COLUNA CANDEEIRO 25092020 NELSON ITABERÁ

N. 263 Prefeita quer 15,47% para aumento da tarifa do transporte coletivo (R$ 4,85) e chama vereadores para “dividir” pressão sobre reajuste para os servidores

N. 263 Prefeita quer 15,47% para aumento da tarifa do transporte coletivo (R$ 4,85) e chama vereadores para “dividir” pressão sobre reajuste para os servidores

 

TARIFA DOS COLETIVOS 

O presidente do Conselho de Usuários do Transportd Coletivo, Wilson Crispim atendeu à prefeita e convocou reunião extra nesta noite (iniciada às 19h00 de 12/01). No encontro, em andamento, Suéllen Rosim aponta aceite para reajuste na tarifa dos coletivos agora para R$ 4,85. O valor é menor do que os R$ 4,92 discutidos na segunda-feira. A discussão de bastidor apontava R$ 5,00 ‘redondos’.

O percentual apontado pela prefeita (15,47%) é acima da inflação dos 12 meses. Mas representaria acúmulo desde a pandemia, quase 2 anos desde março de 2020. Representaria? Sim! O governo não divulga nada, não explica nada. São raciocínios que levamos a você leitor para exercer a missão de reflexão sobre os números.

As concessionárias, de sua parte, apresentaram elevação nos custos (insumos) que acumulam bem mais do que este referencial, desde o início da pandemia, além do reflexo na queda do número de passageiros transportados em razão da pandemia.

Não é fácil esta equação. O setor de transportes também acumula perdas na pandemia. Muitas empresas quebraram. E o trabalhador, usuário, sofre perda do poder de compra, desemprego e inflação em alta e bolso vazio,

O Executivo indicou, na reunião de agora a noite, que o percentual negociado estaria em acordo para que as concessionárias retirem ação judicial onde requerem o reajuste dos custos. O governo não se pronunciou a respeito e não prestou informações sobre o conteúdo da negociação em torno de tarifa pública. A tomada de decisão está sendo recebida como unilateral pela prefeita, entre conselheiros representantes de sindicatos e de moradores. Não haveria quórum, entretanto, para levar a questão adiante…. (hoje 12/01)…

REAJUSTE DO SERVIDOR

A estratégia política da prefeita neste começo de ano continua tendo os prejuízos dos desajustes de 2021 e sofre, além disso, com os efeitos de medidas tomadas por “conta própria” (sem ouvir segmentos e Legislativo) em mais de uma frente. Suéllen expediu nota à imprensa, hoje, onde convida vereadores para discutir o reajuste dos servidores, nesta terça-feira, às 9 horas, no Palácio das Cerejeiras.

As reações são diversas. Alguns apontam, por exemplo, que a prefeita agiu por conta própria em medidas de impacto – como comprar R$ 34,8 milhões em imóveis pela Educação, no final do ano – e tentou “dividir o ônus” com o parlamento local quando as medidas eram indigestas: aumento da taxa de lixo, revisão do IPTU, aumento da alíquota dos servidores para previdência (de 11% para 14%), extensão da cobrança de inativos à previdência para quem ganha menos do que R$ 6.443,00 e mais do que R$ 2.305,00…

TEMPESTADE PELA FRENTE

Com superávit de mais de R$ 113 milhões na arrecadação no primeiro ano de governo, a prefeita entra em 2022 com esperadas enxurradas represadas. Desde o início da pandemia é sabido que a pressão por recomposição salarial tinha data marcada: data-base de março de 2022.

De lá para cá, o Executivo ainda se comprometeu em repor os 3 (pontos percentuais) de aumento na despesa na previdência, sem misturar isso com a inflação (pelo menos) dos últimos 12 meses. Ocorre que esta discussão foi lançada pelo Executivo quando se falava, entre os técnicos do governo, ainda em inflação de 3,5%. Mas ela galopou e o próprio Município aplicou 10,74% para corrigir o valor cobrado do IPTU, por exemplo, sem contar a atualização para taxas e demais lançamentos ao contribuinte ou usuário.

APIECE E RESTOS DE 2021

A situação de ajuste de contas e sobrevivência de algumas entidades não está resolvida, outra pendência importante que ficou para 2022. Entidades estão com dificuldades de fechar as contas de janeiro de 2022, por exemplo. Até o ano passado, o “convênio” permitia utilizar o saldo do ano anterior para “antecipar compromissos do mês seguinte”… e fazer “girar a roda” das contas.

Agora não pode mais, a não ser uma hipótese, ainda não explicada pelo governo, de excepcionalmente utilizar o saldo de dezembro de 2021 apenas em janeiro, mas com regras. O sistema (e-social) tornou mais burocrática esta migração de valores, separando contas e valores entre um ano e outro.

De outro lado, o Executivo estaria querendo, ainda, repassar cerca de R$ 50 mil para a Apiece. Mas isto exigiria sessão extra e aprovação. E, ainda assim, teria de ser explicado como se daria este “encaixe” de autorização, uma vez que a Prefeitura desclassificou a Apiece no chamamento para firmar convênios para este ano… Enfim… pendência… a resolver !

CACHOEIRA DO AEROPORTO

A tromba d´água desta noite de quarta-feira renovou os conhecidos problemas de alagamentos em fundos de vale impermeabilizados e nas zonas de baixada da cidade. Mas, entre as frentes, uma tem relação com a Emdurb! Ela é paga para gerenciar o Aeroclube (ao valor de algo perto de R$ 1,5 milhão/ano). Mas não se tem notícia de que a empresa municipal tenha atuado para resolver problema crônico de dissipação de água acumulada das chuvas, na cabeceira do aeroporto central.

Veja no vídeo a seguir, enviado por leitor do CONTRAPONTO, às 19h30 desta quarta (12/01), enquanto a tromba d´água ainda caia sobre a cidade:

OUTRO ÂNGULO

Deficiência estrutural na dissipação das águas de chuvas, como de janeiro de 2022, forma uma “cachoeira” na cabeceira do Aeroporto Central, na saída para a Rua Alexandre Nasralla, em Bauru. Veja outro vídeo:

 

3 comentários em “N. 263 Prefeita quer 15,47% para aumento da tarifa do transporte coletivo (R$ 4,85) e chama vereadores para “dividir” pressão sobre reajuste para os servidores”

  1. O descaso da EMDURB com essa cachoeira na cabeceira do Aeroclube é de longa data. Existem registro de muros e infiltrações nos prédios que margeiam o despejo clandestino de água. O saudoso Cel Éclair já tinha chacoalhado os ombros pra nós quando citamos o problema.

  2. A propalada crise hídrica, que seria a pior dos ultimos 91 anos (sim, 91 anos !!), atingindo duramente a matriz elétrica (que depende em grande parte de hidrelétricas) – tornou-se crise por excesso de chuva, não por escassez.
    Lamentavelmente, com perda de vidas humanas e danos ao meio ambiente.

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