COLUNA CANDEEIRO 25092020 NELSON ITABERÁ

N. 119 Seplan lista 16 interligações interbairros prioritárias em audiência pública

N. 119 AS 16 INTERLIGAÇÕES INTERBAIRROS PRIORITÁRIAS PARA A SEPLAN E O SONHO CARO DO VLT

 

FLORESTA URBANA

A manchete do CONTRAPONTO sobre a ação civil pública da Promotoria que defende que Bauru “não tem nada a indenizar” pela tal Floresta Urbana, ontem, causou alvoroço. É que no meio de um turbilhão de notícias necessárias, mas densas, pesadas, sobre a pandemia, uma tese (judicial) de que nós temos alguma chance de reverter esta absurda indenização é recebida como uma espécie de alento….

De outro lado, a decepção com os poderes públicos é tal que o elevado grau de pessimismo, emocional, que afeta as pessoas também alimenta a ideia de que essa “já era”. Para quem não leu a tese do MP, entra no link: https://contraponto.digital/acao-do-mp-quer-anular-indenizacao-de-r-34-milhoes-da-floresta-urbana/

LIMINAR 

A Vara da Fazenda Pública de Bauru não concedeu a liminar solicitada pela Promotoria na ação que, na prática, quer anular a indenização de R$ 34 milhões. E isso era esperado. É que o TJ, lá atrás, determinou que a primeira instância cumprisse a “coisa julgada”, mandando a Prefeitura iniciar o pagamento do acordo (em 4 parcelas).

Com isso, a liminar para suspender o que foi mandado cumprir foi indeferida. E, também como esperado, o MP subiu ao TJ (com recurso chamado agravo de instrumento) para brigar pela suspensão do acordo e também tentar bloquear recursos do credor para garantir futura execução desta empreitada nova (ação civil pública).

TESTES VENCIDOS

Os testes Covid aplicados em Bauru via Universidade de Pelotas eram ruins, o inquérito sorológico “tabulado” junto à Unesp Botucatu foi engavetado, em 2020, e, dos 17 mil testes enviados pelo Instituto Butantan, 7 mil não foram utilizados (perda da validade)…

Assim fica difícil! É terrível discutir qualquer quesito que não seja o desperdício de recursos públicos pelos governos. E muito mais grave pensar na questão em uma pandemia, onde tudo é escasso…

PRIMEIRO SUPLENTE

A morte do senador Major Olímpio (PSL), por complicações da Covid, gerou comentários de “A” a “Z”. Do ponto de vista sanitário, o histórico é de que o senador utilizava máscaras (como em ato em Bauru), mas participava de aglomerações. Ele manteve sua agenda em reuniões e eventos públicos pelo País e, nesta condição, pegou o vírus.

Do ponto de vista político, Olímpio era crítico do governador João Doria (defensor do isolamento social).  Do ponto de vista humano, sentimentos pela perda dele e de outros quase 2.658 brasileiros que morreram nas últimas 24 horas… uma tragédia sem precedentes, ignorada por tantos…

O suplente Alexandre Luiz Giordano está apto a assumir a vaga no Senado, pelo PSL. O primeiro suplente do partido passa a ser o bauruense, ministro Marcos Pontes.

SUMIÇO

Durante a audiência pública que discutiu as principais interligações de bairros necessárias para serem instaladas em Bauru, realizada nesta quinta-feira, na Câmara, entre os debates, foi mencionado que a demora na liberação de duas mãos de sentido no viaduto Nicola Avallone (sobre os trilhos) se deve à falta do projeto de transposição (uma ‘ponte pequena’) sobre o rio Bauru, na Nuno de Assis.

Foi dito que este seria um dos projetos que “desapareceu” na ainda misteriosa (e não explicada) perda de arquivos que se “abateu” na Prefeitura, com maior “estrago” nos materiais existentes na Seplan… durante o governo Gazzetta.

16 INTERLIGAÇÕES

O secretário de Planejamento (Seplan), Nilson Ghirardello apresentou o esboço de 16 locais considerados prioritários (e de custo menor do que grandes avenidas) que formam o estoque atual, na visão inicial do atual governo.

Identificação dos 16 pontos para interligações apresentado pela Seplan em audiência pública (18/03)

Algumas obras não são caras, como alças, acessos, rotatórias. Mas outros já demandam algumas dezenas de milhões, como a instalação da Av. Água Comprida (na região do Sambódromo), por exemplo. A duplicação da Av. Affonso José Aiello é obra cara, mas tende a sair de contrapartidas daquela região.

A Seplan apresenta. Mas, como a cidade já sabe, faltam os projetos (executivos), planejamento para desapropriações e, o principal, recursos para fazer! Não tem!

Contrapartida é a única “mão” hoje para obras e complementos urbanos. Falta regular essas regras. O DAE impõe diretrizes baseado em resolução. E não lei. E, de outro lado, contrapartida terá melhor efeito estrutural na Zona Sul, onde o mercado “escolhe”… e onde o sistema urbano tem muito melhor estruturação.

CONTRAPARTIDAS

Na essência, Bauru é dependente de contrapartidas apresentadas a empreendedores. Não há, nos próximos anos, nenhuma margem financeira para se pensar em obras de médio porte. Tanto que, embora reconheça importante, a Seplan não inclui na lista, por exemplo, a Avenida da Água do Sobrado. Esta custaria, em “conta inicial grosseira”, sem estudo, pelo menos R$ 80 milhões.

O arquiteto José Xaides incluiu, como sugestão, uma avenida da altura do prédio novo da Receita Federal (Vila Aviação) até a Praça Palestina, passando sob a av. Comendador Martha, acompanhando os trilhos.

O local, como se sabe, é um fundo de vale…

CONTROVÉRSIAS

A audiência, presidida pelo vereador Júnior Rodrigues, trouxe manifestações de professores universitários de diferentes linhas de pensamento urbanístico e viário. A Emdurb lembrou que, em todas as audiências do Plano de Mobilidade, criado recentemente, a Av. Água do Sobrado foi apontada como prioridade. Mas ela é a mais cara e a mais “complexa” da lista…

O engenheiro Archimedes Raia sugeriu um corredor de transporte ao longo dos trilhos, mas com a retirada dos trilhos da região central. Outro projeto, no todo, caríssimo…

BARREIRAS

Para Nilson Ghirardello tirar o trilho para instalar corredor, ao longo do trecho ferroviário, é trocar uma “barreira viária por outra”. E com um senão: ele aponta que a remoção dos trilhos só seria possível para áreas existentes na Zona Norte, onde o relevo, geografia, são incompatíveis com as exigências para acomodar modal ferroviário, e com alto custo. “Não consigo imaginar, tecnicamente na forma e no custo viáveis, para onde levar os trilhos”, disse.

OUTRA LINHA

Xaides lembra que Bauru inseriu 32 milhões de metros quadrados no período, a partir de 2018 (foi por lei municipal e não no Plano Diretor) e adverte que a lógica tem de ser de evitar a expansão urbana. Ele se sustenta nas projeções de redução das populações nas cidades. E cita que o Centro expandido tem em torno de 7.500 imóveis ociosos e Bauru tem outros 48 mil lotes vazios.

Para o professor unespiano, ainda que uma parte não seja habitável, esse estoque pede que a cidade reduza seu perímetro “esticado” em 2018… Ghirardello pontuou que a ideia é absurda, porque as dezenas de empreendimentos em curso e os negócios já firmados nessas áreas incluídas demandariam valores gigantescos… em hipotética reversão….

OLHA O TREM

E a história do projeto do VLT? …. que demos aqui “fez brilhar o olho de Suéllen” e de alguns de seus assessores… e ela já foi duas vezes a Brasília falar com o ministro da Infraestrutura Tarcício Freitas (sobre este e outros temas)…

O próprio secretário Ghirardello reconhece que o custo de implantação é elevado. E não há estudo que mencione que a demanda por transporte coletivo de passageiros sustentaria o investimento…

FATOR DE RENOVAÇÃO

E, de outro lado, se a proposta não pode cair na concepção de Trem de Subúrbio… onde o passageiro sobe “em uma ponta” e desce na outra. Os técnicos chamam esse “ingrediente” de “fator de renovação”: lotação com baixa renovação de público no percurso (o que encarece muito o custo operacional x demanda x receita)…

Bem…. São conjecturas. Mas elas não desmerecem a boa discussão! Ao contrário! Há carência desse tipo de diálogo, com a cidade.

PESSOA X CARRO

O também professor Luiz Felipe Lança, que atuou na Emdurb, foi chamado a dizer se ainda defende o projeto, de 2013, onde (pela Emdurb) propôs que a Av. Rodrigues Alves fosse corredor exclusivamente de ônibus coletivos.

Lança disse que pensa o mesmo, com a adequação para locais de embarque/desembarque, com menos pontos no “miolo” e acréscimos nas extremidades: Praça do Líbano e Machado de Mello. de outro lado, ele defende como prioridade intervenções em mobilidade que priorizem ciclistas e o deslocamento coletivo, em detrimento a interligações de bairros em vários casos.

Para Ghirardello não pensar nas interligações seria presumir que Bauru contasse com sistemas de deslocamentos interbairros adequados, sem “nós”, sem “gargalos”, o que não é fato. Ele pensa que a cidade não conseguirá evitar a necessidade de interligações, dado o passivo existente.

É isso..! Discussões em torno de questões coletivas são sempre oportunas… que o “start” não se perca… pelo caminho!

HABILITAÇÃO

A prefeita Suéllen Rosim publicou em sua rede social que solicitou o credenciamento de 8 leitos UTI para o PS (PAC), para Covid. Restará aguardar se o Ministério da Saúde vai habilitar a solicitação, o que implicaria em custeio (diárias).

Do ponto de vista técnico, o governo Gazzetta tentou a mesma medida, mas ela foi negada em Brasília. A questão seria de não atendimento de todos os critérios exigidos para serviços de Internação Intensiva, como hemodiálise, por exemplo… isso pra citar um item… Aguardemos.

2 comentários em “N. 119 Seplan lista 16 interligações interbairros prioritárias em audiência pública”

  1. O orçamento apresentado pela Av água do sobrados pela empresa Falcão Bauer responsável pelo projeto foi de cerca de 70 milhões em 2012. A estimativa não é grosseira considerando que a Barragem e a passagem sobre ela já fora
    executadas. Este valor não inclui desapropriações.

  2. José Xaides de Sampaio Alves

    – O controle da expansão urbana , e até diminuição da mesma, em nenhum momento quis dizer cancelar projetos já assumidos,, mas focar daqui pra frente o adensamento nos vazios urbanos, glebas vazios inter bairros, lotes vazios, edificios ociosos e maior adensamento ao longo de vias onde há sub aproveitamento.

    Abç.

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