CEI vai a Derrite após revelação de R$ 162 mil pagos ao hacker para espionar 10 políticos de Bauru

Membros da CEI informaram agenda com o secretário Estadual de Segurança Derrite no final deste mês, na Capital, para tratar das espionagens em Bauru

A revelação de pagamentos no valor de R$ 162 mil ao hacker Patrick Brito para espionagem também de 10 políticos de Bauru ainda em 2021, informados com exclusividade pelo CONTRAPONTO, gerou reunião extra da CEI (Comissão Especial de Inquérito) para antecipar solicitação de provas já em poder do Judiciário Paulista.

De início, a Comissão está requerendo acesso aos extratos bancários de posse do Tribunal na seção de Crime Organizado, na Capital. O pedido foi feito pelo vereador Eduardo Borgo. De outro lado, a Comissão obteve retorno de agenda com o secretário Estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, no final deste mês de julho. A CEI busca antecipar a agenda, para agilizar a apuração.

Ao secretário, os vereadores responsáveis pela apuração do caso hacker vão enfatizar necessidade urgente de acesso a provas já em poder da Polícia Civil (de processos somente agora enviados para a Capital). Conforme apurado pelo CONTRAPONTO, somente recentemente é que foram incluídas informações autorizadas pela Justiça de extratos bancários que confirmam a revelação do hacker de que recebeu tanto pelo pagamento de espionagem contra este jornalista (Nélson Itaberá) quanto por serviços ilegais contra 10 políticos (da lista dos 10 que também revelamos nos últimos dias).

Também será realizado apelo ao secretário Guilherme Derrite de lacunas (e falhas) nas apurações que se arrastam na Polícia Civil para o escândalo de relação promíscua de hacker com policiais exatamente de setores de Investigação Criminal, em Araçatuba, por anos.

Na quinta-feira, em Bauru, como divulgamos, o governador Tarcísio Freitas foi indagado a respeito do uso do serviço de inteligência da própria Polícia, em Araçatuba, para ilegalmente levantar informações do jornalista Nélson Itaberá. O CONTRAPONTO revelou provas documentais (laudo pericial) que identificam o computador do DEIC utilizado, a senha de policial e os registros no sistema Detecta. Isso realizado, conforme perícia, nos dias 13,14 e 15 de julho de 2021 (exatamente o período em que o hacker foi contratado pelo cunhado da prefeita de Bauru para serviços sujos em relação a este jornalista – espionagem).

O repórter Alexandre Colim cobrou Tarcísio. O governador disse, em Lençóis Paulista, que o policial que fez uso do serviço ilegal no sistema de Segurança Pública será demitido. Mas o inquérito da própria Polícia arquivou o caso, no final do mês passado. A posição de Tarcísio foi ao ar na sexta-feira, na rádio 96 FM.

BURACOS NO INQUÉRITO

A Polícia (com aval do MP de Araçatuba) arquivou o inquérito funcional em relação ao meio-irmão do cunhado da prefeita, Felipe Garcia Pimenta. Este acusou outro policial (Edison Rodrigues) de ser o suposto autor da pesquisa ilegal contra este jornalista no DEIC, em julho de 2021. Sem entrar no mérito das razões para esta posição, faltam informações cruciais ao escandaloso caso de espionagem:

1 O inquérito não confronta, nem checa, a acusação de Pimenta contra outro policial (isso mais de dois anos após os fatos). Basta verificar junto aos registros do DEIC e uso de senhas de acesso (entrada) na repartição – bem como junto a companhias telefônicas (ERB) a localização de Pimenta e Edison nas datas e horários das pesquisas no sistema Detecta. O acesso à sala é restrito.

2 a apuração também não apresenta a origem dos depósitos em aplicações financeiras em CDB e RDB na conta e movimentações, em 2021, em nome da avó do hacker Patrick – conforme revelado pelo CONTRAPONTO. A origem do dinheiro (R$ 162 mil)! Quem depositou? O Judiciário autorizou os pedidos.  

3 a apuração não identifica (e nem foi atrás) a conta bancária utilizada pelo cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, nos depósitos por ele confessados de remessa dólar para Patrick (na Sérvia), através da agência Confidence (Araçatuba), em agosto e outubro de 2021, no valor total aproximado de R$ 1.400,00. O hacker também confessa esse recebimento. 

Suéllen estava com o governador Tarcísio Freitas na quinta-feira, quando ele falou do caso hacker
SUÉLLEN MANTÉM WALMIR

Na quinta-feira, o hacker Patrick Brito ainda confirmou as informações antecipadas ao CONTRAPONTO, também em entrevista à rádio Auri Verde. Já a prefeita Suéllen Rosim disse ontem (sexta-feira) à rádio 96 FM que seu cunhado Walmir Vitorelli permanecerá como tesoureiro de seu partido (PSD). Ela mantém a estratégia de menosprezar as graves acusações, inclusive com provas de pagamentos.

A prefeita tenta se manter longo das consequências graves do caso – mesmo com confissão de seu cunhado à Polícia – de que pagou o hacker em relação a espionagem deste jornalista Nélson Itaberá.

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1 comentário em “CEI vai a Derrite após revelação de R$ 162 mil pagos ao hacker para espionar 10 políticos de Bauru”

  1. Coaracy Antonio Domingues

    Negar as provas, evidências é o que resta, para “ganhar tempo” até às eleições municipais, “empurrando com a barriga”.
    Aí tem de TUDO, MENOS interesse público !

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