Distrito de logística forma 3 condomínios e fatura R$ 5 bi/ano em Bauru

Bauru Business Park está em área estruturada de 565 mil m2 cuja apenas metade da ocupação tem 21 galpões de logística e empresas que faturam R$ 5 bilhões/ano, no KM 348,2 da rodovia Marechal Rondon

 

Os Distritos Industriais da cidade agonizam há anos. Falta estrutura básica, acessos decentes, não tem rede de hidrantes para atender a norma contra incêndios e esgoto, iluminação e água são deficientes. E não há área disponível para projetos de porte. Mas na mesma cidade em que empresários enfrentam sérias limitações de oferta de áreas para instalações estruturadas, a Prefeitura de Bauru amarra, há anos, a regularização (e expansão) de Distrito Industrial de Logística que já contempla três condomínios instalados, com galpões em operação que alcançam faturamento médio ano de R$ 5 bilhões.

Atualmente, o complexo (com infraestrutura completa advinda da antiga Cteep) com área total de 565.140,99 metros quadrados abriga 21 marcas e serviços, em três condomínios (um de serviços diversos e dois exclusivos). O espaço, apesar dos entraves junto ao setor público, abriga um dos maiores centros de distribuição das principais marcas do País.

Grandes magazines utilizam a tão decantada localização geográfica (e estrutura modal que “corta” Bauru) para armazenas e redistribuir encomendas em escala. Com o avanço do e–commerce, o potencial de novos negócios ganha força. A questão é a cidade não “perder o bonde”. A economia não espera.

Boa parte da cidade não conhece a instalação e o que é movimentado por lá. Mas no Bauru Business Park, no quilômetro 348,2 da Rodovia Marechal Rondon, estão 22 empresas especializadas em negócios de médio e grande porte de logística e transporte. O espaço recebe 1.000 empregos diretos nos galpões e outros 1.200 da cadeia (transporte e afins).

O espaço abriga segmentos diversificados, de um lado, e outros dois condomínios particulares. O Distrito abriga, por exemplo, o maior Centro de Distribuição de Logística e Transporte (rubie) da Braspress no Interior e, ainda, um segundo condomínio interno com cinco empresas agregadas ao segmento de higiene, cosméticos, defensores agrícolas, entre outros.

O potencial de instalação disponível, de 200 mil metros quadrados, tem capacidade para abrigar outros 1.500 empregos diretos e até 2.000 indiretos. Faça uma continha rápida do imposto agregado para a cidade a partir do atuais R$ 5 bilhões e o potencial instalado.

OBSTÁCULO

De um lado, a demanda (espontânea) por empresas de porte em logística e transporte para Bauru é latente. E de outro, o Município não tem área, muito menos Distrito estruturado, para oferecer. A pouca oferta disponível é para dimensões limitadas.

Contudo, a administração pública também emperra, e já há alguns anos, na avaliação e aprovação de instalações exatamente no único local que contém infra, espaço adequado para grandes centrais de distribuição em galpões e modelo de negócio em andamento.

Ou seja, o mercado procura (faz tempo) oferta de instalação rápida, orgânica, onde o condomínio tenha condições de alugar o espaço e até construir galpões sob medida. Esta vertente é que alavancou o Bauru Park até aqui. Mas o operador quer alugar locais já com AVCB e muitos negócios não podem esperar o “tempo” da máquina pública.

O complexo tem capacidade para dobrar a instalação atual, com mais 200 mil metros quadrados. Mas a etapa depende do poder público, na fixação de diretrizes (tanto do DAE quanto da Seplan) claras, e com contrapartidas e obrigações compatíveis com o modelo. A Sedecon avançou em pontos para “desentranhar” o processo. Mas ele não avança, por várias razões.

A área agora conta com manejo (APA Água Parada), embora a classificação para instalação seja ZIC B (que permite menos atividades – CNAE). Os empresários reivindicam ZIC A, para ampliar possibilidades de negócios.

Com os centros de maior “força” de consumo (e PIB) mais distantes da região Noroeste, Bauru pode “tirar proveito” – enfim – da procura ‘espontânea’ por centros de distribuição vinculados a uma rede paralela de rodovias, boa localização, estação aduaneira, hidrovia próxima e até aeroporto. Mas, conforme apontamento de consultoria do programa de concessão do Daesp (realizado recentemente) não para transporte de cargas aeroviária.

Estamos a 300 km de Londrina (PR), quase a mesma distância de Campinas e Rio Preto, a 200 KM de Ribeirão Preto, não muito mais do que essas mesmas quilometragens de Piracicaba, Araçatuba, Prudente… com rodovias duplicadas e em boa conservação ao Norte, ao Sul e para os lados.

E, pra “variar”, o e-commerce rompe barreiras. E esse mercado precisa de grandes centros organizados como ENTREPOSTO… trade!

QUEM ESTÁ LÁ

Ao ver a listagem abaixo do que funciona no Bauru Businees Park você vai entender, por exemplo, porque é possível, aqui em Bauru e nas cidades vizinhas, você comprar algo (e-commerce) eletrônico em um dia e o compromisso de entrega ser em 24 horas.

Isso acontece porque Bauru contempla centros de distribuição de marcas do mercado nacional e do exterior, com concentração de galpões aqui.

O curioso é que quem circula pela SP 300 durante o dia não consegue “visualizar” a abrangência e estrutura desses negócios, em escala. É que centenas de caminhões movimentam, sobretudo, a madrugada do km 348,2 da Rondon.

O maior centro de distribuição logística e de transportes da Braspress do Interior é aqui, depois da sede em Guarulhos (aeroporto)

No condomínio ‘diversificado’ estão 15 instalações logísticas.

  • AES Tietê tem o maior centro de operações automatizadas e de controle na área de energia elétrica do Interior. 
  • B2W – centro de distribuição de entregas rápidas que engloba redes como Americanas e  Submarino
  • Casa Di Conti – centro de distribuição de bebidas
  • Chão Brasil – empresa de transportes da Casa Bahia, Extra e outras
  • Comfrio Armazem – operação logística para marcas como JBS, Marfrig, Frimesa, Frigol, Souza Cruz, Tilibra
  • Displan – transporte de calçados e eletrônicos
  • Estancia Milk – distribuidora de frios 
  • Gráfica Canta Claro – indústria de embalagem para marcas como Zara, C&A, MC Donalds
  • Guaraci Digital – empresa do segmento de fotografia
  • Guarda Tudo Bauru – empresa de Self Storage
  • Maroso Transp – transporte de frios (atua para a Comfrio)
  • Mercado livre – Centro de Distribuição e transportes rápidos
  • Rodoflex – indústria recauchutadora de pneus
  • Servimed – Centro de distribuição de medicamentos, cosméticos e alimentos
  • Transtech – transporte de higiene pessoal (Unilever)   

Condomínio particular 1

  • Braspress – maior hub do Interior, após a matriz em Guarulhos (Aeroporto)

Condomínio particular 2 Coplab

  • Uran – transporte de produtos de higiene, limpeza e cosméticos
  • Mask Mais – Centro de Distribuição de produtos Mondelez
  • Bee Cosméticos – Centro de Distribuição
  • Toniato – empresa de logística de defensivos agrícolas 
  • AD Importados – Centro de Distribuição de Produtos Importados
  • Jamef – transporte de cargas fracionadas secas.

 

5 comentários em “Distrito de logística forma 3 condomínios e fatura R$ 5 bi/ano em Bauru”

  1. José Fernando da Silva Lopes

    Excelente matéria para mostrar o potencial visível – e invisível – de Bauru. O empreendimento é modelo diferenciado que expõe sensibilidade de investidores e revela o obscurantismo de nosso modelo tacanho de distritos industriais. Nosso poder público tem nele um bom modelo para estudar PPP que possa modernizar nossos distritos industriais. Parabens pelo enfoque.

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