Inquérito 42: hacker mira delação e aponta conteúdos de conversa por watts entregues à Polícia Civil de Araçatuba

Hacker Patrick Brito confirmou sua confissão e disse que a Polícia de Araçatuba tem conteúdos da conversa de suas conversas com investigador

                         Em depoimento virtual, transmitido ao vivo pela TV Câmara Bauru, o hacker Patrick César da Silva Brito confirmou a confissão de que foi contratado pelo cunhado da prefeita, Walmir Vitorelli Braga, para fazer devassa na vida pessoal deste jornalista (Nelson Itaberá) e hackear a vereadora Estela Almagro.

Na confissão do caso – revelado somente em outubro passado pelo vereador Eduardo Borgo – o hacker Patrick afirma que o INQUÉRITO 42 que está em andamento na Polícia Civil de Araçatuba (SP) tem conteúdos como as conversas que manteve com o policial Felipe Pimenta, desde 2021. O hacker diz que não guardou as conversas que manteve com o cunhado da prefeita. Apuramos se tratar de estratégia para não esvaziar seu pedido de delação ao MP.

Conforme o araponga, o policial e enteado de Walmir é quem pediu para tratar do caso de Bauru. Confirmou que Walmir pediu para levantar “algum podre” do jornalista e para derrubar o facebook de Estela Almagro. Segundo o hacker, Walmir (hoje secretário do PSD – partido presidido por Suéllen Rosim – sempre mostrou irritação com as matérias do site contraponto.digital sobre a administração municipal.

Patrick desmente a versão de Walmir de que este o procurou para algo ligado à esposa (irmã da prefeita), afirma que leu comprovante de que pagamentos pelo serviço sujo teriam sido feitos através de boletos pela empresa de crédito Confidence, em Araçatuba, em agosto e novembro de 2021. Os boletos ele guardou.

No depoimento à Comissão, feito da Sérvia – onde esteve preso até sexta, 23/12, e aguarda pedido de asilo -, Patrick não mostrou “docs”. Leu trechos de conteúdo de inquérito em Araçatuba e afirmou que entregou metadados e lista de provas à Polícia, Promotoria e juntou relatórios na ação de coação levada por ele ao Judiciário, há poucos meses.

O hacker detalha que invadiu os conteúdos do hotmail do jornalista, que trocou ou obteve dados com a Polícia sobre o repórter, derrubou seu Twitter, invadiu sua movimentação bancária, acessou lista de ligações telefônicas… mas nada encontrou que o “desabonasse, ou permitisse ao Walmir usar contra o jornalista”…

O hacker disse que quer ser ouvido pelo Ministério Público (em delação), alega que fugiu para se proteger, mas diz que falou isso a policiais de Araçatuba, na ocasião.

Ele critica que conteúdos de conversas com o policial Pimenta e outros documentos, como laudos, ainda não teriam sido incluídos na apuração – iniciada em 31 de maio de 2022 no inquérito 42, mas somente agora por ele revelada, em confissão pública.

Estela Almagro participou da reunião e disse que não faria perguntas a um criminoso. Em suas redes, ela reagiu a comentários do hacker (que seriam atribuídos a Walmir Vitorelli). Estela busca ações junto ao MP Federal para a apuração andar. A competência é da Capital, segundo o Gaeco Bauru.

Enviamos a reportagem para o policial Pimenta e o cunhado da prefeita, Walmir, para se manifestarem.

O hacker afirma que Walmir afirmou e citou, por vezes, que Suéllen Rosim sabia dos fatos. Mas não apresentou provas a respeito. A prefeita nega que sabia desde o início. Walmir também diz que Rosim não tinha informação dos serviços ilícitos.

PREFEITA FALA EM ARMAÇÃO E PRESIDENTE DA COMISSÃO REAGE

Em nota sobre o depoimento, Suéllen Rosim falou em armação. O comando da Comissão reagiu.

A nota da prefeita:

“Desconheço esse homem que estava preso e jamais mantive contato com ele. É um absurdo tentar me vincular a essa situação aparentemente arquitetada pela oposição. Um depoimento que não traz prova alguma. Até porque não tem como provar o que não existe. Reitero que não tenho ligação alguma com esse assunto e tomarei todas as medidas judiciais cabíveis”.

A reação do presidente da Comissão, Eduardo Borgo:

“Em relação à nota encaminhada à imprensa pela prefeita Suellen Rosim sobre o depoimento de Patrick César Brito à Comissão Temporária, criada na Câmara Municipal de Bauru para apurar denúncias de ataque hacker sobre a vereadora Estela Almagro e o Jornalista Nelson Itaberá, em especial no que diz respeito à “possível arquitetura pela oposição” e que adotaria as “providências judiciais cabíveis”, esta Comissão vem se manifestar no seguinte sentido:
1 – Esta Comissão Temporária foi criada pela unanimidade dos vereadores, visando apurar denúncias de espionagem, possivelmente envolvendo o cunhado da prefeita Suellen Rosim. Assim como a instalação da Comissão, todos os membros foram eleitos de forma unânime pelos vereadores da Câmara Municipal de Bauru, representando, assim, o Poder Legislativo de Bauru;
2 – Cumpre salientar que o cunhado da prefeita confessou, em nota pública, que obteve contato com o Hacker, motivo pelo qual, já eximiria qualquer vereador de alguma responsabilidade;
3 – Em relação à adoção de providências judiciais, entendemos que a prefeita municipal já deveria ter feito um boletim de ocorrência, visando a investigação de seu cunhado, ao invés de ameaçar vereadores, fato que vem se tornando rotina nesse Governo;
4 – Por fim, na Defesa do Estado Democrático de Direito e em respeito aos cidadãos bauruenses, a Comissão Temporária da Câmara Municipal de Bauru que investiga possíveis atos criminosos, com denúncia de envolvimento do cunhado da prefeita Suellen Rosim, continuará buscando a verdade real dos fatos.”

Sobre outros fatos, o hacker, criminoso, claramente, guarda provas e manda recados. Por esta razão, por si, não faz sentido publicar falas perigosas de Patrick em relação a terceiros.

 

3 comentários em “Inquérito 42: hacker mira delação e aponta conteúdos de conversa por watts entregues à Polícia Civil de Araçatuba”

  1. Não… os amigos não traem, te decepcionam!
    Inimigos, sim, traem com a finalidade de se passar por amigos. O que é diferente!
    Mas e quando é, alguém da família?

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