Em carta da prisão, hacker aposta em ter asilo na Sérvia e reforça denúncias

Imagem de trecho de uma das cartas manuscritas pelo hacker Patrick Brito, detido em Belgrado (Sérvia)

 

O hacker Patrick da Silva Brito expõe, através de carta manuscrita, que aposta em obter asilo na Sérvia, onde está detido em cumprimento a mandado judicial pela Polícia Internacional (Interpol). Ele escreve, em forma de “nota de esclarecimento”, como pretende obter liberdade, reforça as denúncias trazidas a público através do vereador Eduardo Borgo, no final de setembro, e pede que seus advogados enviem sua declaração de próprio punho.

Conforme Patrick Brito, a lei na Sérvia permite que ele converse com parentes (ou quem ele solicitar) por 15 minutos no Brasil, com duas pessoas por mês. Ele tem utilizado a autorização para conversar com a mãe, que está em Araçatuba, por onde tramitam apurações de suas ações criminosas envolvendo a ação de “hacking”. Da mesma forma, ele obtém em Belgrado, no sistema onde está detido, contato com advogados e, também, o direito de enviar respostas por escrito, cujas cópias do original são digitalizadas naquele País.

Esta não é a primeira carta digitalizada pelo hacker da Sérvia. Em uma das correspondências obtidas pelo CONTRAPONTO, checadas como sendo de sua autoria através de seu advogado Daniel Madeira, Patrick argumenta que não deverá ser extraditado para o Brasil, de acordo com as regras de cooperação entre os países. Ou seja, a Sérvia integra a cooperação da Polícia Internacional mas não tem acordo de extradição firmado com o Brasil.

Assim, em outro trecho escrito à mão, o hacker menciona que, a rigor, acredita que será posto em liberdade a partir de 23 dezembro, quando completa 1 ano de sua prisão por lá. “Na Sérvia, a ampla defesa e preservação de direitos funciona e a lei aqui exige que um acusado seja posto em liberdade após um ano detido”, cita, … para responder a processo livre caso não tenha sido julgado.

Digitalizadas e remetidas através de seu advogado no outro País, os manuscritos são remetidos através de sua mãe, informa o advogado Daniel Madeira, em Araçatuba, cumprindo a vontade de seu cliente informada.

Por sinal, outro fato de nossa apuração, é que a mãe de Patrick Brito (Alessandra Cristina da Silva) confirma a confissão relacionada a espionagem de vida pessoal do jornalista (Nélson Itaberá), conforme a denúncia apresentada pelo vereador Eduardo Borgo, em sessão legislativa. Patrick se dispõe a apresentar provas de suas denúncias, o que inclui a ação contra a parlamentar Estela Almagro, com operação ilegal de derrubada da página desta no Facebook. Ele está em embate com policiais de Araçatuba, em outro caso.

Também apuramos que o araponga já obteve a informação de que o cunhado da prefeita de Bauru, Walmir Vitorelli Braga, confirma (em nota distribuída a alguns veículos de imprensa) tê-lo contatado, mas nega que tenha sido para realizar serviços ilegais de espionagem contra o jornalista e a vereadora. Conforme a defesa de Patrick, as confissões estão submetidas ao Judiciário e Polícia, em Araçatuba. Há ação judicial (e respectivo inquérito) de coação no curso do processo tramitando. Contudo, ações como perícia e identificação de conteúdos em dispositivos apreendidos, como telefone celular e notebook, serão realizadas no tempo processual.

O CONTRAPONTO, por óbvio, apura as denúncias trazidas em sessão legislativa de forma distante do processo (em segredo de justiça). A confirmação da versão dos fatos pelo hacker não depende das ações em andamento. Conforme observamos desde o princípio, embora na condição de vítima de uma ação ilegal, criminosa (confessada pelo hacker), apuramos, com responsabilidade, cada passo, da denúncia apresentada publicamente em sessão. E, adiante, a apresentação de provas materiais que sustentem as versões serão fundamentais para o confronto entre o que diz Patrick e alega o cunhado da prefeita.

2 comentários em “Em carta da prisão, hacker aposta em ter asilo na Sérvia e reforça denúncias”

  1. Sem contar que os aparelhos dele prove a veracidade dos fatos narrados, e que existem mais culpados!!!
    Patrick Brito mandou arquivos em meu email descrevendo parte dos acontecimentos ( VERFACT) e pedido socorro, fiz o meu papel como detetive e entreguei ao MP e Corregedoria, sofri retaliações ( não tenho medo)porém deve estar engavetado possivelmente, quem sabe agora isso mude, os que planejaram e jogaram culpa totalmente nele sejam ouvidos.
    Devair Quesada detetive em Araçatuba Sp

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