COLUNA CANDEEIRO 25092020 NELSON ITABERÁ

N. 151 Inquérito da Covid faz lista de depoentes; bauruenses têm receio de não contar com segunda dose no prazo

N. 151 CEI DA COVID LISTA DEPOENTES; BAURUENSES TÊM RECEIO DE NÃO CONTAR COM SEGUNDA DOSE 

 

SEGUNDA DOSE

Bauruenses, com idade a partir de 60 anos, estão preocupados com a possibilidade (ainda não comentada oficialmente) de suspensão da segunda dose da vacina Covid. O fato decorre do risco de falta do imunizante. Hoje, a diretoria do Instituto Butantan informou que não há mais o componente importado (IFA) para preparar mais doses. O governo brasileiro tenta obter a liberação do envio da China….

A assessoria de imprensa da Prefeitura comenta que não há, neste momento, previsão de falta. O governo enfatiza que quem controla os estoques, por cidade, e a remessa é o Estado, de acordo com a divisão estabelecida pelo Plano Nacional de Imunização (PNI).

A princípio, portanto, os municípios que seguiram corretamente a distribuição por faixa etária, de acordo com os lotes recebidos, não terão problema. Porque o Estado reserva a segunda dose para cada dose 1 enviada. Esta é a lógica do plano.

Em Brasília, o Ministério da Saúde tenta reverter o atraso no andamento da vacinação. O êxito do Itamaraty na negociação para a chegada de mais insumos chineses é a medida de curto prazo disponível. A compra de mais de 100 milhões da Pfizer é prevista para o segundo semestre, lá por setembro.

COMPORTAMENTO 

É intrigante, em dois extremos, os indicadores de internações de casos graves de Covid em Bauru. De um lado, temos, há mais de três meses, o maior período de sistema saturado (com mais de 100% da capacidade de oferta de leitos UTI). De outro, temos nas ruas demonstrações diárias de comportamento social como se a realidade fosse outra!

Nem estamos falando sobre abre e fecha. O ponto que intriga (por falta de compromisso coletivo, insensibilidade) é de que o patamar de mortes é muito alto, e por período muito longo… É muito mais difícil, agora, encontrar uma família que não tenha convivido com registro de morte em decorrência da Covid, próximo, do lado, ou em seu interior….  Mas tem muita gente em “outro planeta” comportamental…

BOLETIM 

Do boletim oficial do dia emitido pela Prefeitura de Bauru, 795 óbitos (com mais 4 registros anunciados). Entre eles, perdas frequentes de pessoas com menos de 60 anos. Um homem, de 59 anos, sem comorbidades, estava na lista do dia.

O paciente deu entrada em hospital com sintomas de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no dia 20 de abril. O exame, conforme o boletim, confirmou Covid em 27/4.

Também intriga, há semanas, o espaço de tempo entre os cuidados diários necessários aos pacientes e a espera pelo exame. Com a tal “agilidade do vírus espalhar a inflamação no organismo, esse fator é decisivo para muitos”…  Qual o histórico, de fato, de monitoramento diário do paciente possível no sistema saturado? Qual a qualidade da assistência de saúde a esses pacientes neste período de lotação?

MONITORANDO

Ouvimos um caso de êxito, fora da curva, pela peculiaridade: um tio de uma médica foi diagnosticado rápido e começou a ser tratado em casa. No quinto dia sua “taxa de oxigenação” caiu muito. Ai o suporte, com a sobrinha médica, oxímetro e aquisição de equipamentos, com acompanhamento full time… fizeram a diferença…

Mas é óbvio que isto é impossível de ser concebido em massa, e mesmo no ambiente hospitalar privado (ficar na vigilância o tempo todo do paciente e monitorando indicadores….) para o quadro elevado de casos em curso.

VACINAÇÃO DE 55 A 59 ANOS

A Secretaria de Saúde começa nesta quarta-feira (12/05) a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 para pessoas entre 55 e 59 anos COM COMORBIDADES. É preciso o agendamento no site da Prefeitura: www.bauru.sp.gov.br).

Bauru recebeu 6.775 doses da vacina Oxford para este público. A comprovação de que a pessoa tem uma das doenças pré-existentes tem de ser apresentada com documento (exame, relatório do médico, prescrição…). Atenção: tem de ter o CRM (registro) do médico no documento.

ÁREAS INDUSTRIAIS 

O secretário do Desenvolvimento (Sedecon), Charles Rodrigo, discutiu com integrantes da Comissão de Justiça, nesta terça, a necessidade de aperfeiçoar indicadores, informações para os projetos de lei de cessão de terrenos em Distritos. Também foi comentada a nova revisão na lei, defendida pelo secretário.

Charles citou pontos como a “segregação” de cessões em Distritos por características. Criando, nichos de atividades. As de logística em um ponto, as mais poluentes ou de risco, em outro, ou de produção industrial em outro… A dificuldade da ideia, no tempo, é que as cessões, inclusive de áreas definitivas, já estão postas….

CESSÃO PRECÁRIA 

Há, a princípio, convergência para o fato de que “dar terreno” não é o elemento que define se determinada instalação vem ou não para uma cidade. O ponto seria o atrativo tributário. Alguns municípios, como lançado na campanha eleitoral inclusive, adotam o programa de retorno do investimento em determinado prazo…. com deduções proporcionais de impostos.

No caso das cessões de área, em Bauru a maioria absoluta é para empreendimentos de até médio porte. E entrou na discussão na reunião da Comissão de que a cessão não poderia ser uma meio de geração de ativo (imóvel), em 10 anos, para os empresários. Foi retomada a avaliação sobre as cessões voltarem a ser temporárias, sem transferência.

MAS….

Mas o mesmo assunto já foi discutido em outras ocasiões. Foi comentado, por exemplo, que para pequenos e médios empresários, ter a escritura do imóvel ajuda na obtenção de financiamento (porque há o que inserir em garantia real na negociação com o banco). Mas é ou não papel do Poder Público transferir imóveis para instalação privada? O debate foi retomado nesta reunião.

De outro lado, para a dificuldade na cessão de áreas, a atual regra mantém “estoque” ou vazios, inclusive de grande porte, nos Distritos. O vereador Coronel Meira mencionou, por exemplo, o caso Mondelez. Uma estrutura grande estabelecida em área pública doada. E parada….

O que você pensa a respeito?

UM EXEMPLO

Na fala de Marcos Saraiva à CEI Água, um exemplo relevante ficou lá no meio da reunião. Ele comentou sobre como a falta setorização (dividir regiões de abastecimentos no sistema) atrapalha tudo, é essencial. Afeta por falta controle pressão na tubulação, afeta na distribuição do abastecimento, afeta na reservação em si e na capacidade do DAE de fazer intervenções na rede…

Saraiva exemplificou que, na semana passada, ficou com equipe do DAE por horas na rede da área do Bauru Shopping. E, pela falta da setorização (onde registros separam redes, etc…) o conserto exigiu ter de parar tudo (gerando desabastecimento, mudança de pressão na rede… mais ar na tubulação… tempo pra repor o “caminho” da água no sistema… etc..).

Outro detalhe é sobre o que as equipes tiram da rede. Sai de tudo. E não é só sedimentos, resíduos… Acredite…

TRADIÇÃO, CULTURA

Há “melindre” em abordar alguns temas na pandemia. Vamos a um. O noticiário internacional destacou, hoje, que autoridades da Índia tentam explicar que passar esterco no corpo não resolve nada contra Covid e ainda expõe essas pessoas a outras doenças.

Mas o o desespero, associado a crença, padrão arraigado na cultura, ou seja o que for, somado ao medo e à contaminação e mortes em massa na Índia têm levado pessoas a este “hábito”,sistematizado em parte da “tradição” por lá.

Quando se fala em ciência, hábitos culturais, transferência de crendices entre gerações, o papo ganha dimensões que vão além de nossa simplória capacidade de ver…. Se partirmos para a automedicação, ou a ideia do “minha tinha tomou “tal coisa” e curou… ai vira antropologia sanitária e de saúde a conversa…

CONTRATOS 

Um dos eixos da apuração da CEI Covid será em relação aos novos contratos assinados com a Fundação de Saúde, para despesas na pandemia. Segundo dados apresentados agora pela Secretaria Municipal de Saúde, em torno de R$ 11 milhões precisarão ser “destacados” na lupa da checagem….

DEPOIMENTOS 

A Comissão de apuração de ações e omissões sobre a Covid em Bauru discutiu hoje que o relatório deverá ser apresentado no dia 8 de julho. Esta pretensão, contudo, vai depender da efetivação de depoimentos e do que surgir, ou não, no curso da apuração.

As oitivas e reuniões foram definidas, semanalmente, sempre às terças-feiras, a partir das 14h. Datas definidas: 18 de maio, 1, 8, 15, 22 e 29 de junho e 8 de julho.

Para análise técnica do conteúdo, o relator Eduardo Borgo sugeriu convidar representantes de entidades: Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), Sindicato do Comércio de Bauru e Região (Sincomércio), Sindicato dos Empregados no Comércio de Bauru (Sincomerciários), OAB Bauru, Conselho Municipal de Saúde e Associação Paulista de Medicina (APM) e o Sindicato dos Contabilistas de Bauru e Região (Sindcon).

CONVOCADOS

Como convocados e convidados, foram elencados os secretários atuais (e ‘ex’ respectivos) da Saúde (Orlando Costa Dias e Sérgio Antonio), Bem-Estar Social (Ana Salles e José Carlos Fernandes), Finanças (Éverton Basílio e Éverson Demarchi), Administração (Donizete dos Santos e Demarchi, Negócios Jurídicos (Gustavo Bugalho e Toninho Garmes), Planejamento (Letícia Kirchner e Nilson Ghirardelllo) e o diretor do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), Ezequiel Santos.

O plano de trabalho deve ser apresentado pelo relator Eduardo Borgo, para definir da ordem.

Pra lembrar, no governo Gazzetta a secretária Letícia Kirchner coordenou ações ligadas ao combate a pandemia por um bom tempo. Agora, a ação está com a Saúde.

ESTOQUE

Conforme a Seplan, há 53 processos em andamento com pedido de aprovação para instalações residenciais, de serviços, comerciais ou industriais no estoque. A análise, ainda, é física, por papel.

Isto representa, pela avaliação global da pasta, a previsão de 13.000 moradias para serem instaladas (boa parte no chamado Boom da Zona Noroeste que já abordamos aqui) e mais 11.000 novos lotes no espaço urbano (fruto do parcelamento de glebas que foi solicitado até aqui).

GALHO QUEBRADO

A relação entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o deputado federal Rodrigo Agostinho – que já não era boa – tende a azedar de vez. Rodrigo tem cobrado com ênfase as ações (ou a falta delas) de Salles.

E quem conheceu Ricardo Salles ainda do período em que ele atuou no Palácio dos Bandeirantes sabe que ele é colérico e “compra brigas”…. O histórico indica que tem mais fogo pra surgir…

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