados por Walmir, cunhado da prefeita de Bauru. Patrick também leva ao Judiciário afirmação de que seu meio irmão, o policial Felipe Pimenta, de Araçatuba, é quem teria lhe solicitado que falasse com Walmir. O material, sigiloso, vazou em parte a partir da revelação por Borgo em sessão legislativa.
– A partir dai ficou, então, estabelecido que o tal Mario era o hacker. Bastou comparar as vozes. E o próprio assumiu que usa apelidos de suas vítimas antigas (dos serviços sujos) em registros de telefone celular que utiliza. Apurei que Patrick usou o número (18) 99192-5951. Que ele, mesmo fora do País, mantinha contato também com um policial de nome Edson, com envio de mensagens para o número deste (18) 99706-4200.
– Apurei que o hacker também utilizou o número (18) 99198-6501, mas com nome falso de Paziam. Que falou com o cunhado da prefeita, Walmir, pelo número (18) 98104-7523, com nome citado como do PSC, partido que veio a ser comandado também pela família Rosim em Bauru. Verifiquei que o hacker Patrick alegara que fez contatos com o policial Pimenta, meio irmão do cunhado da prefeita, através do número (18) 99733-3392.
– Infelizmente, estava a partir de outubro de 2023 formalizado, em processo judicial e inquéritos em andamento na Polícia Civil, que Bauru passara a registrar em seu turbulento histórico político mais um episódio de sujeira, crime do lamaçal político! O boleto acima é prova material importante. Documento do pagamento, agora confessado por Walmir.
– O sumiço de Mario estava explicado: o hacker que usa nomes falsos ficou preso de dezembro de 2022 até a véspera do Natal de 2023 na prisão central de Belgrado (Sérvia), onde permanece, agora, em um apartamento e pede asilo político.
– O tal Pazian, nome falso do hacker, acabou trazendo prova material de que Patrick conversava com desenvoltura com o policial Pimenta sobre ação criminosa em Bauru. Veja esta prova que o próprio hacker enviou.
Ele manda recado ao policial de Araçatuba, meio irmão do cunhado da prefeita, até sobre derrubar a prefeita Suéllen com suas denúncias:
– Em depoimento, ao vivo, à Comissão instalada pela Câmara para apurar o caso hacker, Patrick Brito confirma toda sua versão da denúncia, detalha o que seria a devassa, segundo ele, atingindo conta bancária pessoal deste jornalista, hotmail, invasão de roteador e pesquisa de dados em sistemas públicos como Detran e Secretaria de Segurança Pública do Estado) para, segundo ele, atender ao pedido de Walmir de fornecer ‘algum podre’ pessoal deste jornalista.
MENTIRA E CONFISSÃO
– Com a eclosão do caso por Borgo, o cunhado da prefeita, em nota oficial enviada à rádio 94 FM, mente: Walmir diz que fez contato com o tal hacker, mas nega que tenha o contratado para levantar algo sobre a vida pessoal deste jornalista (Nelson Itaberá)!
– Demorou, mas a ‘casa despenca’. Apuramos, com total convicção e segurança (contando com testemunha idônea no setor de investigação), que o cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, confessa que pagou o hacker Patrick Brito. Como o criminoso está na Sérvia, a quitação foi através de remessa pela agência Confidence, do Shopping Araçatuba. O hacker entrega dois boletos. Um de 13/08/2021, acima, de quase R$ 1 mil. Walmir assume que pagou o serviço.
– Já está claro, que Walmir mentiu em sua nota quando nega acionar o serviço do criminoso contra este jornalista. O cunhado da prefeita mente também em recente depoimento à Seccional de Bauru, em outro inquérito, sobre fatos deste lamaçal em que se meteu.
– Outro boleto, com valor de cerca de R$ 466,00 (na conversão do dólar à época). de novembro de 2021, seria pelo serviço de derrubar a página de Estela. Mas o cunhado da prefeita mantém negativa em relação a esta ação. Do pagamento de agosto, o hacker sempre repetiu: “ele (Walmir) pagou da conta dele”.
– Apurei que Walmir Braga afirma que pagou o hacker para levantar algo grave sobre a vida pessoal deste jornalista, algo que o “desabonasse”, como confirma Patrick Brito.
– Apurei junto a um integrante do governo: a mentira de Walmir sobre a não contratação do hacker “escapou” em um encontro, com muitos políticos e bebedeira, em uma casa da Zona Sul de Bauru, há pouco tempo.
3 APURAÇÕES
– O caso está, neste momento, sob apuração no Inquérito número 42 da Polícia de Araçatuba, na Corregedoria da Civil daquela cidade e, finalmente, com a Polícia Federal da Capital Paulista – em razão de se tratar de crime cibernético, confessado por hacker como realizado fora do País, onde permanece Patrick Brito.
– Apurei que o cunhado da prefeita, integrante de campanhas eleitorais da família Rosim nos últimos anos, tesoureiro agora do PSD (partido presidido por Suéllen Rosim), disse que o serviço com o hacker criminoso foi porque não gostou de matéria a respeito de suposto uso da igreja (culto) durante a pandemia. Apurei que Walmir levou ao Ministério Público reclamação a respeito, na época.
– O clã Rosim, de lá para cá, ampliou seus tentáculos partidários. O pai da prefeita, Dozimar Rosim, toma o PSC. A família distribuiu outros membros em postos como secretaria e tesouraria de partidos, como o PSD, esta chefiada por Walmir.
– E o que isso tem a ver com o serviço sujo que ele pagou para o criminoso hacker Patrick Brito fazer? Nada! Esta é a desculpa de Walmir. Registre-se, entretanto, que esta informação contradiz com a alegação do hacker, de que fora contratado porque a prefeita teria ficado brava com matérias do CONTRAPONTO com questionamentos a ações de sua gestão, na ocasião…
– mensagens entre telefones celulares entre os envolvidos, metadados, registros, emails trocados, confirmação de busca em CPF pessoal no sistema da Polícia Civil (o tal RDO em 2021) e outros pontos, necessários, continuam em apuração. O CONTRAPONTO, ao menos, apura!
– Esta é apenas a PARTE 1 de um escandaloso jogo sujo, criminoso, com confissão pelo cunhado da prefeita (jornalista)…
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… “… levante informações do Nelson… Para eu ter isso na minha mão da vida dele”…
Parabéns nelson pelo seu profissionalismo e vc honrou a memória dis seus pais onde deram estudos a vcs.espero que os vereadores honra o cargo e não fiquem só no Bla bla
Parabéns, Nelson! Conte c todo meu apoio e solidariedade!
Nelson, parabéns! Precisamos de homens como você! Siga em frente, tire a máscara dessa gente que ilude as pessoas mais carentes da população.
Infelizmente não vai dar em nada, e sabemos o porquê. Estamos vivendo em Bauru momentos tortuosos na politica. Nunca foram ovelhas, sempre foram lobos!!!
Essa gente nao tem qualquer escrupulo para se manter no poder. Usam partidos, igrejas e ate um deus particular pra isso. Siga na busca por mais informaçoes. Execelente seu trabalho como sempre. Cads vez sinto mais nojo dessa gentalha.
Prá cima DELES !!!!
Cidade sem limites. Psrabéns pelas estrategias. Que tudo isso não vire pizza nessa terra.
Orgulho desse profissional e homem
Parabéns Nelson pela sua postura ética e profissional, Bauru precisa muito de jornalista, com essa postura, sempre ver o que é melhor para nossa cidade, sem ideológia politica, mas sempre pautado na honestidade e transparência!!