Emdurb apresenta prejuízo de R$ 27 milhões até julho e aumento de contratos com Prefeitura não resolve o “buraco”

O presidente da Emdurb, Éverson Demarchi, atualizou os dados do rombo nas contas em reunião em que o secretário Éverton Basílio participou

O prejuízo acumulado da Emdurb até julho deste ano já soma R$ 27 milhões. A informação da atualização do rombo da empresa foi apresentada na tarde desta quinta-feira, em reunião pública na Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo vereador Eduardo Borgo.

Como o CONTRAPONTO havia levantado, a situação é de falência operacional e financeira. Segundo o presidente anterior, Luiz Carlos Valle, o governo Gazzetta entregou a Emdurb com prejuízo de R$ 14 milhões, em dezembro de 2021. Valle deixou a empresa, em março deste ano, com pouco mais de R$ 21 milhões de déficit (entre o que arrecada e suas despesas).

A prefeita Suéllen Rosim nomeou Éverson Demarchi para a Emdurb, prometendo que seria efetivado amplo plano de recuperação, com cortes em despesas e novos ajustes nos contratos (aumento) para equilibrar as contas. Até agora, somente o aumento no valor a ser pago pela prefeitura por serviços está em andamento.

Na reunião pública, a presidência da empresa municipal apontou que, nos primeiros 7  meses deste ano o prejuízo acumulado atinge R$ 27 milhões, sendo R$ 20 milhões não foram pagos ao INSS. Ontem, a Emdurb parcelou em 60 meses R$ 8 milhões, gerando mais uma parcela mensal de R$ 300 mil para quitar. Ocorre que a empresa tem déficit operacional de R$ 1,3 milhão por mês. Ou seja, não tem caixa para cumprir o parcelamento.

Os outros R$ 12 milhões devidos ao INSS (de 2019 a 2022) ainda serão parcelados. E a Emdurb precisa fechar o parcelamento porque tem de retomar a certidão negativa de débitos federais para poder firmar novo contrato com a Prefeitura. Em outubro vence o da coleta de lixo. A empresa espera que o Município ajuste o valor do atual contrato de R$ 201,81 a tonelada da coleta para R$ 225,00 (neste contrato em vigência). No próximo, quer R$ 304,00!

Mas isto também não salva nem o custo do contrato da coleta. Segundo Demarchi, o custo hoje do serviço de coleta já é de R$ 290,00. E quanto mais aumenta seu passivo, mais a empresa agrega a seu custo valores adicionais, tornando seu “preço final” cada vez mais apertado em relação ao mercado.

Dos R$ 27 milhões de prejuízo, os restantes R$ 7 milhões são dívidas com fornecedores. Ou seja, a Emdurb está pagando parceiros prioritários (combustível, peças), mas a cada dia deteriorando seu parque operacional. Manutenção de prédios ou realização de despesa em itens que não sejam extremamente essenciais (como pneu, energia elétrica) nem pensar. Até porque não tem caixa para isso.

ESCALADA

O cenário de curto prazo é ainda pior. Infelizmente. E quanto mais a Emdurb adia os cortes em despesas, mais asfixia seu estado terminal. No linguajar objetivo: ela está em estado de falência visível!

O déficit mensal que atingiu R$ 1,3 milhão (era R$ 1 milhão no início do ano) tem o acréscimo já comprometido de mais R$ 300 mil no vale-alimentação (que já tem efeito desde este mês e começa a ser pago a partir de janeiro de 2023). Outros R$ 75 mil mensais estão sendo gerados para o aluguel de 3 caminhões.

E onde buscar o equacionamento dos R$ 1,9 milhão de despesa mensal acima da receita? A única medida em andamento é aumentar os contratos. É certo que a recomposição de vários preços se justificaria pelo acumulado da inflação. Mas a Emdurb já obteve ajuste nos preços que cobra da Prefeitura no final do ano passado.

Segundo Demarchi, estão em andamento acertos para aumentar a receita do contrato para gerir cemitérios em R$ 308 mil, projeção de que o novo contrato da coleta de lixo vá para R$ 301,00. Hoje é R$ 201,81 e iria para R$ 225,00. Mas vence em outubro. A diferença, veja, é equivalente a 50% a mais.

O contrato para gerir e manter o Aeroporto urbano também será reajustado. E a empresa também não concorda com o valor atual dos Ecopontos (para prestar o serviço).

PLANO DE RECUPERAÇÃO 

A prefeita pediu que Demarchi amplie os cortes apresentados no Plano enviado ao Executivo ainda em março.

Segundo aquele documento, a Emdurb cortaria 22 cargos (entre gerências e 1 diretoria – de Modal), buscaria retomar a operação do Aterro para recupera receita, quer que os recursos vinculados de multas de trânsito sejam transferidos pro convênio (para aumentar o valor a receber) e vai oferecer Plano de Demissão Voluntária (PDV).

Contudo, mesmo que todas as medidas sejam implantadas já (e não serão), o déficit mensal tende a ser zerado somente após

cerca de 18 a 24 meses…

E ai? O que será?

2 comentários em “Emdurb apresenta prejuízo de R$ 27 milhões até julho e aumento de contratos com Prefeitura não resolve o “buraco””

  1. Sejamos honestos com os cidadãos Bauruenses, que não merecem o péssimo serviço prestado, desrespeitando sistematicamente as cláusulas contratuais, não atendendo às determinações da contratante, destruindo os caminhões da prefeitura (isso mesmo, os caminhões são da SEMMA), pois a capacidade de carga máxima é superada nesses caminhões em mais 4.000kg, em cada viagem, aumentando o consumo de diesel, desgaste dos pneus, destruindo os feixes de mola, amortecedores e o câmbio, QUE É AUTOMÁTICO, sem falar que o DETRAN finge não ver as infrações de trânsito por excesso de peso nas estradas (prevaricação), permitindo o tráfego irregular desses caminhões. Tem também a tal da TAREFA, o garimpo de recicláveis, o AMONTOA, e o custo Brasil impactando na média salarial daqueles funcionários públicos, tornando-os muito acima da média que é paga nas empresas privadas. Então, se empresas estão apresentando valores inferiores para o mesmo serviço contratado, TEMOS O DIREITO E A OBRIGAÇÃO DOS GESTORES PÚBLICOS EM APLICAR CORRETAMENTE OS RECURSOS FINANCEIROS ORIUNDOS DOS IMPOSTOS E TAXAS QUE PAGAMOS. Que licitem a contratação do serviço de coleta de resíduos urbanos, urgente!!

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