Por Gustavo Cândido
O tempo passa, novas tecnologias surgem, os modismos vêm e vão, mas uma verdade sobre o Marketing Digital permanece válida: o conteúdo é o que há de mais importante para o sucesso de qualquer negócio online.
Essa realidade não mudou porque as pessoas quando navegam na internet não estão a procura de propagandas e ofertas de produtos, elas estão atrás de algo que seja interessante, atraente, informativo, ou divertido.
Mesmo que você esteja pensando apenas em mídia paga (o que é um equívoco, preciso alertar), que mídia vai ser essa? Vai anunciar o quê? Que conteúdo? Vai simplesmente colocar seu produto e pronto, igual todo mundo faz?
Ou seja, até para fazer um anúncio é preciso ter – no mínimo – um conceito por trás, algo a dizer. Caso contrário é apenas panfletagem digital, você ou sua empresa tentando forçar um produto para qualquer um que esteja online a todo momento.
“Rede social não é vitrine”
Essa semana ouvi essa frase do Rafael Kiso, um dos grandes especialistas em Marketing Digital do país, criador da plataforma MLabs de gestão de redes sociais. Preciso compartilhá-la.
Redes sociais são espaços de conversa, de conexão entre a empresa e o cliente e não uma vitrine. De novo: quem está na rede social não está querendo comprar, está querendo interagir, se comunicar, por isso há um “social” no nome e não um “comercial”.
Dito isso, voltemos ao conteúdo.
Por que alguém vai seguir um perfil que fala só sobre o próprio produto? O que a pessoa ganha com isso? Coloque-se no lugar do cliente. Você quer ser interrompido o tempo todo por anúncios de produtos que, muitas vezes, você nem compraria?
O excesso de propaganda cansa e gera um efeito contrário: a pessoa passa a associar sua marca a algo chato, que vive atrapalhando a navegação na internet.
Mas por que então só se fala em mídia paga?
Usar mídia paga é uma tática excelente. Não entenda errado. Faz parte de qualquer planejamento sério realizar anúncios. Para alguns negócios, inclusive, eles são fundamentais.
A questão é a qualidade desses anúncios. Geralmente, quando o conteúdo orgânico é pobre – isso é, não tem a proposta de dialogar com o público-alvo, não gera conexão – o conteúdo anunciado também não agrega valor, é simplesmente uma oferta de alguma coisa.
Pode até funcionar atraindo algumas pessoas pontualmente, mas nunca vai trazer resultados consistentes para o negócio.
O que é um bom conteúdo?
Antes de qualquer coisa, qualquer decisão sobre a “linha de conteúdo” que vai ser produzida para um negócio deve ser tomada levando em conta dois fatores:
1) O propósito da empresa no mercado. Sua missão e seus valores devem estar expressos no que você posta. Uma foto ou vídeo de um produto seu não traduzem isso. Seu conteúdo deve expressar o que você tem de melhor, a razão pela qual alguém vai querer seguir o seu perfil.
2) Qual o perfil do seu cliente ideal. Você precisa saber com quem quer falar, para quem quer vender. É esse conhecimento que vai guiar a produção do seu conteúdo e, principalmente, os canais nos quais ele deve ser divulgado.
Veja que são apenas dois pontos, mas eu afirmo com certeza que, no mínimo, 90% dos negócios online não pensam sobre isso e simplesmente postam qualquer coisa porque são levados pelos modismos e exemplos errados do mercado (o concorrente faz e ele cópia).
Quem começa a produzir conteúdo a partir desses dois pilares sai na frente porque pelo menos entende o que está fazendo e por isso é capaz de analisar os resultados e melhorar sempre.
Se você precisa rever sua produção e divulgação de conteúdo saiba que, além desses dois pontos, o conteúdo deve:
1) Antes de qualquer coisa ser um convite à conversa. Alguma coisa que gere em quem está vendo o desejo de comentar, de perguntar alguma coisa, de compartilhar.
2) Ser útil. Quem recebe o conteúdo deve ganhar algo com ele, nem que seja uma sensação de bem-estar. O conteúdo não pode ser chato, monótono ou cansativo.
3) Estar no canal certo. Não adianta ter um ótimo conteúdo e divulgá-lo em uma rede social onde seu público não está. Quem escolhe o canal é o público, as empresas devem saber onde ele está e então investir.
4) Ser autêntico. Não adianta copiar fórmulas, tentar aproveitar memes e modinhas, simplesmente porque isso não traduz quem é a empresa. Usar Inteligência Artificial também não é solução, ao contrário, a tendência é deixar todos os conteúdos iguais se não houver uma edição profissional do que é gerado pela tecnologia. O resultado disso é a produção de clichês facilmente identificáveis pelo público.
Como é produzido o conteúdo da sua empresa? Ele está trazendo o resultado que o negócio precisa? Pense nisso!